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Com mais bois que gente no Brasil, especialista aponta o culpado da crise climática: “O nosso inimigo é o agronegócio”

Publicado em 23/09/2025 às 17:23
Agronegócio, Crise climática, Emissões
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Historiador da Unicamp critica expansão do agronegócio, alerta sobre emissões de metano e queimadas e defende agroecologia e agricultura familiar sustentável

O historiador Luiz Marques, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avalia que a principal ameaça ao equilíbrio climático no Brasil é o próprio agronegócio.

Ele explica que a derrubada de florestas para abrir espaço a pastagens e monoculturas aumenta as emissões de gases de efeito estufa.

Você está tirando a floresta que capta gases de efeito estufa e ainda colocando no lugar pasto […] que gera gases de efeito estufa”, afirma.

A fala ocorreu em entrevista ao podcast Manual de Sobrevivência, do Brasil de Fato.

Mais bois que pessoas

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024 o Brasil contava com 238,2 milhões de cabeças de gado. Marques compara esse número à população nacional: “Tem mais boi do que gente no país”.

O governo federal, ao mesmo tempo, reservou R$ 516,2 bilhões para o Plano Safra 2025/2026. A maior fatia desses recursos segue destinada ao agronegócio, algo criticado pelo pesquisador porque concentra investimentos em um setor considerado por ele como principal emissor de poluentes.

O Brasil tem condições de diminuir as emissões muito mais do que os outros países. O nosso inimigo é o agronegócio”, aponta.

Peso da agropecuária nas emissões

O Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima, indica que 74% das emissões brasileiras vêm da agropecuária. O problema é agravado pelo metano.

O boi e a vaca são ruminantes, eles arrotam metano”, explica Marques. O gás, de acordo com relatórios da Comissão Europeia e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (Unece), pode aquecer o planeta até 87 vezes mais que o dióxido de carbono em um período de 20 anos.

Queimadas e falhas no inventário

Outro ponto citado pelo professor são as queimadas associadas à produção de carne. Para ele, “99% dos incêndios no Brasil são provocados por ação humana, e o agronegócio está por trás disso”.

Monitoramentos recentes confirmam a predominância de causas humanas nos incêndios florestais. Marques critica ainda as lacunas nos inventários oficiais: “O dióxido de carbono liberado nessas queimadas não é contabilizado, e a degradação florestal também fica de fora”.

Alternativas propostas

Apesar das críticas, o historiador aponta caminhos. Ele defende a reforma agrária, o incentivo à agroecologia e o fortalecimento da agricultura familiar e quilombola.

Na sua visão, experiências como as do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) mostram que o Brasil possui modelos agrícolas sustentáveis e capazes de reduzir drasticamente as emissões.

Com informações de Brasil de Fato.

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Romário Pereira de Carvalho

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