A montadora japonesa anuncia expansão em Manaus, com investimento bilionário, aumento de capacidade produtiva e criação de novos empregos, enquanto o mercado brasileiro de motocicletas registra volumes recordes de produção e vendas.
A Honda ampliará a fábrica de motocicletas de Manaus (AM) com um investimento de R$ 1,6 bilhão em um novo ciclo que vai até 2029.
O plano eleva a capacidade instalada para 1,6 milhão de motos por ano a partir de 2026, inclui lançamento de novos modelos e modernização do parque fabril na Zona Franca.
A unidade, inaugurada em 1976, é descrita pela empresa como a mais verticalizada do grupo no mundo e emprega mais de 9 mil trabalhadores.
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Serão criados cerca de 350 novos postos para sustentar a expansão.
O pacote também prevê revisão de processos produtivos, instalação de novas linhas e mudanças de layout com foco em eficiência.
Em comunicado, a direção da marca afirmou que a demanda por soluções de mobilidade “ágeis, versáteis e econômicas” segue em alta no país e “continua a atrair os consumidores brasileiros para as motocicletas”.
A planta de Manaus, que hoje fabrica 20 modelos localmente, também passará por melhorias de logística interna e ambiente de trabalho.
Capacidade da fábrica de Manaus e posição global
A unidade amazonense é uma das maiores fábricas de motocicletas da Honda no mundo e opera com elevado nível de integração de componentes, característica que reduz dependências externas e amplia a flexibilidade de produção.
Dados do governo federal apontam que a planta integra boa parte das peças internamente, tem produção diária superior a 6 mil unidades e ciclo industrial capaz de montar uma moto a cada 19 segundos.
A elevação para 1,6 milhão de unidades/ano será atingida a partir de 2026, após a instalação de novas linhas e a adoção de equipamentos de alta tecnologia.
O reforço ocorre em um momento de forte crescimento do mercado de motocicletas no Brasil.
Novos modelos e tecnologia em destaque
O ciclo inclui novas motocicletas e atualizações de modelos já vendidos, com ênfase em economia de combustível, emissões, segurança e conectividade.
Em paralelo, veículos especializados informaram que a Honda planeja sete novos modelos para o Brasil, previstos para 2025 e o primeiro semestre de 2026.
Entre os citados estão NC750X, CB750 Hornet e XL750 Transalp.
Mercado de motos em alta no Brasil
O movimento de expansão acompanha o crescimento do setor.
Agosto de 2025 registrou 185,9 mil unidades produzidas no Polo Industrial de Manaus, avanço de 13,4% sobre agosto de 2024.
No acumulado de janeiro a agosto, a indústria somou 1.326.963 motocicletas produzidas, alta de 12,5% na comparação anual, o melhor resultado para o período em 14 anos.
Os emplacamentos também cresceram: 185,5 mil em agosto e 1.408.273 no acumulado de oito meses, recorde histórico para o intervalo.
No mercado interno, a Honda mantém a liderança com participação próxima a 68% em 2025, segundo levantamentos do setor.
A Yamaha aparece na segunda posição.
Em alguns meses, a fatia da marca oscilou entre 66% e 69%, patamar que confirma sua dominância histórica entre as fabricantes.
Emprego, portfólio e exportações
A empresa emprega mais de 9 mil pessoas em Manaus e opera com uma rede de mais de 1.100 concessionárias no país.
O portfólio reúne 20 modelos produzidos localmente e 7 importados, com cilindradas de 110 cc a 1.100 cc.
As exportações atendem 17 países, incluindo Estados Unidos, Austrália e México.
O investimento anunciado também busca ganhos de eficiência operacional, com redução de desperdícios e padronização de processos.
Produção nacional e volumes recentes
Segundo a Abraciclo, o setor encerrou 2024 com 1,7 milhão de unidades produzidas e deve atingir 1,88 milhão em 2025.
Dentro desse cenário, a Honda fabricou mais de 1,3 milhão de motocicletas em 2024, de acordo com balanços divulgados no início deste ano.
A expansão anunciada é apresentada pela companhia como estratégia para atender ao aumento da demanda.
Motivos da expansão em Manaus
Entre os fatores que explicam a ampliação estão o crescimento do mercado, a consolidação da rede logística e a mão de obra especializada na Zona Franca.
A estrutura verticalizada da fábrica, que vai do chassi ao motor, também dá previsibilidade de custos e reduz gargalos.
Com a meta de 1,6 milhão de unidades por ano a partir de 2026, a operação brasileira se tornará uma das principais bases globais da Honda em motocicletas.
Embora os novos modelos ainda não tenham sido detalhados oficialmente, a empresa afirma que eles virão com motores mais eficientes, recursos de segurança adicionais e maior conectividade.
Com a confirmação de que a capacidade de 1,6 milhão será alcançada em 2026, o setor acompanha com expectativa quais segmentos serão priorizados nas linhas de Manaus: motos de uso urbano, modelos de maior cilindrada ou scooters com mais tecnologia embarcada?