De hacker a desenvolvedor da Apple: brasileiro que hackeou o iPhone 3G antes do GeoHot foi parar na sede da empresa após ser citado por Steve Jobs
Imagine ser um jovem brasileiro, autodidata, apaixonado por tecnologia, e acabar sendo citado por ninguém menos que Steve Jobs em uma coletiva mundial. Agora, imagine que tudo isso começou com um simples celular bloqueado na mala de viagem. Parece roteiro de filme? Pois é a história real de Breno Masi, o hacker brasileiro que se tornou referência global ao ser o primeiro a desbloquear o iPhone 3G, batendo até mesmo o renomado GeoHot.
O que você vai ler a seguir não é apenas uma aventura tecnológica, mas um retrato de como curiosidade, estudo e uma pitada de ousadia podem levar alguém muito além do que se imagina, mesmo quando a gigante Apple está do outro lado da mesa.
Infância modesta e curiosidade sem limites
Breno sempre foi um garoto inquieto. Aos 41 anos, ele relembra como sua paixão por tecnologia nasceu em um cenário bem diferente do atual. “A gente está falando de 17 anos atrás. A internet era um território quase inexplorado no Brasil”, contou em entrevista.
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Vindo de uma família humilde, pai taxista e mãe vendedora, ele não tinha como comprar um computador. Sua janela para o mundo digital eram revistas estrangeiras e os poucos fóruns disponíveis na web. Foi assim que começou a aprender sozinho. “Era tudo autodidata. Lia, testava, quebrava, consertava”, lembra.
O primeiro experimento? Carrinhos de controle remoto. “No primeiro dia, eu já tinha desmontado tudo para tentar aumentar o alcance do rádio. Queria pilotar o carrinho da janela do meu apartamento no quarto andar”, contou.
De conserto de PCs a empreendedorismo precoce
O passo seguinte foi inevitável: trabalhar com computadores. Breno começou ajudando idosos e donas de casa a configurar redes e impressoras. Aos 17 anos, já tinha sua primeira empresa, desenvolvendo softwares para lavanderias, padarias e farmácias, em uma época em que quase ninguém usava computador nesses negócios.
Com a empresa rodando, surgiu a chance de passar um tempo em Londres. Foi lá que o destino bateu à porta. Ao voltar ao Brasil, trouxe um celular bloqueado. “Voltei com um SIM que não funcionava. Comecei a fuçar. Vi que o hardware era igual. Logo pensei: se é só software, dá para resolver”, conta.
Pesquisando em fóruns, aprendeu a desbloquear celulares. E logo percebeu o potencial do negócio: “Se eu queria usar um celular exclusivo e não tinha grana, imagina quantos paulistas ricos iam querer fazer o mesmo”, brinca. O Motorola V3 foi um dos modelos que mais desbloqueou, cobrando na época R$ 150 por serviço.
O surgimento do iPhone e um desafio inesperado
Em janeiro de 2007, tudo mudou. Breno estava no evento Macworld, onde Steve Jobs apresentou ao mundo o primeiro iPhone. “Quando vi aquele cubo de vidro com o iPhone dentro, pirei”, diz.
Mas havia um obstáculo: nos primeiros três anos, o aparelho seria exclusivo da operadora americana AT&T. Nos Estados Unidos, a ativação do iPhone exigia conexão com a rede da operadora. No Brasil, isso tornava o aparelho inútil.
O brasileiro não se deu por vencido. Criou uma falsa rede de operadora, enganando o sistema para ativar o celular fora dos EUA. “Montamos um serviço fake. Quando o iPhone abria a tela de ativação, nosso servidor respondia como se fosse da AT&T”, explicou.
O encontro com a Apple e um susto de arrepiar
O que começou como uma aventura virou coisa séria. Logo, dois estrangeiros apareceram em seu escritório querendo desbloquear um iPhone. Pagaram caro para furar a fila. Mas havia um detalhe: os dois homens eram um da AT&T e outro da própria Apple.
“Quando percebi, me gelei todo”, lembra Breno. Mesmo assim, completou o desbloqueio e, no final, recebeu cartões de visita dos visitantes. “Achei que ia ser processado. Já imaginei o FBI batendo aqui.”
