Projeto de celulose no Mato Grosso do Sul promete ser o maior do país em etapa única, movimentando bilhões em investimentos, milhares de empregos e energia renovável, com previsão de operação até o fim de 2027.
A Arauco confirmou a construção, em Inocência (MS), da maior fábrica de celulose do Brasil erguida em uma única etapa.
Batizado de Projeto Sucuriú, o complexo terá capacidade de 3,5 milhões de toneladas/ano, investimento de US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões), pico de 14 mil empregos na obra e geração de mais de 400 MW de energia renovável.
A previsão de início de operação é até o fim de 2027.
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Localização estratégica em Inocência
A unidade ficará a aproximadamente 50 quilômetros do centro de Inocência, com acesso pela rodovia MS-377, eixo logístico que liga Água Clara, Três Lagoas e a BR-262.
Documentos oficiais de licenciamento ambiental detalham o trajeto e a entrada do canteiro.
O governo estadual firmou contratos para abrir e pavimentar acessos específicos à planta, reforçando a infraestrutura viária do entorno.
Investimento bilionário e financiamento internacional
Do total de US$ 4,6 bilhões, US$ 2,2 bilhões foram estruturados por organismos multilaterais, em operação classificada como marco para o setor florestal no Brasil.
A participação de IFC (Banco Mundial), BID Invest e Finnvera assegura padrões ambientais e sociais e fortalece o cronograma financeiro do empreendimento.
Geração de empregos e capacitação
No pico das obras, a Arauco prevê mais de 14 mil oportunidades temporárias, com programas de capacitação para trabalhadores locais.
Após a partida industrial, a operação deve manter cerca de 6 mil postos diretos e indiretos nas frentes industrial, florestal e logística, consolidando um novo polo de emprego formal na costa leste sul-mato-grossense.
Energia limpa e autossuficiência elétrica
A fábrica foi concebida para operar com autossuficiência energética acima de 400 MW, com aproximadamente 200 MW destinados ao consumo interno e excedente na ordem de 220 MW para a rede nacional.
A estratégia combina caldeiras de recuperação, biomassa e gaseificação no forno de cal, reduzindo o uso de combustíveis fósseis e as emissões.
A estimativa da Arauco é que o excedente abasteça uma cidade de grande porte, enquanto estudos de financiadores citam o repasse de cerca de 220 MW ao sistema interligado.
Capacidade industrial e concorrência no setor
Com 3,5 milhões de t/ano de celulose de mercado, o Sucuriú ultrapassará, em volume total do site, a nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), inaugurada com 2,55 milhões de t/ano em linha única.
A expansão simultânea de grandes plantas em Mato Grosso do Sul confirma o Estado como um dos principais polos brasileiros de celulose, com investimentos privados de escala mundial.
Cronograma e andamento das obras
O canteiro está ativo, com marcos públicos como o lançamento da pedra fundamental em 9 de abril de 2025, e contratos de obras viárias associados.
A Arauco mantém como referência o primeiro fardo no quarto trimestre de 2027, prazo alinhado aos pacotes de fornecimento industrial fechados com grandes fabricantes de tecnologia de processo e automação.
Impacto regional e logística
A chegada do Sucuriú acelera intervenções na MS-377, incluindo restauração de trechos e construção de acessos dedicados para tráfego pesado.
Além do efeito direto sobre emprego e renda, o projeto tende a ampliar a base de serviços, moradia e comércio em municípios vizinhos, com destaque para os corredores Três Lagoas–Água Clara–Inocência, hoje conhecidos como “Vale da Celulose”.
Motivos da escolha da região
Pesaram na decisão a disponibilidade de florestas de eucalipto, o clima favorável e a infraestrutura de escoamento em consolidação.
A Arauco indica cerca de 400 mil hectares de base florestal vinculada ao abastecimento e uma governança socioambiental com mapeamento de biodiversidade e ações pactuadas com o poder público.
Com os números e o cronograma no papel, a pergunta que se impõe é direta: quais oportunidades econômicas e profissionais a sua região pretende capturar com a virada do “Vale da Celulose” em Mato Grosso do Sul?