Projeto super futurístico que parecia ter saído diretamente de um filme de ficção científica: o avião sem asas da França. Esse conceito ousado dos anos 1950 prometia revolucionar a defesa aérea com uma aeronave que decolava verticalmente e voava a velocidades supersônicas.
Nos anos 1950, a França decidiu desafiar as convenções da engenharia aeronáutica e projetar um avião tão avançado que nem precisava de pista para decolar. Imagine um avião que simplesmente se ergue do chão usando um motor poderoso e é capaz de operar em áreas muito menores que qualquer aeronave convencional. Esse projeto inovador prometia revolucionar a defesa aérea.
A ideia era criar um avião sem as tradicionais asas horizontais, capaz de decolar e pousar verticalmente em qualquer lugar. Com motores potentes e uma asa cilíndrica, o conceito era chamado de “Tail Sitter” (ou “cauda assentada”). A França estava determinada a construir algo completamente novo, que pudesse ser escondido e lançado de qualquer lugar, mudando fundamentalmente como as aeronaves poderiam ser usadas em conflitos.
O início dos testes do vião sem asas
Em 1954, uma célebre empresa francesa de aeronáutica decidiu se aventurar nesse conceito revolucionário. Eles desenvolveram um protótipo chamado SNECMA Coléoptère, equipado com um motor turbojato Atar 101E, que gerava um empuxo impressionante de 3.800 kgf. O design do avião era tão peculiar que quase não parecia real, com uma asa cilíndrica de 3 metros de diâmetro.
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O Coléoptère começou os testes de voo em abril de 1959. Inicialmente, passou por avaliações amarradas antes de progredir para voos livres. Em maio, o avião provou sua capacidade de pairar por minutos e até voou até uma altitude de 800 metros. No entanto, surgiram problemas durante os testes. O avião girava lentamente em seu eixo durante o voo estacionário, tornando o controle extremamente difícil. Pousar era um grande desafio, já que o piloto tinha que olhar por cima do ombro para ver o solo.
O fim do projeto
Em 25 de julho de 1959, durante um teste crucial de transição do voo vertical para o voo convencional, o Coléoptère inclinou-se demais e começou a cair em espiral. O piloto conseguiu se ejetar a poucos segundos do chão, mas o protótipo foi destruído. O projeto precisaria de financiamento adicional para continuar, mas esse financiamento nunca veio. O Coléoptère se tornou o último grande esforço para construir um avião Tail Sitter pilotado.
Embora o projeto não tenha alcançado o sucesso esperado, ele abriu caminho para novas ideias e tecnologias na aviação. A inovação é fundamental, mas reinventar conceitos muitas vezes leva a becos sem saída. Nos anos seguintes, avanços tecnológicos permitiram a criação de novos tipos de aeronaves, incluindo drones que podem decolar e pousar verticalmente.
A história do avião sem asas da França é um exemplo fascinante de como a engenharia e a inovação podem desafiar as convenções e tentar mudar o curso da história. Apesar dos desafios técnicos e do fim abrupto do projeto, a visão ousada dos engenheiros franceses continua a inspirar novas gerações.