Dois impactos lunares consecutivos, registrados por astrônomo japonês, ajudam cientistas a calcular a frequência de colisões de asteroides com a Lua
Em menos de dois dias, dois intensos clarões iluminaram a superfície da Lua, despertando enorme curiosidade entre astrônomos e entusiastas do espaço. Esses fenômenos ocorreram em 30 de outubro e 1º de novembro de 2025, e foram registrados por Daichi Fujii, curador do Museu da Cidade de Hiratsuka, no Japão, utilizando telescópios caseiros automatizados.
Segundo Fujii, os impactos atingiram velocidades próximas de 96.500 km/h, liberando energia comparável à de explosivos convencionais. Por isso, esses eventos, mesmo rápidos, trazem informações valiosas sobre a frequência e o comportamento dos asteroides que colidem com a Lua. Além disso, os dados obtidos ajudam os cientistas a compreender riscos semelhantes na Terra.
Impactos consecutivos confirmados por telescópios japoneses
Os clarões foram observados simultaneamente em diferentes pontos do Japão, o que descartou qualquer interferência de raios cósmicos. O primeiro impacto ocorreu a leste da cratera Gassendi, de 112 km de diâmetro, e o segundo a oeste do Oceanus Procellarum, também chamado de “Oceano das Tempestades”, uma vasta planície vulcânica.
-
Uma jovem brasileira de apenas 15 anos criou um sistema movido à luz solar que purifica a água da chuva no sertão e conquistou um prêmio da ONU por inovação ambiental
-
Por que a NASA decidiu levar naves gêmeas por uma rota improvável até Marte? A resposta está no enigma da atmosfera perdida que a missão EscaPADE quer solucionar
-
O primeiro submarino de 5ª geração do mundo que lança drones, mergulha até o fundo do mar e opera invisível aos radares em missões secretas da OTAN
-
Metade do oxigênio da Terra em risco: cientistas revelam redução drástica do fitoplâncton e apontam aquecimento global como principal vilão
Segundo Juan Luis Cano, engenheiro do Centro de Coordenação de Objetos Próximos da Terra da Agência Espacial Europeia (ESA), “os clarões de impacto parecem genuínos e estão acima da média em brilho”. Desse modo, a observação simultânea em vários telescópios reforçou a autenticidade dos eventos.
A origem dos asteroides e a relevância científica dos impactos
Essas colisões, embora durem poucos segundos, são fundamentais para os estudos sobre a Lua e o Sistema Solar. Fujii acredita que os objetos podem ter vindo da chuva de meteoros Taurídeos, associada ao Cometa Encke, famosa por incluir fragmentos de grande porte.
Graças a esses registros, os cientistas conseguem aprimorar modelos sobre a frequência e a intensidade dos impactos lunares. Esse conhecimento é importante para planejar futuras missões e bases lunares permanentes. Tanto a NASA quanto empresas privadas estudam estratégias para garantir segurança em futuros assentamentos espaciais.
“Compreender a frequência e a energia dos impactos é essencial para proteger futuras colônias lunares”, explicou Fujii em entrevista ao The New York Times. Desde 2011, ele registrou mais de 60 eventos semelhantes, reforçando o valor do monitoramento constante.
Consequências para o futuro da exploração lunar
Atualmente, a NASA enfrenta restrições orçamentárias que reduziram algumas atividades, mas seus observatórios de defesa planetária continuam operando e coletando dados sobre corpos próximos à Terra. Já a ESA não conseguiu observar os clarões devido à alta luminosidade diurna na Europa durante os impactos.
Esses eventos confirmam que a Lua é um corpo dinâmico, constantemente atingido por micrometeoritos e asteroides. Portanto, ela serve como laboratório natural para entender colisões cósmicas e prever riscos futuros. Além disso, as descobertas reforçam a necessidade de estratégias de proteção espacial, especialmente diante do avanço da exploração humana fora da Terra.
Monitoramento contínuo e alerta para o futuro
De modo geral, os astrônomos afirmam que cada clarão é uma oportunidade de aprendizado sobre a história do Sistema Solar. Assim, o monitoramento constante da Lua permite prever ameaças e proteger futuras estruturas lunares e terrestres.
Consequentemente, esses dois clarões, separados por apenas 48 horas, representam muito mais do que simples curiosidades. Eles são evidências da intensa atividade no espaço e do impacto contínuo de corpos celestes.


-
Uma pessoa reagiu a isso.