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Brasil, gigante das águas: conheça os maiores rios que fazem do país uma potência hídrica mundial

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 13/08/2025 às 12:54
Rios gigantes e 12% da água doce do planeta: o patrimônio hídrico brasileiro em destaque
Rios gigantes e 12% da água doce do planeta: o patrimônio hídrico brasileiro em destaque
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O Brasil é dono de um patrimônio hídrico sem paralelo, com rios gigantes que cortam o território e reservas que somam 12% da água doce superficial do planeta.

O Brasil é um país privilegiado quando o assunto é água doce e lindos rios. Com cerca de 12% de toda a água doce superficial do planeta, ocupa posição de destaque no cenário global.

Esse enorme potencial hídrico se deve, principalmente, ao seu clima, que favorece a ocorrência de chuvas abundantes, e à vasta rede de rios que percorrem o território nacional.

Além dos recursos superficiais, o país também guarda reservas subterrâneas expressivas.

São aproximadamente 113 mil km³ de água doce armazenada em aquíferos e lençóis freáticos, que reforçam ainda mais a importância estratégica do Brasil para a segurança hídrica mundial.

A imensa rede fluvial brasileira inclui rios de dimensões impressionantes, muitos deles com relevância não apenas regional, mas também internacional.

O gigante Amazonas

O rio Amazonas é o maior rio do mundo em volume de água e área de drenagem. Com cerca de 6.400 km de extensão, ele corta a América do Sul e recebe águas de mais de mil afluentes.

Alguns desses afluentes, como o Madeira, o Negro e o Japurá, estão entre os maiores rios do planeta.

A bacia do Amazonas drena aproximadamente 20% de toda a água doce superficial do mundo, um dado que por si só demonstra a importância dessa região.

A magnitude desse sistema fluvial é tão grande que sua descarga anual no Oceano Atlântico equivale a um quinto do fluxo global de água doce que chega aos mares.

Além de ser um marco geográfico, o rio Amazonas é essencial para o equilíbrio climático e para a biodiversidade, abrigando milhares de espécies aquáticas e servindo de corredor natural para o transporte de pessoas e mercadorias na região amazônica.

Paraná: força do sul

O rio Paraná é o segundo maior da América do Sul, com cerca de 4.880 km de extensão.

Ele nasce da confluência dos rios Grande e Paranaíba, em território brasileiro, e percorre Brasil, Paraguai e Argentina antes de desaguar no estuário do Prata.

Sua importância econômica é notável. O Paraná é fundamental para a geração de energia, abrigando grandes hidrelétricas, como Itaipu, uma das maiores do mundo.

Além disso, suas águas são essenciais para a navegação e o abastecimento de cidades.

A bacia do Paraná integra o sistema da Bacia do Prata, que é uma das mais relevantes da América do Sul tanto em extensão territorial quanto em movimentação econômica.

Madeira: afluente monumental

O rio Madeira, com extensão estimada entre 3.240 km e 3.380 km, é um dos maiores afluentes do rio Amazonas.

Ele nasce nos Andes bolivianos e atravessa os estados de Rondônia e Amazonas antes de se juntar ao rio principal.

Além de sua importância ecológica, o Madeira é estratégico para a geração de energia, com grandes usinas hidrelétricas instaladas em seu curso.

Seu nome está ligado à enorme quantidade de troncos e galhos que suas águas carregavam durante as cheias, fenômeno que se mantém até hoje.

Embora seja frequentemente citado por sua relevância, a ideia de que exista uma subespécie exclusiva de boto nesse sistema fluvial não foi confirmada por estudos amplamente reconhecidos.

Juruá: o rio sinuoso

O rio Juruá tem cerca de 3.100 km de extensão, embora algumas medições indiquem valores um pouco maiores, chegando a 3.280 km. Ele nasce no Peru, atravessa o Acre e o Amazonas, e deságua no rio Solimões.

O Juruá é conhecido por seu curso extremamente sinuoso, com curvas largas e meandros acentuados. Essa característica, além de dificultar a navegação em alguns trechos, cria uma paisagem única e favorece a formação de lagos e áreas alagadas que servem de habitat para diversas espécies.

É um rio essencial para as populações ribeirinhas da região, que dele dependem para transporte, pesca e abastecimento.

Purus: o último grande afluente da margem direita

O rio Purus é outro importante afluente do Solimões. Seu comprimento está estimado entre 3.300 km e 3.700 km, tornando-o um dos rios mais longos do Brasil.

Ele nasce no Peru, atravessa o Acre e o Amazonas, e se destaca por suas águas barrentas e por um traçado extremamente sinuoso.

Essa sinuosidade resulta em uma extensão maior do que seria caso seu curso fosse mais retilíneo.

O Purus é considerado o último grande afluente da margem direita do Solimões antes da confluência com o rio Negro, que dá origem ao Amazonas.

A região do Purus é rica em biodiversidade e mantém áreas ainda pouco exploradas, preservando ecossistemas vitais para a Amazônia.

São Francisco: o “Velho Chico”

O rio São Francisco é um dos cursos d’água mais emblemáticos do Brasil.

Com extensão que varia entre 2.700 km e 2.900 km conforme a metodologia de medição, ele nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e percorre cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Popularmente conhecido como “Velho Chico”, o rio tem papel histórico e cultural marcante. Ele liga diferentes regiões do país e é vital para o abastecimento, a irrigação e a geração de energia.

Ao longo de seu curso, passa por 521 municípios e serve como fonte de sustento para milhares de pessoas.

Sua importância transcende o aspecto econômico: o São Francisco é inspiração para músicas, lendas e obras literárias, além de ser peça central em discussões sobre preservação e uso sustentável dos recursos hídricos.

Um patrimônio a ser protegido

A abundância de rios e de água doce coloca o Brasil em uma posição estratégica no cenário internacional, especialmente diante dos desafios globais relacionados à escassez de recursos hídricos.

No entanto, esse patrimônio natural enfrenta ameaças constantes, como o desmatamento, a poluição e a construção desordenada de barragens.

A preservação das bacias hidrográficas é essencial não apenas para manter o abastecimento humano, mas também para garantir a integridade dos ecossistemas.

Rios como o Amazonas, o Paraná, o Madeira, o Juruá, o Purus e o São Francisco são mais do que recursos econômicos: eles são parte fundamental da identidade brasileira.

Importância global

O Brasil, com seu conjunto de rios monumentais e reservas hídricas expressivas, desempenha papel central na regulação climática e na manutenção da biodiversidade planetária.

A responsabilidade de preservar esses recursos não é apenas nacional, mas também global.

Seus rios interligam regiões, sustentam populações e oferecem um potencial de desenvolvimento econômico que, se usado com responsabilidade, pode garantir benefícios duradouros.

Porém, para que isso aconteça, será preciso equilibrar o uso dos recursos com políticas de conservação eficazes.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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