Projeto inovador no Havaí usa drones para lançar mosquitos modificados e combater a malária aviária, principal ameaça às aves nativas honeycreepers
Em uma iniciativa que chama atenção, drones estão sendo usados para soltar milhões de mosquitos em florestas do Havaí. A ação pode parecer estranha, mas faz parte de um projeto para impedir a extinção das aves nativas chamadas honeycreepers.
Esses pássaros são conhecidos pelas cores vibrantes e formatos variados de bico. Das mais de 50 espécies que existiam, só restaram 17.
A principal ameaça é a malária aviária, transmitida por mosquitos que não são nativos da região. Para enfrentar o problema, a American Bird Conservancy (ABC) e a organização Birds, Not Mosquitoes (BNM) criaram uma estratégia inusitada.
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O projeto consiste em lançar mosquitos machos da espécie Culex quinquefasciatus, que foram criados em laboratório. Esses mosquitos não picam e carregam uma bactéria chamada Wolbachia.
Quando acasalam com fêmeas selvagens, os ovos não se desenvolvem. Isso reduz a população de mosquitos ao longo do tempo e ajuda a controlar a transmissão da doença.
Antes, esses mosquitos eram lançados apenas por helicópteros. Mas em abril de 2025, drones começaram a ser usados pela primeira vez.
Segundo Adam Knox, gerente do Projeto de Lançamento Aéreo de Mosquitos da ABC, os drones oferecem mais flexibilidade para lidar com o clima instável do Havaí e tornam a operação mais segura.
Os mosquitos são colocados em cápsulas biodegradáveis. Cada cápsula carrega cerca de mil insetos. Essas cápsulas são jogadas do céu e caem no chão da floresta, protegendo os mosquitos até que eles possam voar. Quando expostas ao ambiente, começam a se decompor.
Desde o início do projeto, em novembro de 2023, já foram liberados mais de 40 milhões de mosquitos nas ilhas de Maui e Kauai. A meta é impedir a extinção de espécies como o Kiwikiu, um tipo de honeycreeper que hoje tem menos de 150 indivíduos.
A introdução dos drones não foi simples. Foi necessário desenvolver um novo hardware que permitisse o transporte das cápsulas sem danificá-las. Os engenheiros da ABC adaptaram os equipamentos para que os lançamentos fossem feitos de forma remota e segura.
Apesar dos bons resultados, a maioria das solturas ainda ocorre por helicóptero. Os testes com drones vão continuar, principalmente em regiões de difícil acesso. A expectativa é que, aos poucos, esses veículos ganhem mais espaço nas ações de conservação.
Chris Farmer, diretor do Programa do Havaí da ABC, afirma que a tecnologia pode ser decisiva. Segundo ele, a atual geração tem a chance de salvar espécies que estão à beira do desaparecimento.
Com o uso de drones e o controle dos mosquitos, o grupo acredita que é possível restaurar as populações das aves honeycreepers.
Com informações de Revista Galileu.