O Brasil enfrenta um surto de bebidas adulteradas com metanol, substância tóxica que já causou mortes e cegueira. Saiba quais sinais observar para identificar riscos e evitar tragédias
Nos últimos meses, o Brasil enfrenta um surto preocupante de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. O problema, que já resultou em casos de internação e até mortes, reacendeu o alerta para a importância de prestar atenção redobrada na procedência do que se consome.
O avanço das bebidas adulteradas
Em diferentes estados brasileiros, autoridades apreenderam centenas de garrafas de bebidas sem procedência, vendidas em bares, adegas e até mesmo em festas particulares. Em apenas alguns dias, milhares de unidades suspeitas foram recolhidas.
A gravidade é tamanha que órgãos de saúde passaram a exigir notificação imediata de qualquer caso de intoxicação. Hoje, o país já ultrapassa o número médio anual de ocorrências em apenas algumas semanas, mostrando a dimensão da crise.
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O que é o metanol e por que ele é tão perigoso
O metanol é um tipo de álcool usado na indústria química e em combustíveis, mas não deveria estar presente em bebidas destinadas ao consumo humano. Quando ingerido, ele se transforma em substâncias extremamente tóxicas, capazes de causar danos ao sistema nervoso e ao nervo óptico.
Os sintomas costumam surgir entre 12 e 24 horas após o consumo e incluem náuseas, vômitos, dor abdominal e tontura. Em casos mais graves, a vítima pode perder a visão, sofrer convulsões ou até morrer. O grande risco está no fato de o metanol não ter cheiro ou sabor perceptível, o que torna quase impossível identificá-lo apenas pelo paladar.
Sinais que podem indicar adulteração
Embora seja difícil confirmar a presença de metanol sem análise laboratorial, alguns sinais podem levantar suspeita:
- Bebidas vendidas a preços muito abaixo do normal.
- Garrafas com lacres tortos, rompidos ou rótulos mal impressos.
- Informações obrigatórias ausentes no rótulo, como lote, validade ou dados do fabricante.
- Líquido turvo, com partículas visíveis ou coloração estranha.
- Venda em locais informais, sem nota fiscal ou garantia de procedência.
Ainda assim, mesmo embalagens aparentemente intactas podem conter produto adulterado, o que reforça a importância de cautela.
O que fazer em caso de suspeita
Quem consumir uma bebida suspeita e apresentar sintomas deve procurar atendimento médico imediatamente. Quanto mais rápido o tratamento for iniciado, maiores são as chances de recuperação.
É importante informar aos profissionais de saúde a possibilidade de intoxicação por metanol e, se possível, levar a garrafa utilizada para análise. Também é essencial notificar as autoridades competentes para evitar que outras pessoas sejam expostas ao mesmo risco.
A origem do problema
As investigações apontam que parte do metanol utilizado nas adulterações pode ter origem em redes criminosas que desviam o produto de mercados ilegais de combustível. Essa conexão explicaria a quantidade de bebida falsificada circulando no país em curto espaço de tempo.
Ao mesmo tempo, especialistas alertam que o número de bebidas alcoólicas falsificadas no Brasil é elevado, o que torna ainda mais urgente a fiscalização em toda a cadeia de produção e distribuição.
Um alerta para os consumidores
O surto atual é um lembrete de que a prevenção começa no ato da compra. Optar por estabelecimentos confiáveis, desconfiar de preços baixos demais e verificar a integridade da embalagem são medidas simples que podem salvar vidas.
Não se trata de criar pânico, mas de reconhecer que o risco é real. Consumir bebidas de procedência duvidosa é uma aposta perigosa, e em tempos de adulteração com metanol, a prudência é a melhor escolha.


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