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Cientistas encontraram na Antártida o ar mais antigo já medido no planeta — com 6 milhões de anos, revela dados inéditos sobre o clima, temperaturas e atmosfera do passado terrestre

Publicado em 06/11/2025 às 10:04
AR, Antártida
Imagem ilustrativa: IA
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Pesquisadores do projeto Coldex encontraram bolhas de ar preservadas em Allan Hills, na Antártida, com cerca de 6 milhões de anos, revelando dados inéditos sobre o clima, temperaturas e atmosfera do passado terrestre

Pesquisadores dos Estados Unidos identificaram, na Antártida, o ar mais antigo já medido no planeta: ele foi aprisionado há cerca de 6 milhões de anos. A descoberta, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), representa um avanço importante para a ciência do clima.

As amostras foram extraídas de blocos de gelo encontrados na região de Allan Hills. Dentro delas, pequenas bolhas de ar permaneceram intactas por milhões de anos, revelando informações preciosas sobre o passado da atmosfera terrestre.

O estudo foi liderado por Sarah Shackleton, do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), e John Higgins, da Universidade de Princeton. Eles afirmam que a descoberta superou todas as expectativas iniciais.

Uma janela para o passado

Para Sarah Shackleton, esses núcleos de gelo funcionam como “máquinas do tempo”. Segundo ela, permitem que os cientistas observem como era o planeta muito antes da existência humana.

Os de Allan Hills nos ajudam a viajar muito mais do que imaginávamos ser possível”, afirmou em entrevista à Universidade de Oregon.

A análise revelou que, milhões de anos atrás, as temperaturas na região eram significativamente mais altas.

O nível do mar também estava acima do atual, o que indica um período de aquecimento global intenso. As medições mostraram que a área esfriou cerca de 12 °C desde então.

Além disso, as pequenas bolhas de ar presas no gelo atuam como cópias fiéis da atmosfera antiga.

A equipe estudou isótopos de gás argônio para calcular a idade do material e isótopos de oxigênio para entender a temperatura do passado.

O trabalho do Coldex

A descoberta faz parte de um projeto maior: o Coldex (Center for Oldest Ice Exploration). O centro reúne 15 instituições norte-americanas e é coordenado pela Universidade de Oregon, com apoio da Fundação Nacional de Ciências dos EUA.

O diretor do Coldex, Ed Brook, destacou que a equipe já esperava encontrar gelo muito antigo em Allan Hills, mas não imaginava uma idade tão extrema.

Inicialmente, esperávamos algo com até 3 milhões de anos, talvez um pouco mais, mas esta descoberta superou em muito as nossas expectativas”, afirmou.

Os cientistas consideram que esse é o primeiro registro direto da variação de temperatura na Antártida ao longo dos últimos 6 milhões de anos.

Essa informação é crucial porque ajuda a compreender como o clima global respondeu às mudanças naturais de gases e oceanos nesse período.

Corrida pelo gelo mais antigo

As perfurações do Coldex atingiram profundidades entre 100 e 200 metros. Cada nova camada perfurada traz dados mais antigos e complexos.

O objetivo é reconstruir o comportamento da Terra em tempos remotos, incluindo a concentração de gases de efeito estufa e a temperatura dos oceanos.

De acordo com os pesquisadores, há uma “corrida científica” mundial para encontrar o gelo mais antigo possível.

Diversas equipes têm explorado regiões isoladas do continente gelado em busca de amostras que revelem novas eras climáticas.

Até recentemente, o gelo mais antigo datado com precisão tinha cerca de 800 mil anos. Contudo, uma equipe europeia anunciou a descoberta de um núcleo com 1,2 milhão de anos, também na Antártida.

Próximos passos

Motivados pelo sucesso em Allan Hills, os cientistas do Coldex já planejam uma nova fase de escavações.

Ed Brook confirmou que o grupo pretende desenvolver um estudo de longo prazo entre 2026 e 2031 para ampliar ainda mais o registro climático.

Se a equipe conseguir chegar a camadas mais profundas, poderá desvendar detalhes inéditos sobre a história atmosférica do planeta.

Para os pesquisadores, compreender o passado é essencial porque ele ajuda a prever o futuro — e o gelo da Antártida ainda guarda muitos segredos a revelar.

Com informações de UOL.

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Romário Pereira de Carvalho

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