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como funciona no Brasil a cobrança de juros sobre juros no rotativo do cartão de crédito

Publicado em 14/10/2025 às 12:37
Entenda como funcionam os juros no rotativo do cartão de crédito, o teto de 100%, o impacto da dívida, o papel da fatura e o parcelamento.
Entenda como funcionam os juros no rotativo do cartão de crédito, o teto de 100%, o impacto da dívida, o papel da fatura e o parcelamento.
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Entenda, na prática, como os juros no rotativo do cartão de crédito são aplicados, por que há juros sobre juros e qual é o limite de cobrança após as novas regras.

Os juros no rotativo do cartão de crédito seguem a lógica de juros compostos: quando você não quita a fatura integral, os juros do mês seguinte incidem sobre o saldo devedor já acrescido dos encargos anteriores. Desde janeiro de 2024, há um teto legal que limita a evolução dessa dívida a cobrança total (principal + juros + encargos) não pode ultrapassar 100% do valor original.

Na prática, o rotativo continua caro e de alto risco, mas a dívida não cresce indefinidamente. Isso não é novidade pois desde 2024, conforme apurado pelo Jusbrasil, após 30 dias no rotativo, o emissor deve oferecer parcelamento com condições de juros menores que as do rotativo, o que muda a dinâmica de alongamento da dívida e encurta o tempo de permanência nessa modalidade.

O que é o rotativo e onde os juros sobre juros entram

Você entra no rotativo quando paga menos que o total da fatura, mas ao menos o mínimo exigido.

A diferença não paga vira saldo devedor no rotativo, sobre o qual incidem juros compostos no mês seguinte.

Isso é o “juros sobre juros”: o novo juro é calculado sobre um saldo que já contém juros do período anterior.

Por que isso acontece? Porque o rotativo é um crédito de curtíssimo prazo e alto risco para o emissor, precificado com taxas significativamente maiores que outras linhas.

Sem controle, essa dinâmica levaria a dívidas explosivas; por isso, o teto de 100% foi estabelecido para limitar o crescimento total da obrigação.

O que muda com o teto de 100% e o parcelamento obrigatório

De acordo com o portal Jusbrasil, a partir de janeiro de 2024, a regra é direta: a dívida total não pode superar o dobro do valor original.

Exemplo: se você entrou no rotativo com R$ 500, o máximo que poderá ser cobrado (principal + juros + encargos) é R$ 1.000.

Esse limite vale para dívidas contraídas a partir de 2024; débitos anteriores não entram automaticamente e precisam ser renegociados com o emissor.

Além disso, após 30 dias no rotativo, o banco não pode manter o cliente indefinidamente nessa modalidade.

Deve oferecer um parcelamento com juros menores que os do rotativo. Atenção: é uma alternativa menos cara que o rotativo, mas ainda assim tem custo; a troca não elimina o encargo, apenas reduz a velocidade de crescimento da dívida.

Como a dívida cresce: o ciclo em três passos

No primeiro mês, ao pagar apenas parte da fatura, o restante entra no rotativo e passa a sofrer juros.

No mês seguinte, se você não quitar o total, os juros incidem sobre um saldo já acrescido dos juros anteriores exatamente o mecanismo de juros sobre juros.

Do segundo mês em diante, o emissor é obrigado a ofertar parcelamento, interrompendo a permanência contínua no rotativo.

O teto de 100% funciona como “freio de emergência”: mesmo com juros compostos, o total não ultrapassa o dobro do valor original.

Isso não barateia o rotativo apenas impede o efeito bola de neve sem fim.

Quanto custa: níveis de juros e impacto no bolso

Mesmo com o teto, o rotativo segue entre as modalidades mais caras do país.

Em 2024 e 2025, as taxas médias anuais do rotativo permaneceram muito elevadas, o que mostra que o risco de endividamento continua alto enquanto a fatura não é quitada ou migrada para parcelamento.

Em paralelo, a taxa média do parcelado é menor que a do rotativo, mas permanece significativa, exigindo planejamento para evitar comprometimento prolongado da renda.

O ponto central é de comportamento financeiro: pequenos valores no rotativo, repetidos por alguns ciclos, consomem uma fatia relevante do orçamento.

Se a renda já está pressionada por outras dívidas, a chance de atraso e nova rolagem cresce, mesmo com a existência do teto.

Quem é afetado, onde incidem os encargos e por que a regra existe

Quem entra no rotativo? Consumidores que não conseguem pagar a fatura integral e optam por pagar apenas o mínimo.

A cobrança acontece no Brasil inteiro, pois é uma regra nacional que padroniza o comportamento dos emissores de cartões.

Por que a regra foi criada? Para conter o superendividamento, reduzir distorções e forçar alternativas menos onerosas após 30 dias.

Em lugar de rolar o rotativo por meses, a política pública empurra o consumidor para parcelamentos mais previsíveis e com taxas menores que as do rotativo.

Boas práticas para reduzir o custo dos juros no rotativo do cartão de crédito

Pague sempre o total da fatura quando possível. Se não der, antecipe pagamentos nos dias seguintes a maioria dos emissores recalcula encargos até a data de quitação, diminuindo o juro acumulado.

Troque rotativo por parcelamento logo na primeira oferta: a taxa é menor e a previsibilidade aumenta.

Se o orçamento seguir pressionado, compare alternativas de crédito mais baratas (por exemplo, empréstimo pessoal) para liquidar o cartão só avance se o Custo Efetivo Total for inferior ao do parcelamento do cartão.

Organize o fluxo de caixa (data de vencimento alinhada ao dia de salário, limites ajustados) e evite compras parceladas longas que “prendem” o limite e empurram você ao rotativo em emergências.

Perguntas que o leitor costuma ter respondidas de forma natural

Juros sobre juros é ilegal? Não. No rotativo, os juros são compostos por definição, mas o total cobrado agora é limitado: não pode passar de 100% do valor original da dívida assumida a partir de 2024.

O teto zera os juros? Não. Ele limita o crescimento. Se você não pagar, a dívida corre até dobrar e então para de crescer em termos nominais mas segue existindo e precisará ser quitada.

O teto de 100% e o parcelamento obrigatório mudam o “como” a dívida cresce, mas não tornam o rotativo barato.

Os juros no rotativo do cartão de crédito continuam entre os mais altos do mercado, e o juros sobre juros segue ocorrendo até o limite legal.

A estratégia vencedora é evitar entrar no rotativo, migrar para parcelamentos mais baratos quando necessário e acelerar a quitação com antecipações sempre que houver folga no orçamento.

Você acha que o teto de 100% realmente protege o consumidor ou apenas muda a forma de cobrar?
Conte nos comentários como os juros no rotativo do cartão de crédito já impactaram seu orçamento sua experiência pode ajudar outras pessoas a decidir entre parcelar, antecipar ou buscar crédito mais barato.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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