Dias depois, um convite formal da Apple o levou até a sede da empresa. O que parecia uma armadilha virou uma oportunidade. Na reunião, cercado de advogados, Breno foi apresentado a um projeto ainda secreto: a futura App Store.
Ali, assinou um acordo e passou a trabalhar oficialmente como desenvolvedor. Sua empresa, FingerTips, criou mais de 550 aplicativos para marcas como Banco Itaú, Santander, Banco do Brasil, Porto Seguro, UFC e Fórmula 1.
A citação de Steve Jobs e o desbloqueio mundial
Mas o auge ainda viria. Na coletiva de lançamento do iPhone 3G, um jornalista perguntou a Steve Jobs sobre a segurança do aparelho contra hackers. Com sua conhecida prepotência, Jobs respondeu: “Agora começa a verdadeira corrida de gato e rato. Quero ver hackers como GeoHot e Breno Masi tentarem.”
Breno ficou sabendo da citação ainda em solo americano. Comprou um iPhone 3G, embarcou com o plano de desbloqueá-lo, e em menos de 24 horas já havia quebrado a proteção. Foi o primeiro do mundo a fazer isso, antes mesmo de GeoHot, que já era uma lenda por ter desbloqueado o PlayStation 3 e, mais tarde, o PS4 e PS5 (confira a trajetória de GeoHot aqui).
Do hacking do Iphone ao desenvolvimento profissional
Após esse episódio, Breno decidiu mudar de rumo. “Não existe software perfeito. Se está conectado à internet, sempre haverá vulnerabilidades”, afirma. Por isso, desde que assinou o contrato com a Apple, deixou de lado o hacking e se dedicou ao desenvolvimento.
Sua trajetória inspira pela autenticidade. Ele reforça que há dois tipos de hacker: o que aponta falhas para ajudar, e o que explora essas brechas para o mal. Sua escolha foi clara: “Quis usar meu conhecimento para construir.”
Hoje, empresas como Kaspersky alertam que a luta entre hackers e desenvolvedores segue intensa, com novos riscos surgindo diariamente. E a história de Breno Masi mostra que, quando se trabalha do lado certo, as portas mais improváveis podem se abrir.
Gostou da história? Então, não fique só com ela para você! Deixe um comentário aqui embaixo com a sua opinião ou compartilhe este artigo com seus amigos que curtem tecnologia. Quem sabe você também não inspira outro hacker brasileiro a seguir um caminho positivo no mundo digital?
Fenomenal! É uma ótima inspiração…qe continue assim…
Claro devem dar mai tempo para usufuir dos aparelhos!pararem de desatualizrem!…
Muito bom, o bem sempre vem.p0
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História bacana né, agora eu desafio você Sr Breno Masi, pra você que teve acesso aos sistemas Apple literalmente, poderia nos fazer funcionar os aparelhos que perderam o suporte da Apple acho uma sacanagem isso, pagamos caro por tudo da Apple e os aparelhos simplesmente perdem a validade, eles desativam intencionalmente as funcionalidades dos softwares o Brasileiro e os estrangeiros de 3⁰ mundo deveriam a chance de ter um acesso vitalício ou seja mais prolongado dos produtos Apple, mesmo que cobrando, dar essa opção a classe de baixa renda mundial para “renovar” o softwares iOS dos aparelhos sem suporte, antigos e desatualizados… para que pelo menos funcione as funções de antes quando adquiridos… tá aí um bom nicho para a Apple ou um desenvolvedor autônomo ganhar uma bela grana…
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Tenho Um Ipad 4 3g novinho perfeito de bateria e tudo e simplesmente não funciona mais as coisas por conta de desativações intencionais, e maliciosas da Apple, acho isso uma bruta sacanagem, pagamos muitíssimo mais caro pelos produtos Apple e para chegar a um determinado tempo não poder usá-lo por conta de que a Apple quer força nos a trocar nosso aparelho em perfeito estado isso para os países pobres é uma tremenda covardia da marca…
Excelente. As iniciativas e interesse desse jovem o levaram à Apple. Se nosso ensino fosse suprido de todos os recursos tecnológicos à disposição dos alunos, com certeza teriamos mais jovens com a mesma capacidade