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Confaz reitera decisão e aprova congelamento do ICMS sobre combustíveis por mais 60 dias

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 31/01/2022 às 09:35
Combustíveis - ICMS - Confaz
Foto: Reprodução Google Imagens /Poder360

Por unanimidade, é aprovado pelo Confaz o aumento do prazo de congelamento do ICMS sobre combustíveis

O Comitê Nacional de Política Fazendária (Confaz) legitimou, dia 27/01, o aumento do prazo para congelar preços dos combustíveis para cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) até 31/03.

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A decisão do Confaz foi unânime perante os 27 secretários estaduais de Fazenda e do Distrito Federal, prorrogando em 60 dias o congelamento do preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) do ICMS sobre os combustíveis.

Em nota do Comitê Nacional de Secretários da Fazenda, Finanças, Receitas ou Tributação dos Estados e Distrito Federal (Comsefaz), foi informado que o congelamento do PMPF, base do cálculo do ICMS sobre combustíveis, foi decidido pelo Confaz em outubro de 2021, com validade para 31/01. A última decisão, porém, fixou por mais 60 dias o PMPF vigente.

No dia 26/01, o Fórum dos Governadores publicou nota aconselhando a aprovação do congelamento do PMPF como ação temporária para ajudar no controle dos aumentos de combustíveis. Entretanto, os governadores defendem a criação de soluções estruturais para tornar os preços dos combustíveis estáveis.

De acordo com o Comsefaz, a decisão objetiva mostrar a disposição dos estados para reprimir os reajustes nos combustíveis.

Diferença de preços

O Comsefaz frisou que os secretários de Fazenda acreditam que apenas o congelamento do ICMS não basta para impedir reajustes nos combustíveis. Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), na mais recente atualização dos valores médios do combustível, a diferença dos preços do diesel e da gasolina no mercado interno em relação ao estadunidense é de, respectivamente, 9,2% e 13%.

Além disso, a entidade afirmou que é favorável à criação do fundo de equalização como método de impedir que os reajustes do barril de petróleo no mercado exterior sejam repassados para o preço final, causando aumentos corriqueiros.

Ainda, foi informado que os reajustes dos combustíveis só serão controlados quando acabar a desregulação criada pela mudança política de preços da Petrobras ou com a aprovação da reforma tributária da PEC 110/2019, que está pronta para votação no Senado.

Murilo Viana, especialista em contas públicas e consultor tributário, reforçou que, como a Petrobras travou reajustes em dezembro, o resultado do congelamento para o cálculo do ICMS foi mínimo e não afetou os consumidores. “O congelamento anunciado em outubro teve um efeito limitado na prática, porque não houve reajustes da Petrobras e até mesmo ocorreu redução de preço”, afirmou Murilo.

A PEC que o presidente assegura para acabar com os impostos sobre combustíveis tem baixas chances de surtir resultado para o consumidor e ainda ter efeito contrário inflacionário devido ao crescimento do rombo nas contas públicas.

Segundo Viana, somente no contexto federal, com o fim de PIS-Cofins e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis, haverá impacto nas contas públicas de quase R$ 70 bilhões ao ano e, se todos os estados acabassem com o ICMS, o desfalque nas contas de governadores seria de R$ 240 bilhões. Ele considera que a inflação e os combustíveis são temas que incomodam Bolsonaro, que busca solução durante ano eleitoral, enquanto os governadores “buscaram colocar panos quentes” no assunto estendendo o congelamento do ICMS, já que muitos também estão na corrida eleitoral.

O peso dos impostos no PMPF do litro da gasolina, por exemplo, varia de R$ 2 a R$ 3, conforme a Fecombustíveis. Para Viana, essa PEC representa um “vale tudo do governo em campanha eleitoral”, alertando que ela vai contra a Constituição, pois afeta até a receita dos municípios. Fonte: Rosana Hessel para o Correio Braziliense.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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