A história da cidade que virou a capital do ovo ao produzir 132 ovos por segundo. Descubra como essa produção em ovos mudou economia, tecnologia e mercado de ovos no Brasil.
Segundo informações do Compre Rural, no município de Santa Maria de Jetibá (ES), conhecido como a “capital do ovo”, a produção de ovos ultrapassa 132 ovos por segundo, segundo dados recentes do setor. Ali, com aproximadamente 41 mil habitantes e cerca de 20 milhões de galinhas poedeiras, a cidade alcançou a marca de 4,16 bilhões de ovos por ano — e esse volume a fez destacar-se no mercado avícola brasileiro.
A transformação aconteceu ao longo de décadas, combinando tradição, tecnologia e escolhas estratégicas, e o motivo é claro: aproveitar clima, relevo e história para desenvolver uma cadeia de produção de ovos eficiente e reconhecida.
Produção em escala monumental e o papel dos ovos
Em Santa Maria de Jetibá, o volume de ovos é impressionante: são 4,16 bilhões por ano, o que equivale aos já citados 132 ovos por segundo.
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Essa escala de produção destaca a importância dos ovos como produto central da economia local, reforçando o apelido de “capital do ovo”.
Além disso, a cadeia produtiva não se limita à venda dos ovos em si, mas envolve famílias produtoras, logística, genética e tecnologia — fatores que permitiram alcançar esse nível de destaque no setor.
Fatores geográficos, históricos e estruturais que alavancaram a capital do ovo
A região serrana do Espírito Santo se mostrou especialmente adequada para a avicultura de postura.
Com altitudes em torno de 700 metros, e clima ameno, o estresse térmico nas galinhas é menor — o que melhora a conversão alimentar e a qualidade dos ovos produzidos.
Ainda assim, o desenvolvimento não foi espontâneo: imigrantes europeus introduziram a avicultura há cerca de 60 anos, o que permitiu que técnicas fossem adaptadas localmente e formasse-se uma cultura de produção de ovos concentrada.
Tecnologia, inovação e sustentabilidade na cadeia de ovos
Parte do sucesso da “capital do ovo” está no uso de tecnologia e boas práticas de manejo. Por exemplo, galpões automatizados com controle climático, alimentação programada e biossegurança rigorosa ajudam a elevar a produtividade e a qualidade dos ovos.
Além disso, o uso de sistemas de tratamento de dejetos, aproveitamento de água e boas práticas ambientais consolidam a cadeia de produção como modelo.
Tudo isso ajuda a explicar por que os ovos produzidos ali têm competitividade e escala.
Impacto econômico dos ovos para a cidade e para o Brasil
Os ovos não são apenas alimento: na “capital do ovo”, essa cadeia representa mais de 30 % da economia local, considerando toda agroindústria que envolve insumos, processamento e distribuição.
Em âmbito nacional, o Brasil já produz cerca de 1.800 ovos por segundo — e esse crescimento se reflete no consumo per capita, que saltou de 120 ovos em 2007 para 269 ovos em 2024.
Logo, os ovos desempenham papel central tanto em escala local quanto no cenário de alimentos no Brasil.
Desafios que a cadeia de ovos da capital do ovo enfrenta
Apesar do destaque, produzir ovos em grande escala não é isento de obstáculos.
Entre os desafios estão os custos elevados de insumos (como milho e soja), logística complexa para transporte e refrigeração, além de riscos sanitários que podem afetar rapidamente a cadeia produtiva.
Adicionalmente, a sustentabilidade exige investimentos contínuos para manejo eficiente, e a disponibilidade de mão de obra técnica também se mostra um gargalo.
A trajetória da capital do ovo em escopo nacional
A partir de um pequeno município, Santa Maria de Jetibá se tornou referência nacional na produção de ovos — e não apenas por volume, mas pelo modelo de gestão adotado.
A cidade integra toda a cadeia: genética das aves, nutrição, processamento, logística e distribuição.
Esse protagonismo faz dela um exemplo de como comunidade, tecnologia e visão estratégica podem transformar o local em um polo significativo de produção de ovos.
Em resumo, os ovos produzidos nesta cidade representam mais que meros produtos: simbolizam uma transformação econômica e social.
Ao se tornar a verdadeira “capital do ovo”, Santa Maria de Jetibá mostra que, com planejamento, investimento e inovação, é possível elevar um município modesto ao topo da cadeia produtiva de ovos.
Enquanto isso, os desafios persistem — mas a trajetória ilustra que os ovos têm muito a dizer sobre produtividade, cenário rural e futuro alimentar no Brasil.
Fonte: Compre Rural