A picape mais vendida do Brasil atinge produção histórica e mantém domínio nas concessionárias, mostrando força no mercado com motor turbo, câmbio CVT e versões que atendem diferentes perfis de público.
A Fiat Strada encerrou setembro com um feito histórico em Betim (MG): 18.287 unidades produzidas, maior volume mensal desde o início da fabricação, em 1998.
O desempenho de fábrica acompanha a trajetória comercial da picape, que se mantém há quatro anos consecutivos como o veículo mais vendido do país e o modelo mais produzido da Fiat no Brasil.
No varejo, o ritmo segue forte.
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Em setembro, 13.878 unidades foram emplacadas, número que levou o acumulado de 2025 a ultrapassar 101 mil unidades.
Com isso, a Strada preserva a liderança isolada entre automóveis e comerciais leves, sem concorrentes diretos com patamar de vendas semelhante no ano.
Linha 2026 mantém fórmula e amplia fôlego nas lojas
Apresentada ao mercado em setembro, a linha 2026 chega sem alterações visuais, mecânicas ou de equipamentos.
A estratégia preserva a configuração que sustentou a liderança recente, distribuída entre as versões Endurance Cabine Simples, Freedom Cabine Simples, Freedom Cabine Dupla, Volcano Cabine Dupla manual, Volcano Cabine Dupla automática, Ranch Cabine Dupla turbo automática e Ultra Cabine Dupla turbo automática.
Embora não haja novidades de projeto, o pacote segue amplo para o uso urbano e profissional.
Desde a configuração de entrada, a picape traz assistente de partida em rampa, ar-condicionado, direção elétrica, volante com ajuste, computador de bordo, rodas de aço aro 15 e protetor de caçamba.
Na prática, a manutenção dos conteúdos busca atender tanto frotistas quanto compradores de primeiro veículo, sem elevar a complexidade de manutenção.
Motores e câmbios: 1.3 aspirado ou 1.0 turbo com CVT
Do nível Endurance até a Volcano manual, a Strada utiliza o motor 1.3 Firefly flex de quatro cilindros.
Com etanol, entrega 109 cv e 14,2 kgfm; com gasolina, são 101 cv e 13,7 kgfm, sempre acoplado ao câmbio manual de cinco marchas.
Na versão Volcano automática, entra em cena o CVT com simulação de sete marchas, opção que ampliou o apelo entre consumidores que rodam majoritariamente na cidade.
Nas configurações Ranch e Ultra, o conjunto passa ao 1.0 turbo T200 flex com injeção direta, calibrado para 130 cv e 20,4 kgfm com etanol, ou 125 cv mantendo o mesmo torque com gasolina.
Além de favorecer retomadas em via rápida, o casamento com o câmbio CVT prioriza progressividade e eficiência, alinhado ao posicionamento de picape leve de uso misto.
Evolução do projeto: do pioneirismo ao redesenho de 2020
Lançada em 1998, a Strada marcou o segmento de picapes compactas com soluções que, à época, expandiram o uso além do trabalho.
A cabine estendida (1999) aumentou a versatilidade sem sacrificar a caçamba; a cabine dupla (2009) levou a proposta para famílias; e a terceira porta lateral (2013) facilitou o acesso traseiro.
O salto mais profundo veio em 2020, quando o modelo adotou nova plataforma, quatro portas, design atualizado e mais tecnologia embarcada, dando origem à geração atual.
Na sequência, a oferta foi ampliada com o câmbio CVT (2021) e, depois, com o motor 1.0 turbo (2023).
As evoluções de trem de força tiveram impacto direto na base de clientes, que passou a incluir perfis interessados em conforto e consumo equilibrado sem abrir mão da capacidade de carga e da altura do solo.
Desempenho comercial: números recentes e participação de mercado
Após a renovação de gama, as vendas cresceram de forma contínua.
Em 2024, a Strada somou mais de 144 mil unidades, resultado equivalente a 5,8% de participação no mercado total de automóveis e comerciais leves.
Já em 2025, até maio, o modelo acumulava 51.207 unidades.
Em setembro, como citado, o volume mensal de 13.878 emplacamentos ajudou a manter o acumulado anual acima de 101 mil, assegurando a continuidade da liderança.
Além do desempenho doméstico, a picape é produzida exclusivamente em Betim e exportada para Argentina, Paraguai e Uruguai.
Nesses mercados, mantém liderança desde 2023, ampliando a presença regional da Fiat no segmento de leves.
Preços e posicionamento por versão
Os preços variam conforme cabine, motorização e transmissão. A Endurance 1.3 manual, cabine simples, parte de R$ 111.990.
No topo da gama, as versões Ranch e Ultra, ambas com T200 turbo e CVT, são listadas por R$ 146.990.
Entre elas, a Volcano figura como opção de apelo mais “multiuso”, combinando pacote de equipamentos voltado ao conforto com a escolha entre câmbio manual e automático CVT.
Enquanto isso, a gestão de versões se apoia em diferenciação objetiva.
As configurações de entrada atendem atividades profissionais que priorizam robustez e custo de operação; as centrais, como Freedom e Volcano, miram uso misto; e o topo, com Ranch e Ultra, incorpora o conjunto turbo-CVT e acabamento mais completo, mirando quem deseja desempenho superior e conveniência na cidade.
Por que o recorde de produção importa para o mercado
O patamar de 18.287 unidades produzidas em setembro sugere adequação de capacidade à demanda atual e à carteira de pedidos.
Para a rede, volumes nessa escala tendem a reduzir prazos de entrega e estabilizar preços transacionais.
Para consumidores, a manutenção do mix com opção 1.3 aspirado e 1.0 turbo CVT amplia a chance de encontrar uma configuração alinhada ao uso.
Por outro lado, a ausência de mudanças no modelo 2026 indica foco em escala e disponibilidade, e não em introdução de novos conteúdos no curto prazo.
A consistência entre fábrica e concessionárias, refletida no acumulado anual acima de 101 mil unidades, reforça o domínio da Strada na faixa de picapes leves.
Em termos de estratégia, a Fiat sustenta a liderança mantendo o produto “conhecido” e concentrando esforços na entrega, ao mesmo tempo em que protege a percepção de valor com versões bem marcadas e preços escalonados.
Histórico de soluções que moldaram o segmento
Ao longo de quase três décadas, a Strada consolidou uma agenda de inovações que influenciou rivais e consumidores.
A cabine dupla, por exemplo, facilitou a jornada de quem precisava de cinco lugares e caçamba no mesmo veículo.
A terceira porta lateral simplificou o embarque traseiro sem comprometer a estrutura.
Na geração atual, a combinação de quatro portas, tela multimídia e pacotes eletrônicos de segurança aproximou o comportamento do dia a dia de um hatch compacto, sem esquecer a capacidade de carga e o vão livre valorizados por profissionais e moradores de regiões com vias irregulares.
Por fim, a chegada do CVT e do turbo aproximou a picape do padrão de dirigibilidade hoje esperado em uso urbano, com respostas mais lineares, giro contido e consumo competitivo.
A leitura do mercado confirma a preferência: as versões automáticas ganharam participação nas vendas desde 2021, sinalizando que o público de picapes leves valoriza praticidade sem abrir mão de desempenho.
Com produção recorde, vendas acumuladas acima de 100 mil unidades em 2025 e a manutenção de versões que cobrem do trabalho ao lazer, a Strada segue ocupando um espaço raro no mercado brasileiro; para você, qual fator pesa mais nessa escolha hoje: o motor 1.0 turbo com CVT, o custo de propriedade ou a versatilidade de uso?