A forte queda nos rendimentos dos títulos do tesouro americano e no dólar, somada à procura chinesa e incertezas globais, impulsiona os ganhos do metal precioso.
O ouro atingiu um novo recorde histórico de fechamento nesta segunda-feira (8). O movimento foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a queda nos rendimentos dos Treasuries (títulos do tesouro dos EUA) e a desvalorização do dólar. Além disso, a forte demanda vinda da China e um ambiente geopolítico incerto aumentam a procura pelo metal como um ativo seguro.
Queda do dólar e juros nos EUA impulsionam o metal
Na Comex, a divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o contrato de ouro com vencimento em dezembro registrou uma alta de 0,66%, fechando a US$ 3.677,40 por onça-troy. Durante o pregão, o ativo chegou a atingir a máxima histórica de US$ 3.685,70.
Segundo Fawad Razaqzada, analista de mercados da StoneX, os dados fracos sobre o mercado de trabalho nos EUA, divulgados na sexta-feira passada (5), “sedimentaram” as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) irá realizar cortes nas taxas de juros. Essa perspectiva torna o ouro mais atraente para os investidores.
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Apetite chinês pelo ouro se mantém firme
O cenário internacional também contribui para a valorização. As reservas internacionais de ouro da China apresentaram crescimento pelo décimo mês consecutivo, conforme dados divulgados no domingo (7), o que sinaliza uma demanda robusta e contínua pelo metal.
Cenário geopolítico aumenta a procura por segurança
As tensões geopolíticas adicionam uma camada de incerteza que favorece ativos de segurança. No sábado (6), a Rússia lançou sua maior ofensiva contra a Ucrânia desde o início do conflito. Em resposta, líderes europeus aceleraram as discussões sobre um novo pacote de sanções econômicas para limitar a receita russa. De acordo com o jornal Financial Times, a União Europeia considera a aplicação de sanções secundárias contra a China, uma medida que dependeria de uma ação coordenada com os Estados Unidos.
Análises apontam para possível volatilidade à frente
Apesar do otimismo, alguns analistas adotam uma postura mais cautelosa. O banco TD Securities avalia que o ouro pode ter menos espaço para novas altas. Para a instituição, os recordes recentes aumentam a vulnerabilidade do metal às mudanças no sentimento macroeconômico. Razaqzada, da StoneX, complementa que o rali do ouro será testado nos próximos dias com a divulgação de novos dados da economia americana, incluindo os de inflação ao consumidor.