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Cientistas utilizam energia solar para criar combustível líquido renovável 

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 19/05/2023 às 19:18
Cambridge inova com tecnologia que usa energia solar para criar combustível líquido renovável 
Créditos: Universidade de Cambridge

Cientistas descobrem um novo método para gerar combustível renovável que pode mudar o mundo. A tecnologia utiliza energia solar para replicar o processo de fotossíntese.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, localizada no Reino Unido, desenvolveram tecnologia que  consegue refazer o processo de fotossíntese para transformar dióxido de carbono e água em combustível. O destaque da pesquisa é que o combustível renovável pode ser utilizado como combustível para veículos já presentes no mercado.

Com países de todo o mundo buscando uma forma de se afastar dos combustíveis fósseis, formas de transporte elétricos estão sendo promovidos enquanto desencorajam a venda de veículos com motores de combustão interna (ICE).

Tecnologia de combustível renovável pode prolongar a vida útil dos veículos

Apesar da política ter a intenção correta, uma mudança obrigatória para carros elétricos deixará milhões de veículos a combustão no ferro velho, ao mesmo tempo que ampliará a demanda por minerais de terras raras necessárias para produzir baterias de carros elétricos.

Um combustível renovável como este, produzido com energia solar, não emissor de carbono poderia aumentar a vida útil dos veículos ICE sem levantar preocupações sobre danos ao meio ambiente. A pesquisa de tecnologia feita em Cambridge promete tornar essa possibilidade uma realidade em um futuro próximo.

Os biocombustíveis, como é o caso do etanol, têm sido sugeridos como substitutos dos combustíveis fósseis. Os países já começaram a utilizá-los como substitutos em proporções menores. Entretanto, a produção de biocombustíveis demanda o desvio de terras agrícolas.

Com a produção global em constante avanço, muitos questionam a necessidade de transformar alimentos em combustível renovável. Apenas nos EUA, 45% do milho cultivado é utilizado para a produção de etanol.

Erwin Reisner e sua equipe de pesquisadores de Cambridge têm buscado alternativas para gerar combustíveis de carbono zero e encontraram a resposta na folha artificial. Assim como suas contrapartes naturais, as folhas artificiais transformam CO2 e água em produtos químicos utilizáveis através da energia solar, que podem ser de grande ajuda na indústria farmacêutica, de combustível ou plástica.

Entenda como funciona a nova tecnologia

Os pesquisadores conseguiram utilizar sua folha artificial de energia solar para gerar gás de síntese, uma união de hidrogênio e monóxido de carbono. Entretanto, eles precisavam gerar produtos químicos muito mais complexos em uma única etapa caso a tecnologia tivesse aplicações técnicas.

Desta forma, os pesquisadores então criaram um catalisador utilizando cobre e paládio que tornou possível que a folha artificial gerasse produtos químicos complexos como o propanol e etanol. Ambos os álcoois multicarbonados também são combustíveis de alta densidade que podem ser armazenados e transportados de forma fácil.

Pesquisas de outros grupos também levaram à síntese dessas moléculas de álcool, entretanto a fonte de energia neste caso foi a eletricidade. Esta é a primeira vez que apenas a energia solar foi utilizada para gerar o combustível renovável.

A tecnologia ainda está em fase de prova de conceito. A equipe de pesquisa agora está atuando para otimizar os absorvedores de luz e o catalisador para que mais combustível possa ser produzido, ampliando a eficiência geral do sistema de energia solar. O trabalho futuro também envolve o aumento do tamanho da folha para que grandes volumes de combustível possam ser gerados de cada vez.

Vantagens da energia solar

A energia solar não gera poluição, é limpa, silenciosa, renovável e pode ser utilizada em áreas isoladas da rede elétrica, tendo a mínima necessidade de manutenção. Além disso, a fonte gera baixo impacto ambiental, sendo uma das mais sustentáveis do mundo.

Seu funcionamento, seja em qual for o projeto, é silencioso e discreto, evitando a geração de ruídos desagradáveis e contribuindo com a diminuição da poluição sonora. A cada dia, novos projetos e tecnologias com esta fonte estão surgindo ao redor do mundo.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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