Com Android 15 e teclado físico, o Titan 2 é um celular chinês que revive o estilo BlackBerry com 5G, dois displays e desempenho moderno. Veja tudo sobre o smartphone nostálgico.
Por mais que o tempo passe, certos gestos deixam saudade. Digitar com firmeza em teclas reais, usar atalhos sem olhar para a tela e sentir o clique de cada letra — tudo isso parece coisa do passado. Mas em 2025, um lançamento ousado da China está tentando provar o contrário: o Titan 2, um smartphone com teclado físico, Android 15 e visual retrô, quer ressuscitar a era dos BlackBerry — com tecnologia de ponta e um toque de nostalgia que está conquistando muita gente.
O retorno do teclado físico: tendência ou capricho?
Nos tempos dominados por telas infinitas e comandos por toque, um celular com teclado físico pode parecer anacrônico. Mas a chinesa Unihertz acredita no oposto: há um público fiel que sente falta dos botões e da produtividade prática dos celulares QWERTY. E mais — esse público está disposto a pagar por isso.
A empresa lançou o Titan 2 por meio de uma campanha no Kickstarter, que bateu a meta em poucos dias e já arrecadou mais de US$ 1 milhão. Com uma proposta voltada para nichos específicos — profissionais multitarefa, entusiastas de tecnologia retrô e usuários que nunca se adaptaram ao touchscreen — o Titan 2 aposta em um diferencial raro: teclas físicas com alma de smartphone moderno.
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Android 15 e chip potente: o passado com velocidade de futuro
Apesar da estética retrô, o Titan 2 entrega uma ficha técnica respeitável, à altura de modelos intermediários premium:
- Sistema operacional: Android 15
- Processador: MediaTek Dimensity 7300, octa-core de até 2,6 GHz
- RAM: 12 GB LPDDR5
- Armazenamento: 512 GB internos
- Bateria: 5.050 mAh, com carregamento rápido de 33 W
Isso significa que o Titan 2 não é apenas um “celular com teclado”, mas um smartphone completo, preparado para multitarefa, redes sociais, produtividade e até jogos — embora claramente não seja essa sua proposta central.
Além disso, o modelo inclui conectividade 5G, Wi-Fi 6, Bluetooth 5.4 e NFC, o que o posiciona como um aparelho atual em todos os aspectos técnicos, mesmo com visual nostálgico.
Dois displays, visual robusto e teclas com resposta tátil
A tela principal do Titan 2 é de 4,5 polegadas, com resolução de 1440 x 1440 pixels e formato quadrado — um aceno direto ao design dos BlackBerry Bold e Passport. O display é sensível ao toque, mas o grande destaque é o teclado físico, que vem com iluminação automática, teclas amplas, suporte a gestos e atalhos personalizáveis.
Na traseira, o aparelho ainda oferece um segundo display de 2 polegadas, com 410 x 502 pixels, dedicado a notificações rápidas, relógio, atalhos e informações contextuais — reduzindo a necessidade de ativar a tela principal a todo momento.
O corpo do Titan 2 é robusto e lembra os smartphones “indestrutíveis” da era pré-iPhone, com bordas espessas e pegada firme. O aparelho não é exatamente leve ou compacto, mas deixa claro: ele é para quem prefere funcionalidade e resistência à estética minimalista.
Câmeras completas: 50 MP, zoom óptico e selfies de respeito
Mesmo que fotografia não seja o principal apelo do Titan 2, o conjunto de câmeras impressiona pelo equilíbrio:
- Traseira principal: 50 MP
- Telefoto: 8 MP, com zoom óptico de 3,4x
- Frontal: 32 MP, para selfies e videochamadas
Esses números colocam o modelo à frente da maioria dos smartphones básicos — mostrando que, mesmo com foco retrô, o Titan 2 não economiza em especificações.
A febre dos teclados físicos nos anos 2000 — e por que ela ainda vive
Para quem viveu a era dos BlackBerry, Nokia Eseries e Motorola Q, digitar em teclado físico era quase um vício. Profissionais, jornalistas, estudantes e jovens conectados preferiam o contato real com as teclas à digitação em telas sensíveis — que na época eram menos responsivas.
No Brasil, modelos como Samsung Ch@t 335, Nokia C3 e LG C195 fizeram história, sendo acessíveis, práticos e muito populares entre quem usava SMS, e-mail e redes sociais como Orkut e MSN.
Mas a chegada do iPhone em 2007 mudou tudo. As telas cresceram, os gestos dominaram e o teclado físico foi perdendo espaço. Ainda assim, a sensação tátil e a digitação precisa nunca foram totalmente substituídas, e há um nicho de usuários que nunca se acostumou com o teclado virtual.
É esse público que a Unihertz quer atingir.
Titan 2: o novo BlackBerry de 2025?
Embora o Titan 2 não seja da BlackBerry, é difícil não fazer comparações. Seu estilo, foco em produtividade e apelo nostálgico colocam o aparelho na mesma prateleira emocional de quem foi fã da marca canadense.
Se o Titan 2 pode ser chamado de “novo BlackBerry 2025”, é porque ele tenta reviver o espírito dos celulares que colocavam o trabalho na palma da mão — sem distrações e com foco no essencial. Mas com um bônus: agora ele roda Android 15, tem 5G e câmeras de alto nível.
Vai chegar ao Brasil?
A má notícia é que, por enquanto, o Titan 2 não tem previsão de lançamento oficial no Brasil. A Unihertz está vendendo o aparelho apenas pelo Kickstarter, com preço promocional de US$ 339 (cerca de R$ 1.870 na conversão direta, sem impostos).
O envio está limitado a países selecionados, e o Brasil não aparece entre os destinos confirmados. Mesmo assim, entusiastas podem tentar adquirir via importação — assumindo o custo extra de frete e taxas.
A resposta depende do perfil do usuário. Se você sente falta da digitação com precisão, valoriza atalhos físicos, trabalha muito com texto ou quer um celular que se destaque no meio dos “retângulos de vidro”, o Titan 2 pode ser a escolha ideal.
Ele não tenta competir com iPhones ou Galaxies, mas oferece uma experiência única — com um toque de nostalgia e o desempenho necessário para o dia a dia moderno.
A boa recepção no Kickstarter indica que, sim, a era do teclado físico ainda tem seu espaço — nem que seja em um nicho fiel e exigente.