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Com o contrato de exclusividade da Petrobras chegando ao fim, BP e Shell iniciam corrida para instalação de novo terminal de gás natural no Porto do Pecém, no Ceará

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 25/06/2022 às 14:38
A Petrobras perderá a sua exclusividade de atuação no píer 2 do Porto do Pecém já no ano de 2023 e, com o prazo cada vez mais próximo, as empresas BP e Shell começam a corrida para a instalação de um novo terminal de gás natural no complexo cearense.
Foto: Carlos Marlon

A Petrobras perderá a sua exclusividade de atuação no píer 2 do Porto do Pecém já no ano de 2023 e, com o prazo cada vez mais próximo, as empresas BP e Shell começam a corrida para a instalação de um novo terminal de gás natural no complexo cearense.

Com o contrato de exclusividade da Petrobras no píer 2 do Porto do Pecém, localizado no estado do Ceará, chegando perto do seu fim, as companhias de óleo e gás BP e Shell estão neste sábado, (25/06), na corrida por novos negócios no local. Isso, pois as empresas têm projetos para a instalação de um novo terminal de gás natural no complexo cearense e, agora, buscam os acordos necessários para dar continuidade ao empreendimento.

Novo terminal de gás natural poderá ser instalado no Porto do Pecém após fim da exclusividade da Petrobras e BP e Shell travam corrida pelo negócio 

O Porto do Pecém, no estado do Ceará, é um dos mais requisitados atualmente pelas empresas do ramo de óleo e gás para o desenvolvimento de projetos de produção de gás natural, em razão da sua infraestrutura de qualidade para o segmento.

Com a chegada do fim da exclusividade da estatal Petrobras no píer 2 do complexo durante o ano de 2023. As empresas do segmento começam a travar a corrida em busca de contratos com o porto para projetos de gás. 

Assim, as principais atualmente são a BP e a Shell, que estão em um embate para conseguirem um acordo com o Porto do Pecém para a instalação de um novo terminal de gás natural no local. E, ambas as empresas possuem participação no complexo, uma vez que a Shell tem atualmente um contrato que garante o fornecimento de GNL à termelétrica de 1,6 GW que o consórcio Portocem. Já a BP assinou no início do ano de 2022 um memorando de entendimento com o governo cearense para instalação  de um hub de gás no Porto do Pecém.

Dessa forma, ambas as empresas estão tentando conseguir a aprovação dos projetos do novo terminal de gás natural, uma vez que não há a necessidade de um processo licitatório e os projetos são negociados bilateralmente com o complexo portuário. Assim, o presidente do CIPP, Danilo Serpa, comentou sobre o potencial de produção do Porto do Pecém e disse que “O empreendimento que demonstrar viabilidade, teremos condições de abrigar no nosso terminal portuário, da forma mais eficaz e eficiente possível”.

Demanda por gás natural no Brasil cresce e companhias buscam aproveitar cenário atual com a instalação do novo terminal de produção no Porto do Pecém

A BP e a Shell travam atualmente a corrida pela instalação do novo terminal de gás natural no Porto do Pecém não só pelo mercado atual do país, mas principalmente pelas expectativas de crescimento no setor ao longo dos próximos anos.

Isso, pois o segmento de gás no Brasil e no mundo possui fortes projeções de crescimento na demanda ao longo dos próximos anos, principalmente em razão da transição energética e das novas alternativas quanto aos combustíveis. 

Assim, a Shell está em negociações com a Cegás (CE), para fornecimento de gás à concessionária estadual e não se limita ao contrato de fornecimento de gás ao Portocem atualmente. Já a BP tem acordo de suprimento fechado com a Positiva Energia do Pecém S.A e a empresa pretende cadastrar três usinas, que somam 2,2 GW no complexo portuário, expandindo ainda mais o segmento no mercado de combustíveis no Brasil. 

Por fim, com a chegada do fim do contrato de exclusividade da Petrobras no Porto do Pecém, a autoridade portuária não parece interessada em renovar a presença da estatal no complexo e deve focar agora nos contratos com outras empresas do ramo, como a Shell e a BP, como forma de diversificar o abastecimento interno e reduzir a dependência da petrolífera.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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