Cigarrinhas-do-milho preocupam vários municípios de Santa Catarina. O manejo químico, manejo biológico, monitoramento agrícola e aplicativo da Epagri são aliados para reduzir riscos nas lavouras. Produtores devem agir cedo e acompanhar dados do Programa Monitora Milho SC
As cigarrinhas-do-milho estão cada vez mais em evidência nas lavouras de Santa Catarina, e esse assunto tem chamado a atenção de agricultores e técnicos da região, segundo uma matéria publicada.
Nos últimos levantamentos realizados pelo Programa Monitora Milho SC, algumas cidades apresentaram índices mais altos da presença desse inseto. O que isso significa para a produção agrícola? Que medidas precisam ser adotadas para evitar prejuízos no futuro?
Mesmo que a média estadual esteja dentro do esperado, municípios como Concórdia, no Oeste, e Benedito Novo, no Vale do Itajaí, registraram concentrações acima do comum.
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E é exatamente nesse ponto que os cuidados devem ser reforçados. O inseto é pequeno, mas pode carregar consigo agentes que comprometem o desenvolvimento da lavoura.
A ação precisa ser rápida e inteligente, combinando estratégias diferentes.
O controle não depende apenas de um tipo de manejo. As orientações técnicas reforçam que a união entre manejo químico e biológico pode ser a chave para manter as lavouras seguras.
Além disso, novas ferramentas digitais estão disponíveis para facilitar a vida do produtor. Uma delas é o aplicativo Epagri Mob, que ajuda no acompanhamento da situação em cada região.
Em resumo: informação é poder. Quanto mais cedo agricultores souberem da presença das cigarrinhas-do-milho, maiores são as chances de tomar decisões acertadas e proteger a produtividade.
Manejo químico e o papel do agricultor
O manejo químico é uma das principais recomendações quando a incidência de cigarrinhas-do-milho aumenta. De acordo com o Programa Monitora Milho SC, essa prática reduz os riscos de que as plantas sejam infectadas por patógenos.
Vale destacar que o inseto pode estar presente, mas nem sempre transmite a doença imediatamente. Isso acontece porque existe um período de latência dentro do próprio vetor.
A pesquisadora da Epagri/Cepaf, Maria Cristina Canale, reforça que essa intervenção é importante especialmente nas fases iniciais do milho.
O estágio entre V2 e V4 é o mais crítico, pois é quando a planta está mais vulnerável. Se houver contaminação nesse momento, os sintomas só aparecerão cerca de 60 dias depois, comprometendo o desenvolvimento da lavoura.
Esse tipo de manejo deve ser feito de forma orientada, respeitando as indicações técnicas. Quando bem aplicado, ajuda a manter os níveis do inseto dentro de limites aceitáveis e evita maiores complicações.
Para o agricultor, seguir esse cuidado é uma forma de prevenir problemas futuros e preservar o rendimento da produção.
Manejo biológico como complemento
Além do manejo químico, o manejo biológico tem se mostrado uma alternativa interessante para lidar com as cigarrinhas-do-milho.
Essa prática busca equilibrar o ambiente e oferecer mais segurança ao produtor, reduzindo a dependência exclusiva de produtos químicos.
Quando combinados, os dois tipos de manejo criam um sistema mais completo. O biológico contribui para manter a população do inseto controlada, enquanto o químico atua de forma direta nos momentos em que a pressão é maior.
Essa integração é recomendada sempre que possível, já que cada lavoura pode apresentar condições específicas.
Nos municípios em que o monitoramento detectou índices mais elevados, como Concórdia e Benedito Novo, essa combinação ganha ainda mais importância.
A presença de cigarrinhas-do-milho em número acima da média pede respostas rápidas, e o biológico é uma peça que complementa o quebra-cabeça de soluções.
Monitoramento agrícola como aliado estratégico
Nenhuma decisão sobre cigarrinhas-do-milho pode ser tomada sem informação confiável. Por isso, o monitoramento agrícola se tornou indispensável.
Em Santa Catarina, o Programa Monitora Milho SC cumpre esse papel desde 2021, reunindo dados semanais de diferentes regiões.
No levantamento realizado entre os dias 8 e 15 de setembro, a média estadual ficou abaixo de cinco insetos por armadilha em cada local.
Apesar do número estar dentro do esperado, cidades como Concórdia e Benedito Novo apresentaram maiores concentrações.
Além disso, análises laboratoriais confirmaram a presença do espiroplasma do enfezamento pálido em Guatambu e Planalto Alegre, além de vírus como o raiado fino e o mosaico estriado em municípios do Oeste.
Essas informações permitem que os agricultores saibam onde a situação exige mais atenção. O monitoramento agrícola não é apenas um relatório técnico, mas um guia prático para que produtores tomem decisões rápidas e assertivas sobre o manejo.
Tecnologia no campo: aplicativo da Epagri
A tecnologia também está presente no combate às cigarrinhas-do-milho. O aplicativo Epagri Mob foi criado justamente para aproximar agricultores da informação em tempo real.
Disponível gratuitamente, ele permite acompanhar a incidência do inseto em diferentes regiões de Santa Catarina.
Por meio dessa ferramenta, produtores e técnicos conseguem visualizar dados atualizados, entender a evolução das infecções e planejar melhor o manejo.
O aplicativo também traz detalhes sobre os patógenos associados às cigarrinhas-do-milho, como fitoplasma do enfezamento vermelho, espiroplasma do enfezamento pálido e vírus da risca.
Essa iniciativa reforça como o monitoramento agrícola pode ser ainda mais eficiente quando combinado com recursos digitais.
A informação chega direto no celular, facilitando a rotina de quem está no campo e precisa agir rápido diante das situações.
Cigarrinhas-do-milho exigem atenção constante. Municípios como Concórdia, Benedito Novo, Guatambu e Planalto Alegre já apresentaram dados que servem de alerta.
O uso do manejo químico, do manejo biológico, do monitoramento agrícola e do aplicativo da Epagri formam um conjunto de ferramentas essenciais para manter a produção de milho protegida em Santa Catarina.