Entre raízes indígenas, trilhos históricos e tradições rurais, Goiandira revela a força de uma pequena cidade com grande valor na memória de Goiás
No interior de Goiás, a cidade de Goiandira guarda uma história rica e cheia de reviravoltas. Com pouco mais de 5 mil habitantes, o município fica a 266 km de Goiânia e nasceu em meio a trilhos, matas e tradições. Por trás do cotidiano tranquilo de hoje, existe um passado marcado por indígenas, tropeiros e o início da ferrovia no estado. Tudo começou muito antes do nome Goiandira aparecer no mapa.
Raízes indígenas e a ocupação do território
Antes de qualquer estrada ou cidade, a região era habitada pelos Caiapós. Esse povo indígena veio da região de Araxá, em Minas Gerais, e ocupava grande parte do Triângulo Mineiro. Viviam em harmonia com a natureza, aproveitando os recursos da terra, dos rios e das matas.
O cenário começou a mudar por volta da segunda metade do século XVII, com a chegada dos bandeirantes. Eles estavam em busca de riquezas e começaram a se fixar na região. Naquela época, a área era conhecida como Sesmaria de Campo Limpo, ligada ao antigo Sítio do Catalão.
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Mais tarde, no século XIX, chegaram os tropeiros, carreiros e famílias em busca de terras para plantar e viver. Um dos personagens importantes dessa fase foi Tomáz Garcia, que recebeu parte das terras da Sesmaria e ajudou na formação da futura cidade. A mistura de povos e culturas deu início ao crescimento local.
Chegada da ferrovia e nascimento da cidade
O marco decisivo para Goiandira veio com a chegada dos trilhos. Em 24 de fevereiro de 1913, foi inaugurada a primeira estação ferroviária de Goiás, localizada na Fazenda Campo Limpo. A estação ganhou o nome de Goiandira, uma sugestão do engenheiro responsável pela ferrovia.
A linha ferroviária fazia parte da E.F.Goiaz e ligava Araguari a Goiandira. Antes disso, Araguari já estava conectada por trilhos desde 1896, pela ferrovia Mogiana. O trecho até a ponte sobre o Rio Paranaíba foi aberto em 1911, marcando o início da conexão ferroviária entre Minas Gerais e Goiás.
A estação trouxe crescimento. Com a movimentação de pessoas e mercadorias, Goiandira se desenvolveu. Novas famílias chegaram, comércios abriram e a economia local ganhou força.
Em 25 de janeiro de 1915, Goiandira virou distrito de Catalão. Pouco depois, em 6 de maio de 1931, o lugar se tornou município independente.
Com o tempo, Goiandira ainda deu origem a outros dois municípios. Cumari se desmembrou em 1947, e Nova Aurora em 1953.
Economia e vida atual em Goiandira
Hoje, Goiandira tem cerca de 5.605 moradores e está a 848 metros de altitude. Faz divisa com Catalão, Cumari, Nova Aurora e Ipameri. Apesar de pequena, é uma cidade com forte presença na história do estado de Goiás.
A base da economia é a agropecuária. A cidade se destaca na produção de cana-de-açúcar, milho, soja, mandioca, banana, arroz, feijão, café e palmito. A pecuária também é relevante, com cerca de 46 mil cabeças de gado. A produção de aves e suínos complementa a atividade rural.
Além disso, Goiandira conta com 12 indústrias e 46 estabelecimentos comerciais no varejo. O município mantém um ritmo de vida típico do interior, com tradição e simplicidade.
Cultura, religião e a tranquilidade do interior
Na parte cultural e religiosa, a cidade mantém suas raízes. A fé católica é predominante, mas há espaço para outras crenças. Festas religiosas e encontros familiares fazem parte da vida local, reforçando os laços comunitários.
Goiandira é uma cidade marcada pela calma, pelas paisagens do interior e por uma história que começa com os Caiapós e segue pelos trilhos da ferrovia. Mesmo pequena, tem um papel importante na memória de Goiás. Seu passado continua presente nas ruas, nas tradições e no modo de vida de quem vive ali.
Com informações de Curta Mais.