Estrutura inovadora subaquática conecta países e inspira projeto nacional; conheça as soluções de engenharia e desafios ambientais por trás do maior túnel imerso do mundo.
O maior túnel imerso do mundo está em construção no norte da Europa, ligando a Dinamarca à Alemanha por meio de uma infraestrutura subaquática que se tornou referência internacional.
O método utilizado envolve módulos de concreto pré-fabricados, instalados a cerca de 40 metros de profundidade no Mar Báltico, permitindo a criação de um corredor de transporte de alta capacidade que atravessa fronteiras.
Inspirado nesse modelo, o Brasil avança em um projeto pioneiro para conectar Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, com uma solução inédita no país.
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Enquanto o projeto brasileiro terá 870 metros de extensão, o empreendimento europeu se destaca pela dimensão e pela complexidade, com 18 quilômetros de comprimento.
O túnel europeu será, quando concluído, o maior já construído pelo método imerso, superando em escala e tecnologia todos os exemplos anteriores desse tipo de obra.
Técnica construtiva de túnel imerso subaquático
A principal diferença entre um túnel imerso e um túnel tradicional, escavado por máquinas sob o solo, está na técnica construtiva.
No caso do túnel que atravessa o Canal da Mancha, entre França e Reino Unido, escavações profundas foram necessárias.
Já o túnel imerso utiliza módulos pré-fabricados em concreto armado, o que simplifica a execução e reduz tanto o tempo quanto o impacto ambiental.
Como é a construção do maior túnel imerso do mundo
O túnel em construção entre Rødbyhavn, na Dinamarca, e Puttgarden, na Alemanha, é formado por 79 blocos gigantes de concreto, cada um com 217 metros de comprimento, 42 metros de largura e nove metros de altura.
O peso de cada módulo impressiona: cerca de 73 mil toneladas, o equivalente a dez estruturas da Torre Eiffel.
Essas peças são montadas em uma fábrica exclusiva de 220 hectares instalada em Rødbyhavn, na Ilha Lolland.
Os blocos são transportados até uma vala escavada no fundo do Mar Báltico e posicionados com precisão.
Para garantir a estabilidade e a segurança, cada módulo passa por processos rigorosos de vedação e interligação, formando uma estrutura contínua de quase 18 quilômetros de extensão.
A instalação das peças é condicionada às condições climáticas, exigindo embarcações especialmente projetadas para a operação.
De acordo com informações da Femern A/S, empresa estatal dinamarquesa responsável pela obra, o início da imersão dos primeiros blocos depende de testes com as embarcações e das condições de mar.
A previsão atual é de que esta etapa seja concluída até 2029.
O investimento total estimado é de 7,4 bilhões de euros, aproximadamente R$ 46,5 bilhões em valores de julho de 2025.
O túnel abrigará rodovias de duas pistas em cada sentido e duas linhas ferroviárias eletrificadas, otimizando o transporte entre os países.
Vantagens ambientais e técnicas do túnel imerso
A técnica do túnel imerso apresenta benefícios importantes.
Entre eles, destaca-se a menor profundidade necessária para instalação, já que as estruturas são assentadas no próprio leito do mar ou rio, reduzindo o impacto ambiental em comparação a escavações profundas.
O tempo de execução também tende a ser inferior, uma vez que os módulos são fabricados em série fora do local definitivo e apenas “mergulhados” e conectados no ambiente subaquático.
Esses diferenciais fizeram com que o modelo europeu se tornasse referência para o Brasil, que se prepara para executar o primeiro túnel imerso do país na ligação entre Santos e Guarujá.
Detalhes do túnel imerso entre Santos e Guarujá
O projeto do litoral paulista prevê a implantação de seis módulos de concreto pré-moldados, fabricados em uma doca seca.
Após a conclusão, cada módulo será submetido a testes de vedação e impermeabilidade antes de ser transportado por flutuação até o ponto de instalação, no fundo do estuário que separa as duas cidades.
O túnel imerso entre Santos e Guarujá contará com 870 metros de extensão e integra uma parceria entre o governo federal e o governo estadual de São Paulo, coordenada pelo Ministério de Portos e Aeroportos.
O investimento previsto é de R$ 6 bilhões, com objetivo de melhorar a mobilidade urbana e logística da região portuária mais movimentada do país.
Além da redução do tempo de deslocamento entre Santos e Guarujá, a obra promete benefícios em sustentabilidade, já que o sistema modular diminui a necessidade de intervenções ambientais de grande porte.
Outro ponto relevante é a rapidez na execução, pois o método construtivo permite que os módulos sejam produzidos em paralelo à preparação do leito onde o túnel será assentado.