Com hospedagem flutuante e obras em ritmo acelerado, Belém se prepara para receber a COP30 e transformar sua infraestrutura para o futuro
Com a expectativa de receber cerca de 50 mil visitantes, o déficit de hospedagem em Belém voltou a preocupar o governo federal a 200 dias da abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Para enfrentar o desafio, medidas foram anunciadas em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 24, no Parque da Cidade, um dos locais que sediarão os debates.
Navios atracados como solução emergencial
O secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, afirmou que a hospedagem é o ponto mais sensível da organização. Para ampliar a capacidade, foi firmado um contrato entre a Casa Civil e a Embratur, prevendo a oferta de pelo menos 6 mil leitos em navios atracados no Porto de Outeiro.
O investimento total da operação será de R$ 263 milhões. Desse valor, R$ 30 milhões serão financiados pelo governo federal para garantir 600 vagas destinadas às equipes da ONU. As vagas restantes serão comercializadas pela empresa operadora contratada.
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A iniciativa também contempla 500 vagas para países em desenvolvimento, financiadas pelo Fundo Fiduciário da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima ou pelas próprias delegações. A Embratur receberá R$ 3,7 milhões pelos serviços de modelagem, contratação, supervisão e gestão da operação.
Experiência internacional inspira modelo
Valter Correia destacou que a solução segue exemplos de outras grandes conferências internacionais. “Essa medida se soma ao esforço conjunto de ampliar a rede hoteleira com o apoio de imobiliárias, plataformas de hospedagem e convênios com o governo estadual”, explicou.
Ele alertou, no entanto, para a necessidade de equilíbrio nos preços. “Estamos conseguindo ampliar a oferta de leitos, mas agora precisamos organizar os preços. Houve uma empolgação inicial, o que é natural, mas o setor já começa a entender que a imagem de Belém no turismo futuro está em jogo”, afirmou.
Segundo Correia, a COP30 será uma vitrine internacional para a cidade. “Não é só sobre os 15 dias de evento. É sobre o que Belém pode se tornar depois disso. Um destino sustentável, seguro e estruturado para receber o mundo”, completou.
Infraestrutura em ritmo acelerado
O Porto de Outeiro, onde os navios ficarão atracados, está em fase de ampliação e revitalização. A vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, informou que a ponte que liga a ilha ao continente já tem 70% das obras concluídas. Essa ligação será essencial para o transporte entre o porto e o Parque da Cidade.
Hana Ghassan afirmou que o trajeto entre o Porto de Outeiro e o centro do evento deve durar entre 20 e 25 minutos. “A hospedagem flutuante já foi utilizada com sucesso em outras conferências. Em Belém, ela se soma a um conjunto de estratégias para garantir uma COP bem organizada e acolhedora”, destacou.
Parque da Cidade será o centro da COP30
O Parque da Cidade, com 500 mil m² de área total, já tem cerca de 230 mil m² em obras, o equivalente a 78% da execução prevista. Segundo a vice-governadora, o espaço foi bem avaliado em visitas técnicas da ONU.
Além do Parque da Cidade, obras como o Porto Futuro, com 83% de execução, e o Parque Linear da Doca, com 74%, também estão em fase final e devem ser concluídas a tempo da conferência.
Legado para a cidade
Hana Ghassan ressaltou que o foco vai além do evento. “Queremos transformar a cidade e a vida da população. Essas obras deixam um legado em mobilidade, infraestrutura, turismo e sustentabilidade”, afirmou.
Com 200 dias restantes, o ritmo das obras será intensificado. “Estamos ampliando as equipes e contando com consultorias especializadas para garantir uma COP inclusiva, acessível e histórica para Belém”, concluiu a vice-governadora.
Com informações de Agência Cenarium.