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Clássica cerveja alemã de 1602 deixa as fronteiras do país e será produzida em SP com tradição bávara, sabor único e preço acessível

Publicado em 01/09/2025 às 08:56
Hofbräu München, Cervejarias, São Paulo, Cerveja
Imagem: Colin Smith em geo.hlipp.de / Wikimedea Commons
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Hofbräu München inicia produção de sua clássica cerveja de trigo no Brasil, trazendo frescor, tradição bávara e preços mais acessíveis aos consumidores

Uma das cervejarias mais tradicionais da Oktoberfest alemã vai inaugurar um novo capítulo de sua história no Brasil. A Hofbräu München começará a produzir e engarrafar sua clássica cerveja de trigo no país a partir de setembro. Será a primeira vez que a HB Hefe Weizen, lançada em 1602, sairá das fronteiras da Alemanha.

O projeto é conduzido pela importadora Bier & Wein, que atua há mais de 30 anos no mercado de cervejas especiais.

A empresa foi responsável por trazer aos brasileiros, desde os anos 1990, rótulos de destaque como Erdinger, Warsteiner, Tempelier, Conserdonck, Praga e 1795.

Segundo Marcelo Stein, sócio da Bier & Wein, o Brasil vive uma expansão da cultura cervejeira, o que amplia as oportunidades de crescimento no segmento de especiais.

Ele afirma que unir a tradição de Munique ao frescor de uma produção local é um sonho de dez anos.

Tradição centenária

A HB Hefe Weizen é uma receita alemã clássica. Trata-se de uma cerveja de trigo de alta fermentação, não filtrada, com aromas frutados e 5,1% de teor alcoólico. Especialistas indicam que harmoniza com aves, peixes, frutos do mar e queijos suaves.

Por quase dois séculos, até 1798, a Hofbräu München deteve o monopólio de sua produção. Além dessa marca histórica, o plano no Brasil inclui a HB Original, uma lager clara de baixa fermentação e mesmo teor alcoólico.

Ambas seguem a tradicional Lei da Pureza Alemã, que determina apenas água, malte, lúpulo e levedura na composição. Nenhum aditivo químico ou cereal não-maltado pode ser utilizado.

Produção nacional

A primeira brassagem está programada para setembro, e a distribuição deve começar em outubro. A produção será realizada em uma fábrica parceira em São Paulo, escolhida com acompanhamento de representantes da Hofbräu München.

A cervejaria foi fundada em 1589 pela realeza bávara e está diretamente ligada às origens da Oktoberfest. É uma das seis de Munique que abastecem o maior festival de cerveja do mundo.

A meta inicial é fabricar 5 mil hectolitros por ano, o que equivale a 1 milhão de garrafas de 500 ml. O volume representa quase seis vezes mais do que a Bier & Wein importa atualmente da marca.

Impacto no mercado

O preço estimado ao consumidor deve ficar cerca de 20% menor em comparação à versão importada, girando em torno de R$ 20. O movimento acompanha um cenário de queda das importações no país.

De acordo com o Anuário de Cerveja, do Ministério da Agricultura, as importações em 2023 foram 50% menores do que em 2019. A desvalorização do real e o avanço das cervejarias artesanais são apontados como principais razões.

Stein destaca ainda os desafios para importadores. Entre eles, o câmbio elevado e o alto custo do capital, pressionado por juros recordes.

Rótulos e formatos

As versões nacionais serão comercializadas em garrafas de 500 ml e latas de 473 ml, com rótulos idênticos aos originais. A HB Original também terá barris de 30 litros em aço retornável.

Um desafio frequente nesse tipo de projeto é manter a qualidade sem mudar o sabor original. Muitas vezes, cervejarias adaptam receitas ao paladar local.

O especialista Eduardo Passarelli cita o exemplo da Brahma, que provou na Europa e notou diferente da versão brasileira. Segundo ele, esse tipo de variação é comum.

Supervisão alemã

Marcelo Stein garante que o sabor das HBs nacionais será igual ao das originais. Para isso, mestres-cervejeiros da Alemanha acompanharão a produção com visitas regulares.

Desde o início, o controle é rígido. Dois profissionais da Hofbräu participaram das visitas para definir a fábrica parceira. Entre os pontos avaliados, a qualidade da água dos poços artesianos foi analisada com atenção.

Esse rigor também determinou que a HB Hefe Weizen não fosse produzida em barris de chope, por questões técnicas.

Ingredientes importados

O lúpulo e o malte usados na cerveja de trigo virão da Alemanha. A levedura será do mesmo tipo líquido aplicado nas receitas originais. Uma empresa do interior paulista foi contratada para importar, armazenar e cuidar do ingrediente.

O planejamento ainda inclui ampliar a linha a partir do próximo ano. A ideia é produzir as cervejas escuras Schwarze Weisse e Dunkel, além de avaliar exportações para outros países da região.

Frescor e expectativa

Para os consumidores, a principal vantagem será pagar menos e contar com uma cerveja fresca, feita no Brasil. Passarelli lembra que longas viagens podem comprometer a qualidade de rótulos sensíveis.

Com a produção local, a expectativa é que o produto chegue ao mercado em condições ainda melhores, preservando aroma e sabor.

Se o projeto der certo, o mais importante é que o público terá acesso a uma experiência autêntica, fiel à tradição bávara, mas com o frescor de uma fabricação próxima. É esperar, brindar e provar.

Com informações de Neo Feed.

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Romário Pereira de Carvalho

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