Projeto chinês no Brasil prevê linha de transmissão com 1.468 km e deve beneficiar milhões com energia limpa até 2030.
Nesta segunda-feira (30), a State Grid Brazil Holding (SGBH) — subsidiária brasileira da estatal chinesa State Grid Corporation — lançou a pedra fundamental do maior projeto de transmissão de energia da história do Brasil.
Com aporte de R$ 23 bilhões, o “Projeto de Ultra Alta Tensão no Nordeste do Brasil” visa transportar energia gerada em usinas eólicas, solares e hidrelétricas do Nordeste para o Centro‑Oeste.
Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas sejam beneficiadas, incluindo moradores de Brasília (DF).
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Investimento em energia renovável e infraestrutura
A linha de transmissão terá 1.468 km de extensão em corrente contínua de ultra alta tensão (800 kV) e contará com duas subestações conversoras, além de unidades de apoio em corrente alternada.
A capacidade total de transmissão será de 5 milhões de kW — volume suficiente para abastecer grande parte da região.
Segundo a SGBH, a conclusão das obras está prevista para 2029, com início da operação comercial em março de 2030, sob concessão de 30 anos.
Conexão entre regiões e impacto regional
A rota ligará Graça Aranha (MA) e Silvânia (GO), passando pelo estado do Tocantins.
O site da CNN Brasil revelou que o evento de lançamento foi realizado em Silvânia e contou com a presença de autoridades como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (via videoconferência), o vice-presidente Geraldo Alckmin, o embaixador da China Zhu Qingqiao, o diretor-geral do ONS Márcio Rea, e o secretário de Transição Energética Gustavo Ataíde.
Tecnologia de ponta e eficiência energética
O projeto aplicará tecnologia de ultracompressão, padrão pioneiro no Brasil, visando reduzir perdas energéticas e aumentar a estabilidade do sistema.
Especialistas apontam que isso pode diminuir o chamado curtailment — cortes na geração por falta de capacidade de escoamento — e reduzir a necessidade de acionamento de usinas térmicas no Centro‑Oeste.
Crescimento econômico nas regiões envolvidas
Além de ampliar a segurança energética no país, a construção da linha deve movimentar a economia nas regiões afetadas.
Espera-se a criação de empregos, incremento de receitas municipais por meio de ISS e ICMS, e maior atratividade para empreendimentos agroindustriais, especialmente em áreas com canais de irrigação ainda limitados pela infraestrutura atual.
Sustentabilidade e cooperação internacional
Ao viabilizar o escoamento da eletricidade renovável do Nordeste, o projeto incentiva novas usinas e fortalece a transição para uma matriz menos dependente de termelétricas.
Observadores destacam que a iniciativa integra estratégias como a chinesa “Cinturão e Rota” e o plano brasileiro “Acelera Crescimento”, reforçando a cooperação técnica entre os países.
Presença consolidada da State Grid no Brasil
Com atuação há 15 anos no Brasil e controle sobre cerca de 10 mil km de linhas — ultrapassando 16 mil km se consideradas subsidiárias — a SGBH já opera projetos relevantes como a linha que conecta Belo Monte (PA) à subestação Terminal Rio (RJ).
A companhia reforça sua liderança no setor de transmissão nacional.
Possíveis obstáculos e expectativa otimista
Apesar do otimismo, especialistas alertam que atrasos podem ocorrer por fatores como licenciamento ambiental, mobilização de mão de obra e condições climáticas.
No entanto, a expectativa dos executores é de concluir o projeto antes do prazo, com alta qualidade e impactos positivos acelerados.
Você considera que esse tipo de investimento estrangeiro proporciona ganhos reais à sociedade brasileira?