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Compass e TotalEnergies assinam acordo de intenções com a YPFB para compra de gás natural, após cortes com a Petrobras

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 30/05/2022 às 11:01
Após a companhia boliviana YPFB realizar cortes no fornecimento de gás natural à Petrobras, as empresas Compass e TotalEnergies se aproximam da fornecedora do combustível e assinaram um acordo de intenções para futura comercialização do produto
Foto: YPFB

Após a companhia boliviana YPFB realizar cortes no fornecimento de gás natural à Petrobras, as empresas Compass e TotalEnergies se aproximam da fornecedora do combustível e assinaram um acordo de intenções para futura comercialização do produto

As empresas Compass e TotalEnergies assinaram um acordo de intenções com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) na quarta-feira, (25/05), para uma possível comercialização de gás natural. A aproximação com a companhia boliviana acontece logo após um corte realizado pela empresa no fornecimento de gás à estatal Petrobras e demonstra uma articulação do mercado brasileiro em busca de novos negócios com a YPFB.

Comercialização de gás natural com a YPFB é novo foco da Compass e da TotalEnergies e empresas assinam acordo de intenções para negócios futuros com a boliviana 

O cenário de óleo e gás no Brasil está bastante instável nos últimos dias, uma vez que a YPFB cortou em 30%, a partir deste mês, o volume de gás enviado ao Brasil para a estatal Petrobras, com o objetivo de demonstrar interesse nos novos compromissos assumidos com a Argentina, com foco na exportação do combustível para o país vizinho. E, com essa decisão, as empresas Compass e TotalEnergies se articulam para uma aproximação com a boliviana em busca de novos empreendimentos futuros no segmento. 

Assim, em meio aos desentendimentos da YPFB com a Petrobras nos últimos dias, as companhias Compass e TotalEnergies assinaram um acordo de intenções para negociar a comercialização de gás natural com a boliviana. As partes irão agora realizar estudos sobre projetos futuros de fornecimento do combustível para o território nacional, visando um contrato benéfico para ambas as empresas.

Assim, o presidente da YPFB, Armin Dorgathen, comentou sobre os possíveis negócios e afirmou que “O objetivo é claro, poder acomodar nosso produto no melhor mercado e com o melhor preço possível. O gás boliviano é um dos mais competitivos”.

Após o corte do fornecimento de gás natural à Petrobras, a empresa boliviana agora cobra do Brasil a renegociação dos termos do contrato de suprimento com a estatal e afirma que realizou a queda no abastecimento pois busca no país argentino novas oportunidades de empreendimentos mais lucrativos para a YPFB. Isso acontece pois a última revisão dos termos havia acontecido apenas no ano de 2020 e, com isso, a empresa boliviana verifica uma falta de compromisso da estatal brasileira, que agora precisa rever seus termos para manter o negócio

Com articulação da companhias, Bolívia reforça que negócios com as empresas privadas nacionais são mais vantajosos para a YPFB

Apesar de não ter citado o acordo de intenções assinado pelas empresas Compass e TotalEnergies com a boliviana, o ministro do país afirmou que as companhias privadas, ao contrário da Petrobras, estão dispostas a pagar entre US$ 15 e US$ 18 o milhão de BTU, mais que o dobro do que a estatal paga pelo insumo.

Dessa forma, a YPFB verifica um cenário muito mais vantajoso para a assinatura de contratos com o mercado privado brasileiro e deverá investir nesse segmento durante o ano de 2022. 

Além disso, a empresa boliviana destacou que, após a assinatura do acordo de intenções para o fornecimento de gás natural futuro, a Compass e TotalEnergies analisarão as condições econômicas e comerciais do mercado nacional para verificarem a melhor modelagem de contrato para que o gás natural chegue ao consumidor com um preço ainda favorável ao negócio com a YPFB.

Por fim, a Compass reforçou que o corte no fornecimento de gás natural não influenciará os projetos da empresa no território nacional e destacou que também não será um problema muito forte para a Petrobras, uma vez que a estatal possui diversas fontes de abastecimento do combustível.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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