Estudo com quase 200 mil pessoas revela que a escolha de alimentos saudáveis tem impacto maior na saúde do coração do que o tipo de dieta seguida.
Por mais de três décadas, um grupo de pesquisadores acompanhou a alimentação de quase 200 mil pessoas. O objetivo era entender o impacto real das dietas com baixo teor de carboidratos ou gordura na saúde do coração.
A principal conclusão surpreende: mais do que o tipo de dieta, o que realmente faz diferença é a qualidade dos alimentos escolhidos.
Comer bem é mais importante do que comer menos
Durante muito tempo, a discussão sobre alimentação saudável girou em torno da quantidade de carboidratos ou gorduras.
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Muitas dietas foram criadas com base nessa divisão. No entanto, o novo estudo reforça que a escolha dos ingredientes tem peso maior que o macronutriente cortado.
“Descobrimos que o que você come em dietas com baixo teor de carboidratos ou gordura importa tanto quanto a dieta em si”, explicou o pesquisador Zhiyuan Wu, da Escola de Saúde Pública de Harvard.
Dietas que priorizam vegetais, frutas, grãos integrais, nozes e leguminosas mostraram redução significativa nos riscos de doenças cardíacas. Já aquelas que incluem alimentos processados e produtos de origem animal mostraram o efeito contrário.
Acompanhamento de longo prazo com milhares de pessoas
Os dados usados pelos pesquisadores são de três grandes estudos de saúde realizados nos Estados Unidos.
Foram 43.430 homens monitorados entre 1986 e 2016, 64.164 mulheres entre 1986 e 2018 e outras 92.189 mulheres entre 1991 e 2019.
Ao longo dessas décadas, os participantes responderam questionários detalhados sobre seus hábitos alimentares.
Com essas informações, os cientistas deram notas para a qualidade das dietas de cada pessoa, considerando se as escolhas eram saudáveis ou não, mesmo dentro dos padrões de dietas com baixo teor de gordura ou carboidrato.
Alimentos de alta e baixa qualidade foram definidos
No estudo, alimentos como grãos integrais, frutas, vegetais, nozes e leguminosas foram considerados fontes de nutrientes de alta qualidade.
Já itens como batatas, grãos refinados, carnes processadas, gorduras saturadas e produtos de origem animal foram classificados como de baixa qualidade.
A equipe ainda foi além. Em mais de 10 mil participantes, os cientistas analisaram amostras de sangue para medir metabólitos — substâncias que indicam o funcionamento do metabolismo. Isso ajudou a entender como a alimentação afeta diretamente a saúde do organismo.
Redução de até 15% no risco cardíaco
Os resultados foram claros. Pessoas que seguiram versões saudáveis de dietas com pouco carboidrato ou gordura tiveram menor risco de desenvolver doenças cardíacas.
Já aquelas que seguiram dietas “da moda”, mas com alimentos de baixa qualidade, tiveram aumento no risco.
“Melhorar a qualidade dos alimentos é crucial para melhorar a saúde do coração”, reforçou Wu. Ele destacou que, mais do que escolher entre cortar carboidratos ou gordura, é essencial dar prioridade aos alimentos naturais e evitar os processados.
Sugestões simples para melhorar a alimentação
Os autores do estudo também deram dicas práticas. Entre elas, aumentar o consumo de grãos integrais, frutas, legumes, nozes e leguminosas.
Ao mesmo tempo, é recomendado reduzir o consumo de carnes processadas, carboidratos refinados e alimentos com muito açúcar.
Também vale atenção aos rótulos dos alimentos, pois produtos como sucos industrializados e salgadinhos podem conter ingredientes de baixa qualidade.
O estudo apresentado na NUTRITION 2025, evento da Sociedade Americana de Nutrição, ainda abre caminho para novos questionamentos.
Os pesquisadores querem entender como genética, estilo de vida e outros fatores podem influenciar a relação entre dieta e saúde do coração. Também pretendem investigar os efeitos das dietas em outras doenças, como diabetes tipo 2 e câncer.
Com informações de scitechdaily.