A misteriosa cobra sem nariz, conhecida cientificamente como Langaha madagascariensis, apresenta diferenças extremas entre machos e fêmeas e um apêndice nasal único que parece desafiar a evolução.
Conhecida pelo nome científico Langaha madagascariensis, essa espécie nativa das florestas tropicais e secas da ilha africana combina características anatômicas bizarras, estratégias de camuflagem avançadas e um comportamento predatório quase teatral, segundo o banco científico iNaturalist.
Uma cobra com o “nariz” mais estranho do reino animal
Descrita pela primeira vez em 1790 pelo naturalista francês Pierre Joseph Bonnaterre, a Langaha madagascariensis, também chamada de cobra-de-folha ou Madagascar leaf-nosed snake, parece saída de um conto de ficção científica.
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Seu “nariz” é, na verdade, uma extensão cartilaginosa que lembra uma folha ressecada.
O formato muda conforme o sexo: os machos possuem um apêndice fino e pontudo, enquanto as fêmeas exibem uma estrutura achatada e com bordas irregulares, segundo dados da Wikipedia.
Essa diferença, chamada de dimorfismo sexual extremo, é uma das mais acentuadas entre serpentes conhecidas. Cientistas acreditam que o apêndice nasal funciona como camuflagem, permitindo que a cobra se confunda com galhos e folhas mortas enquanto aguarda o momento de atacar suas presas.
Um predador paciente que imita o vento e as árvores
A cobra sem nariz é uma predadora de emboscada: passa horas imóvel, pendurada de cabeça para baixo, fingindo ser um galho balançando ao vento.
Estudos publicados no African Journal of Herpetology e observações de campo relatadas por Jessica Tingle (2012) mostram que o réptil usa movimentos de “ondulação” e “empolamento do pescoço” (chamado de hooding) para reforçar o disfarce.
Com até 1,20 metro de comprimento, corpo esguio e coloração que varia do marrom-avermelhado ao cinza-bege, a Langaha madagascariensis é praticamente invisível nas copas de árvores de florestas como Ankarafantsika, Kirindy e Lokobe.
Sua dieta é composta por rãs, lagartos e pequenos pássaros, e ela ataca com velocidade relâmpago quando o alvo chega a poucos centímetros de distância.
Veneno fraco para humanos, mas letal para presas
Apesar de sua aparência ameaçadora, a cobra sem nariz não representa perigo para humanos. De acordo com o Madamagazine, ela possui presas localizadas na parte posterior da mandíbula, capazes de injetar pequenas quantidades de veneno.
Em pessoas, o efeito se resume a inchaço e dor semelhante a uma picada de vespa, mas para lagartos e pequenos vertebrados o veneno é mortal em poucos minutos.
Outro fato curioso: para injetar o veneno, a Langaha madagascariensis precisa mastigar a presa, “massageando” o veneno até que penetre o corpo. Por isso, especialistas reforçam que ela é calma, tímida e raramente agressiva, reagindo apenas quando se sente ameaçada.
Reprodução e nascimento: filhotes com o nariz “dobrado”
Durante a estação chuvosa de Madagascar, os machos procuram fêmeas para acasalamento. Cada fêmea deposita de 5 a 11 ovos com casca maleável, geralmente colados em folhas ou ramos secos.
Após cerca de dois meses, os filhotes nascem com o “nariz” dobrado sobre o rosto, que só se “ergue” nas primeiras 36 horas de vida, uma adaptação que, segundo herpetologistas, facilita o rompimento do ovo.
Os jovens pesam cerca de 2 gramas e já caçam sozinhos desde o nascimento, pendurando-se em galhos finos para evitar predadores e aproveitar o máximo da camuflagem natural.
A função do “nariz de folha” ainda é um mistério evolutivo
Mais de 230 anos após sua descoberta, os cientistas ainda não sabem explicar a função exata do apêndice nasal. Algumas hipóteses apontam que ele serve para enganar presas ou confundir predadores, enquanto outras sugerem que pode ter papel na atração sexual.
O comportamento imitativo, descrito por pesquisadores como “mimetismo vegetal ativo”, faz da cobra sem nariz um dos exemplos mais sofisticados de camuflagem evolutiva já registrados na natureza, segundo o Field Guide to Amphibians and Reptiles of Madagascar (Glaw & Vences, 2007).
Curiosidades sobre a cobra sem nariz de Madagascar
- Nome científico: Langaha madagascariensis
- Família: Pseudoxyrhophiidae
- Endêmica de: Madagascar
- Comprimento: até 1,20 m
- Alimentação: rãs, lagartos e pequenos pássaros
- Veneno: fraco para humanos, fatal para presas
- Ovos por ninhada: 5 a 11
- Comportamento: pendura-se em galhos fingindo ser uma folha