Uma das mais extensas rotas ferroviárias do país revela paisagens únicas, tradição ferroviária e serviço moderno, unindo comodidade, acessibilidade e história para milhares de passageiros no Norte e Nordeste.
A Estrada de Ferro Carajás, operada pela Vale, percorre 892 km entre Pará e Maranhão, ligando Parauapebas (PA) a São Luís (MA) em cerca de 16 horas.
Inaugurada em 1985, a linha atravessa 27 municípios, conecta cinco estações principais e realiza 10 paradas ao longo do percurso.
O trem transporta diariamente cerca de 1.500 passageiros e obteve recorde de 423 mil viajantes em 2024 – 28% a mais do que em 2019.
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Estrada de Ferro Carajás: operação e acessibilidade
A ferrovia funciona em dias alternados.
Parte de São Luís às segundas, quintas e sábados, retornando do Pará nas terças, sextas e domingos.
Às quartas, a linha é fechada para manutenção.
A partir de 2027, a previsão é de operação diária nos dois sentidos.
Todos os vagões oferecem ar-condicionado, poltronas acolchoadas e serviço de bordo.
Há lanchonete, restaurante e carro exclusivo para cadeirantes.
A legislação brasileira garante duas vagas gratuitas por trem para idosos com renda até dois salários-mínimos, com desconto de 50% caso excedam.
Crianças até 5 anos viajam grátis no colo dos responsáveis, mediante bilhete gratuito.
Trem da Vale: infraestrutura e integração ferroviária
Com bitola larga, a Carajás é integrada à malha da Ferrovia Norte-Sul e à São Luís–Teresina, favorecendo o escoamento de cargas como minério e grãos via Porto de Itaqui.
A ferrovia transporta mais de 120 milhões de toneladas de minério por ano, além de uma média de 350 mil passageiros anuais.
Impacto ambiental e economia do transporte ferroviário
Em 2024, o transporte ferroviário foi até 50% mais barato que o rodoviário em alguns trechos, segundo pesquisa da própria Vale.
Além da economia, a ferrovia reduz emissões de CO₂: caso o mesmo número de passageiros fosse transportado por ônibus, seriam necessários 9.409 veículos, com impacto negativo no trânsito e no meio ambiente.
Experiência do passageiro: conforto e paisagens pelo caminho
O percurso de 16 horas revela uma paisagem diversa: alternâncias de mata, trechos de cerrado e rios, típicos da fronteira entre Pará e Maranhão.
A velocidade média de 70 km/h permite contemplação privilegiada.
Usuários elogiam segurança, acessibilidade e o conforto proporcionado pelo ar-condicionado mantido em 23 °C.
Vagões modernos e serviços a bordo
Os vagões foram substituídos no início da década passada — a maioria importada da Romênia —, com modernização em carcaças, ar-condicionado, portas automáticas e configurações que variam entre as classes econômica e executiva.
Monitores de vídeo, som individual e bagageiros estão disponíveis, mas o trem não aceita bagagem despachada.
Dicas práticas para embarcar na Estrada de Ferro Carajás
Os bilhetes podem ser adquiridos online via site da Vale ou diretamente nas estações participantes: São Luís, Santa Inês, Açailândia, Marabá e Parauapebas.
A reserva é recomendada com ao menos 45 dias de antecedência.
O trem exige chegada antecipada: os passageiros devem embarcar com cerca de 30 minutos de antecedência.
Não há permissão para transporte de bebidas alcoólicas ou alimentos perecíveis.
O serviço de bordo aceita somente pagamento em dinheiro vivo.
História e papel nacional da Estrada de Ferro Carajás
Inaugurada em 1985, um ano após a abertura ao tráfego de carga, a Estrada de Ferro Carajás é a maior ferrovia de passageiros em operação contínua no país.
Sua manutenção reflete contrapartidas da Vale em concessões estaduais, seguindo exigências de contrato com o governo.
Trem da Vale: destaque no transporte ferroviário brasileiro
Esta rota é um raro exemplo de transporte ferroviário de passageiros no Brasil, ao lado da Estrada de Ferro Vitória-Minas, também operada pela Vale.
Com metas ambiciosas a partir de 2027 e indicadores de crescente demanda, o trem reafirma seu papel estratégico no transporte regional, na mobilidade sustentável e na valorização turística das regiões cortadas pelos trilhos.
O que você considera fundamental em uma viagem de trem como essa: o impacto ambiental reduzido, o acesso facilitado a regiões pouco servidas ou a experiência de contemplar a paisagem por 16 horas sobre trilhos?