A unidade da Coca-Cola FEMSA em Jundiaí, no interior de São Paulo, impressiona pela escala e tecnologia que movimentam bilhões de litros de bebidas por ano, tornando a cidade um dos principais polos industriais e logísticos do país.
Pouca gente imagina, mas a maior fábrica da Coca-Cola em volume de produção no mundo está no Brasil — mais precisamente em Jundiaí, no interior de São Paulo.
O que parece uma curiosidade regional, na verdade, revela uma operação de escala global: são 190 mil metros quadrados, 2 bilhões de litros produzidos por ano e 16 linhas de envase que mantêm a engrenagem da marca girando sem parar.
Uma “cidade industrial” dentro de Jundiaí
A planta, operada pela Coca-Cola FEMSA Brasil, é tão grande e movimentada que lembra o ritmo de uma pequena cidade.
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São cerca de 1,7 mil pessoas trabalhando diariamente — entre funcionários diretos e terceirizados — em setores que vão da manufatura à logística.
Caminhões entram e saem a todo momento, levando toneladas de bebidas para diferentes regiões do país.
Segundo a Prefeitura de Jundiaí, a unidade responde por cerca de 30% da produção nacional da engarrafadora, o que ajuda a explicar o fluxo constante de produtos e pessoas.
Em números práticos, isso significa que boa parte dos refrigerantes vendidos no Estado de São Paulo (e parte de Minas Gerais) provavelmente passou por essa fábrica.
Onde tudo começou
A história da unidade começou em 1993, e desde 2003 ela é administrada pela Coca-Cola FEMSA, braço do grupo responsável por operações em vários países.
Ao longo de três décadas, a estrutura passou por sucessivas expansões e modernizações, ganhando novas linhas de envase, sistemas automatizados e uma rede logística robusta.
Com o tempo, a fábrica se tornou um símbolo da presença industrial da Coca-Cola no Brasil, aparecendo em reportagens e registros oficiais como a maior do sistema global em volume de produção.
Poucas plantas no mundo operam com tamanha capacidade e diversidade de produtos — 168 sabores diferentes, de refrigerantes a bebidas sem açúcar e versões em embalagens variadas.
Tecnologia e precisão no envase
Quem visita a unidade encontra uma operação de alta tecnologia.
As linhas de envase funcionam em ritmo contínuo, com máquinas capazes de encher milhares de garrafas por hora.
Todo o processo é monitorado por sensores, sistemas automatizados e equipes especializadas em qualidade e manutenção.
Para sustentar a escala, a fábrica conta com infraestrutura própria de água de processo, vapor, energia e tratamento de resíduos, ajustada para garantir regularidade e eficiência.
O controle rigoroso evita desperdícios e assegura que cada produto siga os padrões internacionais de qualidade da marca.
Logística e estratégia de localização
A escolha de Jundiaí não foi por acaso.
A cidade está em um ponto estratégico, cercada por rodovias que conectam o interior paulista à capital e a outros estados.
Isso facilita a distribuição para 13 centros logísticos, reduzindo o tempo de entrega e aumentando a capacidade de reposição nas prateleiras.
Além disso, Jundiaí oferece mão de obra qualificada, infraestrutura urbana consolidada e proximidade com fornecedores — fatores que tornam o município um polo de operações industriais de grande porte.
É uma espécie de hub que conecta a fábrica ao consumidor final em diferentes regiões do país.
Sustentabilidade e uso inteligente de recursos
Outro aspecto curioso é o foco em eficiência hídrica e energética.
A planta de Jundiaí é reconhecida por programas de conservação e reuso de água, conquistando prêmios e certificações por reduzir o consumo específico por litro produzido.
Cada gota é reaproveitada ao máximo, e parte da energia utilizada vem de fontes renováveis, alinhando a produção às metas ambientais globais da companhia.
Essas ações representam economia e garantem a sustentabilidade da operação em longo prazo.
A Coca-Cola FEMSA mantém auditorias e metas públicas relacionadas ao uso racional de recursos, reforçando o compromisso com a gestão responsável.
Uma engrenagem global que gira do Brasil para o mundo
A Coca-Cola FEMSA, responsável pela operação brasileira, é a maior engarrafadora do sistema Coca-Cola no mundo em volume de vendas.
Isso significa que a experiência de Jundiaí faz parte de uma rede global de fábricas que compartilham processos, tecnologia e padrões de qualidade semelhantes.
No caso brasileiro, a unidade serve de referência técnica e de modelo de eficiência.
Ela concentra boa parte das práticas que o grupo aplica internacionalmente — desde auditorias internas e externas até programas de melhoria contínua, rastreabilidade e inovação em linhas de envase.
Fábrica em movimento constante
Embora a rotina de produção seja intensa, ainda não há um documento público que confirme oficialmente a operação “24 horas por dia, 7 dias por semana”.
O que se sabe é que a fábrica mantém turnos contínuos e alto nível de disponibilidade, o que garante que a produção nunca pare por longos períodos.
Essa cadência é essencial para atender um mercado que consome milhões de litros de bebidas diariamente.
De acordo com registros de imprensa e da própria Prefeitura de Jundiaí, o movimento é constante, com caminhões chegando a todo momento para carregar e descarregar produtos.
É um ciclo sem pausa, que transforma o interior paulista em uma das engrenagens mais importantes do sistema global da Coca-Cola.
Impacto econômico e social
A presença da fábrica vai além da produção.
O complexo impulsiona a economia local, movimenta cadeias de fornecedores e mantém programas de formação profissional em parceria com o SENAI, estimulando a geração de emprego e renda.
Essa integração entre indústria e comunidade é um dos fatores que consolidaram Jundiaí como polo logístico e industrial de referência no país.
Com o tempo, a cidade passou a se associar diretamente à marca — não apenas como endereço, mas como um exemplo de escala e eficiência industrial dentro do Brasil.
Um gigante silencioso
Entre garrafas, máquinas e caminhões, a fábrica de Jundiaí continua a operar como um gigante silencioso que sustenta o ritmo de consumo de milhões de brasileiros.
Cada litro produzido ali carrega um pouco da engenharia, da logística e da história que transformaram o local em um símbolo da Coca-Cola no país.