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Cientistas precisam descobrir como construir estruturas a milhões de quilômetros da Terra: Enviar foguetes com enormes cargas úteis de materiais de construção para o espaço não é prático nem acessível

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 26/06/2025 às 18:16
estruturas
Foto: Reprodução
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Pesquisadores desenvolvem sistema biológico autônomo capaz de transformar o solo marciano em estruturas sólidas, eliminando a necessidade de mão de obra humana.

Habitar Marte já foi um sonho distante. Mas, com o avanço das pesquisas, a construção de estruturas autônomas no planeta vermelho pode estar mais próxima do que nunca. Uma equipe liderada pela Dra. Congrui Grace Jin, da Universidade Texas A&M, desenvolveu uma tecnologia capaz de criar materiais de construção vivos, sem a necessidade de mão de obra humana.

Nova solução para um velho desafio

Levar materiais de construção da Terra até Marte é inviável. O custo e a complexidade da logística espacial tornam esse caminho impraticável.

Por isso, pesquisadores vêm buscando formas de usar os próprios recursos do planeta, como o regolito — uma mistura de poeira, areia e rochas.

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Foi com esse objetivo que a equipe de Jin desenvolveu um sistema de líquen sintético.

Essa estrutura biológica combina organismos diferentes para formar materiais que se moldam e se consolidam sem qualquer intervenção externa.

Líquens sintéticos com base em fungos e cianobactérias

O avanço consiste em uma comunidade sintética que une duas espécies principais: fungos filamentosos heterotróficos e cianobactérias diazotróficas fotoautotróficas. Juntas, elas criam um sistema de autocultivo totalmente autônomo.

As cianobactérias fixam dióxido de carbono e nitrogênio da atmosfera, convertendo-os em oxigênio e nutrientes.

Esses elementos alimentam os fungos, que, por sua vez, ligam íons metálicos às suas paredes celulares e produzem biominerais.

O resultado desse processo é um material coeso, criado a partir da interação entre esses dois organismos e as partículas do regolito marciano.

Além disso, os dois componentes liberam biopolímeros que ajudam a manter a estrutura unida.

Vantagem sobre outros métodos

Outras abordagens para criar materiais em Marte já foram estudadas. Há técnicas que utilizam magnésio, enxofre e geopolímeros.

No entanto, todas elas exigem ação humana direta. Esse é um grande obstáculo, já que qualquer operação em Marte enfrentará escassez de pessoal e recursos.

A NASA também investigou a aplicação de microrganismos em sistemas de autocultivo. Micélio fúngico e bactérias ureolíticas foram considerados para criar tijolos e alvenaria.

Mas, mesmo nesses casos, a limitação das espécies usadas e a necessidade constante de nutrientes externos comprometeram a autonomia.

A proposta da equipe de Jin supera esses obstáculos ao combinar organismos que se sustentam mutuamente e dispensam o fornecimento contínuo de insumos.

Impressão 3D no centro da próxima fase

Com a tecnologia funcionando em laboratório, o próximo passo é desenvolver uma tinta especial à base de regolito. Essa tinta será usada em impressoras 3D com técnica de escrita direta a tinta.

A expectativa é fabricar casas, prédios e até móveis de maneira autônoma em Marte.

A capacidade de formar estruturas complexas usando apenas o regolito simulado, luz, ar e um meio líquido inorgânico representa um avanço notável.

A solução proposta não depende de energia intensiva nem de missões de abastecimento.

Pesquisadores por trás do projeto

A iniciativa é liderada pela Dra. Congrui Grace Jin, professora assistente no Departamento de Tecnologia de Engenharia e Distribuição Industrial da Universidade Texas A&M.

Os coautores do estudo, publicado no Journal of Manufacturing Science and Engineering, são o Dr. Richard Wilson, Nisha Rokaya e Erin Carr, da Universidade de Nebraska-Lincoln.

Segundo Jin, o potencial dessa tecnologia é enorme para tornar possível a colonização extraterrestre de longo prazo.

A proposta combina inovação científica, engenharia e sustentabilidade em um dos projetos mais promissores da exploração espacial.

A equipe agora foca na criação da bio-tinta e na aplicação real da impressão 3D para estruturas espaciais.

Se bem-sucedida, essa técnica pode permitir que, no futuro, os primeiros colonos em Marte tenham acesso a construções sólidas, feitas a partir do próprio solo marciano — e sem precisar carregar um único tijolo da Terra.

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Welington
Welington
02/07/2025 12:42

Faça igual aos nossos ancestrais, levem ferramentas e cavem uma caverna!

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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