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CNM destaca que fixação do ICMS como forma de reduzir os preços dos combustíveis e da energia pode gerar perdas de 15 bilhões aos municípios

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 22/05/2022 às 14:14
Atualizado em 01/07/2022 às 03:50
posto de combustível - energia - icms
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Projeto de Lei que visa fixar o ICMS no país é bastante polêmico e vem gerando muitos debates. A CNM destaca o risco dos municípios perderem arrecadação em caso de aprovação

Na última quinta-feira, Arthur Lira, presidente da Câmara de Deputados, afirmou que colocará em votação na próxima terça-feira, dia 24, o projeto de lei que classifica combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes como bens e serviços essenciais. Isso significa que a alíquota do ICMS passará a ser limitada em 17%. 

Mesmo com o Brasil sofrendo muito com os preços dos combustíveis e da conta de energia, a medida que visa limitar o ICMS é bastante polêmica, gerando muitos debates sobre o tema nas últimas semanas.  

Posto de combustível

A CNM (Confederação Nacional de Municípios), divulgou uma nota criticando fortemente o projeto de lei. A nota oficial critica e alerta para as consequências de uma eventual aprovação do projeto. Conforme a entidade, em caso de aprovação, o projeto pode causar um prejuízo de 15 bilhões aos municípios.   

“A mudança de categoria representa o incentivo ao consumo de energias não renováveis, ao mesmo tempo que impacta consideravelmente o principal imposto arrecadado no Brasil, reduzindo o alcance da execução de políticas públicas. Nos últimos 12 meses, a arrecadação total de ICMS superou R$ 673 bilhões, dos quais R$ 168 bilhões foram transferidos aos Municípios via cota-parte”, destaca a nota.

Limitação do ICMS não é a única alternativa 

Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, admitiu que a alíquota do ICMS cobrado dos brasileiros é realmente elevada, porém, existem outras soluções com impactos menores do que a aprovação do projeto de lei.  

“Existem outras saídas que podem ser adotadas pelas autoridades e pelo Congresso Nacional, na medida em que este projeto propõe, mais uma vez, retirar recursos de Estados e Municípios, prejudicando significativamente a prestação de serviços à população… Defende-se, assim, que, ao invés dessa medida, se aplique um aumento dos impostos nas empresas petrolíferas que são hoje em dia as que têm obtido os maiores lucros e podem arcar com estes valores em prol de nossa sociedade”, disse.

Entenda toda a polêmica sobre o ICMS

O STF, Superior Tribunal Federal, decidiu no ano passado que toda cobrança de ICMS acima de 17% sobre o fornecimento de energia e serviços de telecomunicações não é constitucional. Mesmo após a decisão do Supremo, dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mostra que, em média, 21,3% da conta de energia é representado pelo ICMS. 

O preço dos combustíveis elevado é um dos principais motivos da alta inflação no país. Por conta do preço do petróleo no mercado internacional e da alta da inflação, esse número não para de crescer nos últimos meses. 

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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