Inicia disputa entre as gigantes produtoras de bebidas Coca Cola e Heineken com a Ambev no mercado brasileiro
A Coca Cola anunciou acordo com a Heineken para remodelar sua rede de distribuição no Brasil e coloca a multinacional Ambev, a maior empresa de bebidas do mundo, em saia justa.
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O acordo entre o Grupo Heineken e o sistema de distribuição da Coca-Cola no Brasil divulgado na quarta-feira, 24, põe fim a um impasse que se estende desde a compra da Brasil Kirin pela cervejaria holandesa, em 2017.
A parceria entre as gigantes Heineken e Coca Cola entrará em vigor em meados deste ano e terá validade até 2026, mas há a possibilidade de que seja prorrogado por mais cinco anos.
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O contrato está sujeito às aprovações regulatórias e, como parte da negociação, as empresas concordaram em encerrar todos os litígios entre elas relativos a acordos de distribuição anteriores.
Segundo o Bradesco BBI, as consequências da decisão serão negativas para a Ambev, pois o engarrafamento das concorrentes se desenvolverá melhor no Brasil.
Heineken e Amstel passarão a ser distribuídas pela própria cervejaria holandesa e a Coca Cola poderá distribuir outras marcas da Heineken
A expectativa para o desfecho da história era tanta que, na última semana, um relatório publicado pelo Bradesco BBI avaliava em R$ 1,9 bilhão uma possível transação em que as engarrafadoras da Coca-Cola, com a Femsa e a Andina, comprassem as marcas Kaiser e Bavaria e, assim, resolvessem o impasse.
De acordo com o comunicado, a Coca Cola, continuará a oferecer Kaiser, Bavaria e Sol. Este portfólio ainda será complementado com a marca premium Eisenbahn e outros rótulos internacionais.
Coca-Cola Brasil ainda poderá vender e distribuir outras cervejas e bebidas alcoólicas, respeitando uma proporção, não divulgada, do portfólio do Grupo Heineken. Da mesma forma, o grupo cervejeiro poderá explorar outras oportunidades no segmento não alcoólico.
Para analistas, acordo significa mais competição entre as gigantes Ambev, Coca Cola e Heineken
Na visão dos analistas, as vantagens competitivas da Ambev diminuiriam com o acerto.
Não há dúvidas de que a concorrência deve aumentar com o Grupo Heineken mais bem resolvido em sua cadeia de distribuição.
Sobre o aumento da concorrência, a Ambev acha que ainda é cedo para tecer comentários. “Sob a nossa ótica, o mercado brasileiro sempre foi competitivo. Isso foi anunciado ontem e ainda é cedo para dizer os impactos. Preferimos olhar para o que a gente controla. Nossa rede de distribuição tem operado muito bem. É uma máquina bem azeitada criada ao longo de décadas”, afirmou ao Estadão/Broadcast Lucas Lira, diretor financeiro da empresa.