Novo processo de etapa única converte resíduos plásticos tóxicos em combustível de forma simples, rápida e com alto rendimento, abrindo portas para a produção em larga escala.
Cientistas desenvolveram um método inovador que transforma resíduos plásticos mistos em gasolina. A nova técnica alcança mais de 95% de eficiência em uma única etapa, operando em temperatura e pressão ambientes. Este avanço representa uma solução promissora e escalável para o problema do lixo plástico.
Uma nova era na reciclagem: transformando lixo plástico em combustível
Uma equipe internacional de cientistas revelou um processo de uma única etapa para converter resíduos plásticos tóxicos em gasolina. A pesquisa, liderada por instituições como o Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico e a Universidade de Columbia, se destaca por sua simplicidade e eficácia. Diferente dos métodos convencionais, a nova abordagem exige menos energia, menos equipamentos e menos etapas.
Pesquisadores publicaram os resultados na revista Science, destacando o potencial do método. “O método apoia uma economia circular ao converter diversos resíduos plásticos em produtos valiosos em uma única etapa”, afirmaram no artigo. A técnica é especialmente notável por sua capacidade de processar PVC, transformando-o em hidrocarbonetos sem cloro.
-
O segredo das baratas: como o sistema digestivo dos insetos pode turbinar a produção de etanol sustentável no Brasil
-
Ciência e inovação impulsionam o hidrogênio verde na transição energética
-
Amaggi e Inpasa firmam acordo bilionário: grupos vão investir R$ 7,5 bilhões na construção de três usinas de etanol de milho e criar um dos maiores polos de biocombustíveis do Brasil
-
Etanol ganha protagonismo na transição energética, afirma ministro Alexandre
Como funciona o processo inovador que transforma plástico em gasolina?
O segredo do processo está na combinação dos resíduos plásticos com isoalcanos leves. Esses compostos orgânicos são subprodutos comuns em refinarias, o que facilita sua obtenção. A mistura reage em condições ambientes, quebrando as moléculas do plástico.
O resultado é a produção de hidrocarbonetos da “faixa da gasolina”. Isso significa que as moléculas geradas, contendo de 6 a 12 carbonos, são o principal componente do combustível que usamos em veículos. Além disso, o ácido clorídrico resultante do processo pode ser recuperado, neutralizado e reutilizado como matéria-prima industrial.
Eficiência comprovada: os resultados surpreendentes da conversão
Os testes realizados pela equipe demonstraram uma eficiência notável. Operando a uma temperatura de 30ºC, a conversão de tubos de PVC macio atingiu 95%. Para PVC rígido e fios de PVC, a eficiência foi ainda maior, chegando a impressionantes 99%.
Os cientistas também testaram uma mistura de materiais de PVC com outros resíduos plásticos, como a poliolefina. Mesmo nesse cenário mais complexo, a conversão sólida alcançou 96% de eficiência a uma temperatura de 80ºC. Esses números comprovam a robustez e a versatilidade da nova tecnologia.
Rumo à aplicação industrial: as vantagens do novo método
A principal vantagem desta descoberta é sua escalabilidade. Por ser um processo de estágio único que opera em condições amenas, ele se torna viável para aplicações industriais em larga escala. A simplicidade e a rapidez do método o tornam uma alternativa econômica e sustentável para o tratamento de resíduos plásticos.
A capacidade de transformar um problema ambiental grave, como o lixo plástico, em um produto de alto valor, como a gasolina, abre um novo caminho para a economia circular. Este avanço pode revolucionar a forma como lidamos com os resíduos tóxicos globalmente.