A Ponte Internacional da Rota Bioceânica já está 75% concluída e promete transformar a logística entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Com previsão de entrega até o fim de 2026, a estrutura será peça-chave no corredor rodoviário que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, facilitando o comércio exterior e encurtando prazos de transporte.
A construção da Ponte Internacional da Rota Bioceânica alcançou 75% de execução. A estrutura liga Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai.
A previsão é que a obra esteja pronta no segundo semestre de 2026.
Além disso, os acessos rodoviários no lado brasileiro, que somam cerca de 13 quilômetros, devem ser finalizados até o final do mesmo ano.
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As atualizações foram apresentadas durante a 10ª Reunião da Comissão Mista da Ponte Bioceânica, realizada em Porto Murtinho.
Estrutura avança em ritmo acelerado
A ponte terá 1.294 metros de comprimento e 21 metros de largura.
A obra principal está 75% pronta. Já os acessos rodoviários, com 13,1 km de extensão, estão em fase inicial, com cerca de 17% executados.
Nesse trecho, estão sendo erguidas quatro pontes menores. Uma delas terá quase 700 metros, necessária para atravessar uma área alagada.
O mais importante é que essa ligação faz parte do Corredor Rodoviário de Capricórnio.
Essa rota une os portos do norte do Chile, como Antofagasta e Iquique, ao Brasil, passando por Paraguai e Argentina. Porto Murtinho será um dos principais pontos logísticos da conexão.
Infraestrutura aduaneira também em planejamento
Para garantir a fluidez do transporte, está prevista a instalação de complexos alfandegários nos dois lados da fronteira. A Receita Federal estima um fluxo inicial de 250 caminhões por dia.
Esse número poderá crescer à medida que a Rota Bioceânica se consolidar como opção para exportações e importações entre o Mercosul e o continente asiático.
O chanceler Daniel Falcon destacou o impacto esperado.
Segundo ele, a ponte trará crescimento, aumento no comércio e geração de empregos na região. Ele também elogiou a colaboração entre os governos envolvidos.
Município terá novo papel no comércio exterior
O prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, afirmou que a cidade se tornará uma porta de entrada e saída para o comércio exterior brasileiro.
Para ele, a ponte representa uma transformação econômica para o município.
Jaime Verruck reforçou a previsão de entrega total até o fim de 2026, incluindo os acessos e os postos alfandegários. Ele afirmou que a obra é uma prioridade estadual e nacional.
ACI em fase de projeto executivo
Outro tema discutido foi a criação de um Centro Integrado de Alfândega (ACI) em cabeceira única.
O Paraguai ficou responsável por detalhar suas demandas de infraestrutura, como salas e equipamentos.
Essas informações serão usadas pelo Brasil para elaborar o projeto executivo. Verruck destacou que o ACI é essencial para integrar os sistemas aduaneiros dos dois países.
Porto seco pode ser necessário
Com a expectativa de aumento no transporte de cargas, há também a possibilidade de construção de um porto seco em Porto Murtinho. A prefeitura já ofereceu uma área para viabilizar o projeto.
Segundo o secretário, essa estrutura poderá ser licitada se houver necessidade de ampliar o sistema aduaneiro da região.
Acordo entre os países avança
Foi discutida ainda a ratificação de um aditivo ao Acordo da Ponte. O documento define questões tributárias entre os países e já está tramitando no governo brasileiro. A expectativa é que o texto chegue ao Senado Federal em breve.
Outra proposta apresentada na reunião foi a construção de uma nova ponte sobre o rio Apa, entre Bela Vista (MS) e Bella Vista Norte (PY). A ideia é ampliar ainda mais a integração rodoviária regional. O governo federal estuda a viabilidade de ligar essa futura estrutura à BR-267.
A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com mais de 2.400 km de extensão. Ela conecta o oceano Atlântico, pelo Brasil, ao Pacífico, pelo Chile. O trajeto passa também por Paraguai e Argentina.
A proposta busca reduzir o tempo e os custos no transporte de mercadorias. Segundo estimativas, a economia pode chegar a 30% nos custos logísticos e a 15 dias no tempo de viagem em comparação à rota marítima via Canal do Panamá.