A construção da maior hidrelétrica da África promete transformar a produção de energia na região, mas também gera tensões significativas!
A Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD) é um projeto ambicioso que visa transformar o cenário energético da África. Localizada no Nilo Azul, a hidrelétrica está destinada a dobrar a produção de energia da Etiópia. Contudo, essa inovação tecnológica traz consigo um impacto geopolítico considerável, especialmente para o Egito e o Sudão, que dependem intensamente das águas do rio Nilo para suas necessidades básicas, de acordo com bbc.
O colossal projeto da hidrelétrica etíope
A GERD, que começou a ser construída há mais de 12 anos, é a maior barragem hidrelétrica da África. Situada a 30 quilômetros ao sul da fronteira com o Sudão, ela se estende por mais de um quilômetro de comprimento e 145 metros de altura. O reservatório por trás dessa gigantesca barragem cobre uma área equivalente ao tamanho da Grande Londres, representando um investimento de US$ 5 bilhões.
Para a Etiópia, a barragem é um marco de desenvolvimento crucial. Com 60% de sua população atualmente sem acesso a eletricidade, a GERD promete fornecer energia não apenas para os etíopes, mas também para países vizinhos como Sudão, Sudão do Sul, Quênia, Djibuti e Eritreia. A barragem tem o potencial de transformar a economia da região, oferecendo um fornecimento constante de energia que pode impulsionar o crescimento industrial e melhorar a qualidade de vida da população.
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As preocupações do Egito e do Sudão com a barragem
Apesar dos benefícios prometidos pela GERD, o projeto tem gerado sérias preocupações no Egito e no Sudão. O Egito, com uma população de cerca de 107 milhões de pessoas, depende quase exclusivamente do rio Nilo para seu abastecimento de água doce. Este recurso é vital para consumo humano, agricultura e para a operação da Represa Alta de Assuã. O Sudão, com 48 milhões de habitantes, também depende fortemente das águas do Nilo.
Os dois países temem que a barragem possa restringir o fluxo de água, afetando suas capacidades de irrigação e produção de energia. O Egito, em particular, argumenta que uma redução de apenas 2% na água do Nilo poderia resultar na perda de cerca de 81 mil hectares de terra irrigada, impactando significativamente sua produção agrícola. Além disso, níveis baixos de água podem dificultar o transporte no rio, essencial para a economia egípcia.
Mohammed Basheer, da Universidade de Toronto, destaca que a principal preocupação do Egito é como a GERD será operada a longo prazo, especialmente durante períodos de seca. A Etiópia encheu a barragem em apenas três anos, enquanto o Egito havia sugerido um período de 12 a 21 anos para minimizar o impacto a jusante.
Possibilidade de Acordo e Perspectivas Futuras
Desde o início da construção da GERD em 2011, as tensões entre Egito, Sudão e Etiópia têm aumentado. Tratados históricos de 1929 e 1959 concederam ao Egito e ao Sudão direitos sobre quase toda a água do Nilo, permitindo-lhes vetar projetos a montante. No entanto, a Etiópia não reconhece esses tratados e iniciou a construção da barragem durante a Primavera Árabe, um período de turbulência política no Egito.
Embora um novo tratado tenha sido assinado em 2015, as negociações sobre a gestão das águas do Nilo fracassaram repetidamente. Em 2019, o Grupo Internacional de Crise alertou sobre a possibilidade de conflito armado. Os Estados Unidos tentaram mediar um acordo, mas sem sucesso. As conversações foram retomadas recentemente, pouco antes da Etiópia anunciar a conclusão do enchimento da barragem.
A busca por um acordo equilibrado é crucial para evitar conflitos futuros e garantir que todos os países envolvidos possam beneficiar-se das águas do Nilo. A colaboração e a negociação são essenciais para transformar a GERD em um símbolo de progresso regional, em vez de um ponto de discórdia.
A grande hidrelétrica etíope
A Grande Barragem da Renascença Etíope representa um avanço significativo para a produção de energia na África, mas também evidencia os desafios geopolíticos que acompanham grandes projetos de infraestrutura. A Etiópia vê na GERD uma oportunidade de desenvolvimento e melhoria de vida para sua população, enquanto o Egito e o Sudão temem as consequências para suas necessidades hídricas. O futuro das negociações será determinante para a estabilidade e o desenvolvimento sustentável da região.