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Cientistas desenvolvem madeira que brilha no escuro feita com fungos naturais e que não usa eletricidade! A madeira bioluminescente pode brilhar por até 240 horas

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 02/07/2025 às 09:33
Pesquisadores desenvolvem madeira bioluminescente com fungo natural. Descubra como funciona a madeira que brilha no escuro.
Pesquisadores desenvolvem madeira bioluminescente com fungo natural. Descubra como funciona a madeira que brilha no escuro. Fonte: Wikimedia Commons
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Pesquisadores desenvolvem madeira bioluminescente com fungo natural. Descubra como funciona a madeira que brilha no escuro.

Imagine uma madeira que emite luz sem precisar de eletricidade ou fontes externas. Parece cena de filme de ficção científica, mas essa inovação já é realidade. Cientistas da Suíça conseguiram desenvolver madeira bioluminescente ao incorporar um fungo natural em sua estrutura, criando um material sustentável, funcional, que brilha no escuro e com grande potencial decorativo e urbano.

O segredo por trás da madeira que brilha no escuro: a bioluminescência

A madeira bioluminescente foi criada a partir do foxfire, um fenômeno natural observado em florestas, onde certas madeiras brilham devido à ação de fungos.

Inspirados por essa mágica da natureza, os pesquisadores aplicaram a técnica em laboratório.

O protagonista dessa inovação é o fungo Desarmillaria tabescens. Ele é capaz de se infiltrar na madeira e liberar luciferina, um composto que gera luz por meio de reações químicas naturais.

A luz emitida tem um tom esverdeado, com comprimento de onda de 560 nanômetros.

Como o processo funciona?

Durante o experimento, o fungo coloniza a madeira por cerca de três meses.

Nesse período, ele degrada a lignina (um dos componentes da madeira), mas preserva a celulose, responsável pela resistência do material. O resultado é uma madeira ainda sólida, mas agora luminosa.

O fungo Desarmillaria tabescens é responsável por deixar a madeira em uma peça brilhante. Fonte: Wikimedia Commons
O fungo Desarmillaria tabescens é responsável por deixar a madeira em uma peça brilhante. Fonte: Wikimedia Commons

Quando exposta ao ar, a madeira bioluminescente reage com oxigênio, produzindo uma luz suave e contínua, que dura até 10 dias.

Embora o brilho não seja eterno, os cientistas estão buscando maneiras de aumentar sua durabilidade e intensidade.

Além do efeito visual impressionante, a madeira bioluminescente representa uma alternativa ecológica.

Como o processo envolve apenas um fungo natural, sem produtos químicos ou eletricidade, ele se destaca como uma solução mais verde em comparação aos métodos convencionais de iluminação e decoração.

A ideia, segundo os cientistas, é aproveitar a madeira de maneira mais inteligente, indo além de seu uso como combustível ou material de construção.

“Estamos otimizando os parâmetros de laboratório para aumentar ainda mais a luminosidade”, afirmou Giorgia Giovannini, pesquisadora da equipe.

Potenciais aplicações

As possibilidades de uso da madeira bioluminescente são vastas. Entre as aplicações imaginadas pelos pesquisadores e designers estão:

  • Sinalização noturna em parques e trilhas
  • Mobiliário urbano com iluminação embutida
  • Decoração de interiores com toque ecológico
  • Elementos de segurança em ambientes escuros
  • Ambientes sensoriais em exposições e museus

Esses usos mostram que a madeira pode ir muito além do tradicional, assumindo um papel de destaque em projetos inovadores e sustentáveis.

Atualmente, há mais de 70 espécies conhecidas de fungos bioluminescentes. Isso abre margem para novas pesquisas e combinações, tornando o material ainda mais versátil.

A equipe liderada por Francis Schwarze segue explorando essas possibilidades. Com os avanços nos testes de laboratório, espera-se que, em breve, essa tecnologia chegue ao mercado com versões mais duradouras, intensas e adaptadas a diferentes tipos de madeira.

A madeira bioluminescente prova que a natureza e a ciência, quando trabalham juntas, podem criar soluções inovadoras e sustentáveis.

Fonte: IFL Science

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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