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Comando Vermelho cria provedor de internet e moradores não tem opção: tem que pagar 

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/03/2025 às 20:19
Facção domina provedores de internet e obriga moradores a pagar pelo serviço ilegal, ampliando controle e faturamento do crime.
Facção domina provedores de internet e obriga moradores a pagar pelo serviço ilegal, ampliando controle e faturamento do crime.
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Comando Vermelho criou seu próprio provedor de internet, impondo um monopólio criminoso em comunidades do Rio! Moradores não têm escolha: ou pagam ao CVNet ou ficam sem conexão. A facção domina serviços essenciais, fortalece sua influência e afasta empresas legítimas, expandindo o crime organizado.

De acordo com investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), a facção criminosa Comando Vermelho passou a operar um serviço ilegal de internet, conhecido como CVNet, em diversas comunidades sob seu domínio.

O fornecimento de sinal de internet por meio deste provedor criminoso tem se tornado uma verdadeira obrigatoriedade para os moradores, que, ao não aderirem ao serviço, correm o risco de enfrentar graves consequências.

Essa prática demonstra um crescimento acelerado do poder de fogo do tráfico de drogas, que, agora, também controla um setor essencial na vida cotidiana das pessoas.

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Uma recente operação realizada pelas forças de segurança do Rio de Janeiro revelou o funcionamento de uma rede complexa e clandestina que envolve não apenas o fornecimento de internet, mas também o controle sobre provedores de fibra ótica.

Durante a ação, que aconteceu na zona norte da cidade, mais especificamente em Vicente de Carvalho, foi identificado que o controle das facções sobre esse mercado é similar a uma “licitação” ilegal, onde as empresas legítimas são impedidas de operar.

A facção, por meio de ameaças de fuzilamento, proíbe a entrada de qualquer concorrência nas comunidades que controla, obrigando os moradores a utilizar apenas o serviço de internet oferecido pelo CV.

Operação policial revela a dimensão do crime

Na operação realizada pela Polícia Civil, foram apreendidos diversos equipamentos furtados de empresas que operam legalmente no setor de telecomunicações.

O material apreendido será analisado em perícias para identificar os fornecedores, financiadores e distribuidores envolvidos na prática criminosa.

A ação também resultou na detenção de quatro funcionários do provedor ilegal de internet, que foram levados à delegacia para prestarem esclarecimentos.

Contudo, o responsável principal pelo CVNet não foi encontrado e, por isso, responderá pelo crime de receptação qualificada, conforme a legislação vigente.

Monopólio do crime: a nova estratégia de facções como o Comando Vermelho

A operação revelou um cenário alarmante: as facções criminosas estão cada vez mais expandindo suas áreas de atuação, indo além do tráfico de drogas e invadindo serviços essenciais que afetam diretamente a vida da população.

Ao monopolizar a oferta de internet, energia, água e gás, as facções criam um sistema de extorsão e controle social, o que lhes garante não apenas lucros financeiros, mas também o poder de decisão sobre as comunidades.

O esquema é rentável e agressivo, afastando empresas legais do mercado e estabelecendo um domínio de poder em diversas regiões, principalmente nas comunidades mais carentes.

Ao monopolizar esses serviços, as facções conseguem impor taxas abusivas aos moradores, que se tornam reféns desse sistema criminoso.

Esse dinheiro é utilizado para financiar conflitos entre facções rivais, fortalecer a compra de armamentos e expandir territórios controlados pelo tráfico.

Imposições do crime nas comunidades: mais do que um simples serviço

O controle do fornecimento de serviços essenciais como internet e energia não é apenas uma questão financeira para as facções.

Ao controlar essas infraestruturas, os criminosos conseguem também fortalecer as comunicações internas do tráfico, dificultando a atuação das forças de segurança e das investigações policiais.

As redes de internet controladas pelas facções são utilizadas para comunicações clandestinas e para a coordenação de ações criminosas dentro e fora das comunidades.

Além disso, as facções criam uma dependência entre os moradores. Quem não paga pelo serviço ou tenta escapar da imposição do tráfico pode sofrer represálias graves, como ameaças de morte ou expulsão de suas casas.

Com a ausência do Estado e a impossibilidade de acesso a alternativas legais de serviços, os moradores são forçados a colaborar com as facções para garantir a sobrevivência.

Esse controle não se limita à cobrança pelo serviço, mas também à imposição de uma estrutura paralela de poder, onde qualquer ato de resistência é punido com violência.

O impacto no cotidiano das famílias e o enfraquecimento do Estado

A extensão do poder das facções para o controle de serviços essenciais cria um círculo vicioso difícil de quebrar.

Além das extorsões financeiras, os moradores enfrentam a constante insegurança e o medo de represálias.

As famílias que se veem obrigadas a pagar por serviços ilegais sentem que sua vida está cada vez mais sob o comando de grupos criminosos, sem alternativas viáveis para escapar dessa situação.

O enfraquecimento do Estado também é evidente. A presença de empresas legítimas, que poderiam fornecer serviços de qualidade e dentro da lei, é limitada ou completamente eliminada pelas facções.

O governo e as autoridades competentes têm dificuldade em reverter esse quadro, uma vez que os grupos criminosos possuem uma rede de apoio forte dentro das comunidades.

Para muitas pessoas, o tráfico de drogas e a facção que domina o local se tornam as únicas fontes de poder e proteção.

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Papo Reto
Papo Reto
09/03/2025 10:08

Tenho que desacordar da matéria em um ponto, não é só em comunidade, eles estão expandindo pelos bairros, arrebentando cabos e expulsando os técnicos, não chega nas casas obrigando a instalar, mas se não tem outra fonte de Internet não é o mesmo que obrigar? Ficarei usando a Internet do meu celular mesmo.

Pedro
Pedro
08/03/2025 22:08

Sou morador de comunidade e de fato existe a internet local porém nunca fui obrigado a aceitar, aceita quem quiser, aqui não existe “obrigatoriedade”, ( pelo menos nessa )Essa matéria não está contando toda a verdade quando se refere a aceitação de tal serviço.
A perspectiva de quem não convive com a realidade das comunidades sempre será distorcida, colocando os moradores como pobres, analfabetos sociais, miseráveis e associados a margem da sociedade.

Lucas
Lucas
Em resposta a  Pedro
08/03/2025 22:34

Sua realidade né? Porque onde eu moro nenhuma telecom pode pisar a não ser a deles. Só que aqui não cortaram totalmente as fibras. Aqui deixaram a TIM instalar em todas as casa para depois roubar a infraestrutura deles. Agora, se alguém da TIM pisar é morto.

Desconhecido
Desconhecido
Em resposta a  Lucas
09/03/2025 10:05

Aqui em na baixada, meu bairro nem e5em comunidade e já expulsaram a Tim, descobri quando solicitei um repara (eu estava sem internet), quando o técnico chegou na rua alguém veio de moto e mandou ele embora, se voltar morre. Agora tem várias placas nos postes fornecendo Internet.

Mario, do armario
Mario, do armario
08/03/2025 15:17

Isso a bostanatel não fiscaliza
Cv enfiou a mão inteira no **** deles

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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