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Youtuber relata a experiência surreal de viajar no ônibus mais longo do mundo: 6.500 km em 5 dias e meio, atravessando Brasil, Bolívia e Peru

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 25/09/2025 às 14:17
Descubra a viagem de ônibus mais longa do mundo: 6.500 km entre Rio e Lima, 5 dias e meio, 3 países, Andes e passagens a partir de R$ 1.000.
Descubra a viagem de ônibus mais longa do mundo: 6.500 km entre Rio e Lima, 5 dias e meio, 3 países, Andes e passagens a partir de R$ 1.000.
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Viagem documentada por youtuber mostra 6.500 km rodados em 5 dias e meio, cruzando 3 países, 6 estados brasileiros e a Cordilheira dos Andes.

A viagem de ônibus mais longa do mundo não é apenas um simples trajeto entre cidades distantes. Ela se revela como uma verdadeira experiência, marcada por desafios, cenários impressionantes, encontros inesperados e a sensação de atravessar a América do Sul de um jeito que poucos se arriscam a viver.

O percurso tem início no Rio de Janeiro e segue até Lima, no Peru. São cerca de 6.500 quilômetros rodoviários, cruzando três países e exigindo quase seis dias completos de estrada.

Para quem embarca no ponto inicial e só desce no destino final, a jornada acaba sendo quase um mergulho profundo em outra realidade.

O canal de YouTube Melhores Destinos realizou essa aventura e compartilhou detalhes inéditos sobre como é encarar a maior viagem de ônibus do planeta.

Início no Rio de Janeiro

A rodoviária Novo Rio é o ponto de partida da maior viagem de ônibus do mundo. Mesmo para quem comprou passagem pela internet, retirar o bilhete no guichê da Trans Acreana é obrigatório.

Foi assim que começou a viagem do canal Melhores Destinos, que relatou a sua experiência em um vídeo de 45 minutos.

A passagem promocional custou R$ 1.000,00, mas, comprada online, teve taxa de serviço e saiu por R$ 1.140,00.

No embarque, apenas dois passageiros. O ônibus, de dois andares, seguia vazio. A poltrona escolhida ficava na frente, na parte de cima, com visão privilegiada da estrada.

Semi leito, reclinava bastante, oferecendo razoável conforto para os cinco dias e meio que viriam pela frente.

Logo se percebeu que esse ônibus seria, de fato, a “casa” durante quase uma semana. Banheiro, tomadas USB, bebedouro e espaço para bagagem eram itens fundamentais para enfrentar tantas horas de estrada.

Primeira grande parada: São Paulo

Ainda no início da noite do primeiro dia, o ônibus chegou a São Paulo. Houve tempo para jantar antes de seguir até a rodoviária do Tietê, onde novos passageiros embarcaram. Foi ali que o ônibus realmente começou a encher.

Na saída, os motoristas fizeram questão de reforçar regras: uso obrigatório de cinto de segurança, três paradas por dia (café, almoço e jantar) e informações sobre locais com chuveiro.

Eles lembraram que aquele veículo seria a casa dos viajantes até Lima, e pediram colaboração para manter tudo organizado.

A bagagem chamava atenção. Passageiros carregavam caixas, televisores e objetos que dificilmente poderiam ser levados em aviões. O ônibus permitia até 50 kg por pessoa, e essa flexibilidade era um dos motivos para muitos peruanos optarem pela estrada.

Campo Grande, Cuiabá, Porto Velho e Rio Branco

O segundo dia trouxe novos cenários. O ônibus cruzou São Paulo, entrou no Mato Grosso do Sul e fez paradas simples, em restaurantes com preços acessíveis. Campo Grande foi um dos pontos oficiais de embarque.

Já em Mato Grosso, a rotina se tornava clara: café simples, lanches rápidos, manutenção constante do banheiro e longas horas de estrada. Um banho frio, pago à parte, custava R$ 10,00 e servia de alívio depois de quase dois dias sem chuveiro.

Rondônia apareceu no horizonte após longas horas. Buracos e estradas irregulares marcaram o trecho até Porto Velho. De madrugada, quase ninguém percebeu a passagem pela capital.

Ao amanhecer, o ônibus chegava a Rio Branco, no Acre, sede da Trans Acreana. Houve tempo para uma pausa maior, limpeza do veículo e troca de motoristas. Para alguns, era a primeira vez no Acre — e a sensação de chegar ali de ônibus aumentava a emoção.

