De um sistema operacional próprio a um buscador de código aberto, conheça o movimento por soberania digital que ganha força na Europa e as alternativas que surgem para reduzir a dependência das Big Techs.
Em um cenário tecnológico dominado por gigantes americanas e chinesas, um movimento silencioso, mas poderoso, ganha corpo no velho continente. A questão de como Europeus estão tentando se livrar do Google e da Microsoft deixou de ser uma discussão teórica para se tornar um objetivo prático, impulsionado por um desejo de soberania digital, privacidade e valorização da produção local. Trata-se de uma espécie de “patriotismo continental” que está revelando projetos e ferramentas de alta qualidade.
Essa busca por independência não é apenas uma reação política, mas também uma fonte de inovação. Para nós, brasileiros, é uma oportunidade única de descobrir softwares e serviços excelentes, muitos deles de código aberto e com forte foco em privacidade, que raramente chegam ao nosso conhecimento.
A busca por soberania digital
A ambição europeia vai muito além de simplesmente substituir um aplicativo por outro. Existem projetos de grande escala que visam criar uma infraestrutura digital fundamentalmente europeia.
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Dois exemplos se destacam:
EUOS (European Union Operating System): um dos projetos mais audaciosos é a criação de um sistema operacional baseado em Linux, voltado para o setor público do continente. O objetivo é claro: garantir independência tecnológica, maior segurança e total controle sobre os dados, reduzindo a dependência de sistemas como o Windows e o macOS em órgãos governamentais.
Open Web Search: em outra frente, o projeto Open Web Search busca criar um buscador para a internet que seja uma alternativa totalmente de código aberto e privada ao Google e ao Bing. A ideia é construir um índice da web europeu, garantindo que os resultados de busca não sejam manipulados por interesses de empresas estrangeiras.
Encontrando alternativas para o dia a dia
Enquanto os grandes projetos caminham, já existem plataformas dedicadas a mapear e divulgar as alternativas existentes. Sites como o Go European e o European Alternatives funcionam como um guia para quem quer entender como Europeus estão tentando se livrar do Google e da Microsoft na prática.
O site Go European, por exemplo, lista alternativas em diversas categorias, de roupas e móveis a softwares e eletrônicos. Ao explorar a seção de tecnologia, encontramos opções interessantes:
Nextcloud (Alemanha): uma poderosa alternativa de código aberto ao Google Drive e ao OneDrive, permitindo que você crie sua própria nuvem privada.
Organic Maps (Estônia): um aplicativo de mapas focado em privacidade e funcionamento offline, que serve como um excelente substituto para o Google Maps.
Proton (Suíça): famosa por seus serviços de e-mail e VPN criptografados, a Proton é um exemplo de como as leis de privacidade rigorosas da Suíça fomentam a criação de ferramentas seguras.
“Europeu” significa melhor? A importância da análise
É crucial entender que o selo “europeu” não é, por si só, uma garantia de qualidade superior. Muitos produtos das Big Techs são líderes de mercado porque são, de fato, excelentes. No entanto, o movimento europeu frequentemente traz consigo um forte compromisso com a privacidade, o código aberto e a sustentabilidade.
Muitos dos serviços listados, por exemplo, informam se são hospedados na União Europeia (sob a proteção do GDPR) ou se utilizam energia renovável em seus data centers. Navegadores como o Vivaldi (Noruega/Islândia) e o Mullvad Browser (Suécia) são exemplos de ferramentas que nasceram com a privacidade como pilar central.
A grande lição desse movimento é a importância de ter opções. Saber como Europeus estão tentando se livrar do Google e da Microsoft nos mostra que a inovação não está restrita ao Vale do Silício e que existem ecossistemas vibrantes criando soluções com diferentes valores e prioridades.
O que você acha dessa busca por independência tecnológica? Acredita que o Brasil deveria ter uma iniciativa parecida para catalogar e valorizar a tecnologia nacional? Deixe sua opinião nos comentários!