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Como é a construção de plataformas de petróleo? Capazes de operar em profundidades de até 8 mil metros

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 11/03/2024 às 21:30
Como é a construção de plataformas de petróleo? Capazes de operar em profundidades de até 8 mil metros
Foto: Divulgação/plataformas de petróleo

Exploração de petróleo em alto-mar alcança novo patamar com construção de plataformas de petróleo flutuantes e avanços em segurança e tecnologia, marcando um avanço significativo desde as primeiras estruturas simples até as atuais gigantes capazes de operar em profundidades de até 8 mil metros.

Na incessante busca pelo “ouro negro” que impulsiona a economia global há mais de um século, o desenvolvimento de plataformas de petróleo tem sido uma jornada de inovações e superação de desafios técnicos. Desde as primeiras estruturas modestas no Grande Lago em Ohio até as gigantescas construções que hoje se erguem sobre águas profundas, o caminho percorrido reflete um avanço notável no campo da engenharia e tecnologia.

Inicialmente, a extração de petróleo limitava-se às reservas terrestres, mas a crescente demanda e a busca por novos recursos levaram à exploração marítima. A construção das plataformas de petróleo evoluiu de simples estruturas em águas rasas para complexas instalações capazes de operar em profundidades que hoje alcançam até 3 mil metros. Esse avanço foi marcado por importantes inovações, como a plataforma cravada no leito do mar a 80 metros de profundidade em 1947, e a monumental “Beryl Alpha”, que em 1973 utilizou concreto ao invés de aço para alcançar 120 metros.

Construção de plataformas de petróleo

Um marco na história da construção de plataformas de petróleo foi a introdução das plataformas flutuantes. Esta inovação permitiu a exploração de petróleo em locais antes inacessíveis devido à profundidade extrema. A estabilização dessas estruturas flutuantes foi alcançada por meio de cilindros metálicos que funcionam sob pressão, contrabalanceando as oscilações verticais provocadas pelo mar. Ancoradas firmemente ao leito marinho por meio de tubos de sucção, estas plataformas representam uma solução engenhosa para a extração de petróleo em águas profundas.

A complexidade de construir e operar plataformas de petróleo em alto-mar não se resume apenas aos desafios estruturais. O risco de incêndios e a necessidade de proteção da tripulação impulsionaram o desenvolvimento de tecnologias de segurança, como pinturas intumescentes que isolam a estrutura em caso de calor excessivo e paredes blindadas que separam as áreas de risco.

Liderança tecnológica brasileira

O Brasil tem sido um protagonista no avanço da tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas. A exploração da camada pré-sal, que requer tecnologia para operar a até 8 mil metros de profundidade, coloca a indústria brasileira na vanguarda mundial do setor de petróleo. As plataformas brasileiras estão explorando novos horizontes, demonstrando a capacidade do país de desenvolver tecnologias que desafiam os limites da engenharia.

A construção de plataformas de petróleo é uma saga de engenhosidade humana, enfrentando os desafios impostos pela natureza para acessar os preciosos recursos que jazem sob o leito do mar. Cada avanço tecnológico não apenas aumenta a capacidade de extração de petróleo, mas também reforça a importância da inovação contínua para superar os obstáculos. À medida que a indústria avança, a construção de plataformas de petróleo continuará a ser um testemunho da habilidade humana em adaptar-se e inovar frente aos desafios da natureza.

Qual o valor investido para construção de palataformas de petróleo?

A construção de uma plataforma de petróleo é um empreendimento monumental, envolvendo cifras que podem variar dramaticamente, indo desde cerca de US$ 100 milhões para estruturas mais simples em águas rasas, até ultrapassar os US$ 5 bilhões em casos de plataformas flutuantes avançadas, como as FPSOs, localizadas em águas profundas e projetadas para condições climáticas adversas. Essa variação reflete a complexidade, a profundidade operacional, o tipo de plataforma e os desafios climáticos específicos de cada projeto.

Em relação ao tempo necessário para levar uma plataforma de petróleo da concepção à operação, estamos falando de um processo que pode durar de 3 a 7 anos. Esse período abrange desde o planejamento inicial e design, passando pela construção propriamente dita, até a instalação e início das operações no local designado. Fatores como a complexidade do design, condições climáticas desafiadoras e a disponibilidade de recursos podem influenciar esse cronograma.

E no Brasil, quais as maiores plataformas de petróleo atualmente?

As maiores plataformas de petróleo em operação no Brasil atualmente refletem o avanço e a capacidade do país de explorar seus vastos recursos petrolíferos, especialmente nas áreas de águas profundas como o pré-sal. Liderando esse ranking está a:

FPSO Guanabara (MV31): Situada no campo de Mero, parte do projeto de Libra no pré-sal da Bacia de Santos, esta unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de carga (FPSO) possui uma impressionante capacidade de produção diária de 179.340 barris de petróleo e 11.567 milhões de m³ de gás natural. Com uma produção total de 252.096 barris de óleo equivalente (boe) por dia, a FPSO Guanabara se destaca como a maior plataforma em termos de produção total, operando com 4 poços produtores no campo de Anc_Mero/Mero.

E no Brasil, quais as maiores plataformas de petróleo atualmente?
FPSO Guanabara (MV31)

Petrobras 75 (P-75): Localizada no prolífico campo de Búzios, na Bacia de Santos, a P-75 é uma das plataformas pioneiras na exploração do pré-sal brasileiro. Com uma produção diária de 158.689 barris de petróleo e 7.809 milhões de m³ de gás natural, totalizando uma produção de 207.807 boe por dia, a P-75 opera com 4 poços produtores nos campos de Búzios/Búzios_Eco/Tambuatá, contribuindo significativamente para a produção nacional de petróleo e gás.

Petrobras 70 (P-70): Também situada na Bacia de Santos, a P-70 explora o campo de Atapu, alcançando uma produção diária de 155.256 barris de petróleo e 5.692 milhões de m³ de gás natural. Isso resulta em uma produção total de 191.057 boe por dia. Com 5 poços produtores, a P-70 atua nos campos de Atapu/Atapu_Eco/Anc_Norte_Atapu/Oeste de Atapu, evidenciando a capacidade tecnológica e operacional do Brasil na exploração de petróleo em águas ultra profundas.

À medida que a Petrobras e outras operadoras no Brasil continuam a expandir suas operações no pré-sal e em outras áreas, novas plataformas estão sendo planejadas e construídas, algumas com capacidades produtivas ainda mais impressionantes, ultrapassando os 2 milhões de barris de petróleo por dia. Esses desenvolvimentos sublinham a posição de liderança do Brasil no setor de energia offshore e reforçam o papel crucial do país no mercado global de petróleo.

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Rafaela Fabris

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