Atravessando a fronteira

De Rio Branco até Assis Brasil, último município brasileiro antes do Peru, o ônibus acumulou atrasos. Quase três horas. O risco de perder o horário da Polícia Federal era real. Por sorte, chegaram dez minutos antes do fechamento.

Do outro lado, em Iñapari, já em território peruano, passaportes carimbados e uma nova fase da viagem começava.

A primeira parada no Peru aconteceu em Puerto Maldonado. Frango assado, batata frita e salada custaram cerca de R$ 20,00. Alguns passageiros usaram cartão internacional para pagar, evitando a troca de moeda.

Desafios da Cordilheira dos Andes

Ao amanhecer, a paisagem mudava radicalmente. A Cordilheira dos Andes surgia no horizonte, imponente, com suas curvas sinuosas, vales e montanhas cobertas de gelo.

A travessia exigia motores potentes e atenção redobrada dos motoristas. Em alguns trechos, pedras caíam das montanhas, causando sustos e até danos ao ônibus. Mas também proporcionava cenas únicas, como bandos de alpacas cruzando a estrada.

O frio se intensificava. Mesmo com calefação, quem viajava nas primeiras poltronas sentia a diferença. Motoristas improvisaram um café brasileiro no fogareiro, já que muitos achavam o café peruano fraco demais.

Cusco e novos caminhos

Cusco, porta de entrada para Machu Picchu, foi ponto de desembarque de muitos passageiros. Para os que seguiram até Lima, restava ainda uma longa etapa.

As estradas sinuosas e a demora para avançar tornavam o trecho até Abancay cansativo. O jantar, tarde da noite, foi decepcionante: poucas opções e comida fraca. Alguns tiveram que pedir ajuda para pagar, já que não havia opção de cartão.

Mesmo assim, a chegada em Cusco trouxe alívio. Ali, a viagem começava a ganhar contornos de reta final.

Bloqueios, atrasos e a reta final até Lima

Um bloqueio na estrada paralisou o ônibus por mais de três horas. Vendedores improvisados aproveitaram a espera para oferecer comida. Alguns passageiros caminharam pelo trecho interditado, observando obras no asfalto.

Nazca foi outra parada memorável, com direito a mirante das famosas Linhas Arqueológicas.

O cansaço já era evidente, mas a expectativa da chegada a Lima mantinha todos animados. Depois de cinco dias e meio, o ônibus finalmente alcançou a capital peruana, oito horas além do previsto.

O desembarque aconteceu na Estação Atocongo. Alguns seguiram para Miraflores, outros tinham familiares esperando.

Custos da viagem

O valor da passagem, entre R$ 1.000,00 e R$ 1.500,00, dependia de promoções e do ponto de compra. Alimentação e banhos somaram cerca de R$ 425,00 ao longo dos seis dias.

No total, o gasto superou R$ 1.500,00. Para quem decidiu voltar de avião, o contraste foi claro: cinco horas de voo, em promoção por R$ 780,00, substituíram os quase seis dias de estrada.

Perfis dos viajantes

Dois grupos se destacavam entre os passageiros. Brasileiros buscavam a experiência, a aventura, o prazer de cruzar a América do Sul por terra. Já os peruanos valorizavam a possibilidade de carregar muita bagagem e economizar em passagens de última hora.

No ônibus, as conversas fluíam. Histórias de vida, risadas, discussões sobre ceviche. Para alguns, a viagem era um sonho realizado. Para outros, apenas a forma mais prática de chegar em casa.

Dicas para quem pensa em encarar

  • Use roupas confortáveis e, se possível, meias de compressão.
  • Leve lanches leves, frutas e água.
  • Tenha sempre os documentos em mãos, atualizados.
  • Aproveite as paradas para descansar, tomar banho e conhecer um pouco das cidades.
  • Traga entretenimento: livros, músicas, podcasts.

Mais que transporte, uma história

No fim, a viagem de ônibus mais longa do mundo é muito mais do que atravessar fronteiras. É sobre resistência, convivência, paisagens e memórias.

Seis dias em um ônibus equivalem a uma vida inteira de histórias. Cada parada, cada refeição simples, cada conversa inesperada se transforma em parte de uma narrativa maior.

E para muitos, é uma jornada que vale a pena ser vivida, ao menos uma vez.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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