Em uma caverna no sul da Europa, pesquisadores encontraram um ecossistema único: duas espécies de aranhas construíram juntas uma teia colossal de 106 m², abrigando mais de 111 mil indivíduos em total escuridão
Uma descoberta recente publicada na revista Subterranean Biology revelou um dos fenômenos mais impressionantes já observados na natureza: uma gigantesca teia de aranha que se estende por 106 metros quadrados dentro de uma caverna escura no sul da Europa.
O local, conhecido como Caverna do Enxofre, abriga uma verdadeira megalópole aracnídea formada por mais de 111 mil aranhas de duas espécies diferentes que convivem em um mesmo ecossistema subterrâneo.
Um ecossistema que desafia a lógica da natureza
Segundo o biólogo István Urák, professor da Universidade Húngara Sapientia, a cena é de tirar o fôlego. Ele afirma ter sentido “admiração, respeito e gratidão” ao presenciar o fenômeno. O que mais intriga os cientistas é a convivência pacífica entre as espécies Tegenaria domestica (conhecida como aranha doméstica ou tecelã de funil) e Prinerigone vagans.
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Scientists discovered the world’s largest spiderweb, covering 106 m² in a sulfur cave on the Albania-Greece border.
— Massimo (@Rainmaker1973) November 6, 2025
Over 111,000 spiders from two normally rival species live together in a unique, self-sustaining ecosystem—a first of its kind.pic.twitter.com/LPLKVElSNv
Em condições normais, a primeira seria predadora da segunda, mas dentro da caverna ambas parecem ter desenvolvido uma forma de coexistência incomum.
Os pesquisadores acreditam que a ausência total de luz pode ter influenciado o comportamento das aranhas, reduzindo sua capacidade de caça e, consequentemente, a agressividade entre espécies. A teia, composta por milhares de estruturas em forma de funil, cobre toda a parede de um corredor estreito próximo à entrada da caverna, formando uma rede densa e interconectada.
Alimentação subterrânea e microbioma alterado
O equilíbrio ecológico dentro da caverna é sustentado por uma cadeia alimentar igualmente singular. As aranhas se alimentam de pequenas moscas não picadoras conhecidas como midges, que por sua vez consomem biofilmes brancos formados por bactérias que oxidam o enxofre.
Esse ciclo fechado garante a sobrevivência das espécies em um ambiente completamente isolado da luz solar.
Análises de laboratório mostraram ainda que o microbioma intestinal dessas aranhas é menos diverso do que o de exemplares das mesmas espécies encontrados fora da caverna, provavelmente devido à dieta rica em compostos de enxofre.

Um cenário digno de um filme de terror
Para os cientistas, a descoberta representa um tesouro ecológico inestimável, que amplia o entendimento sobre adaptação e simbiose em ambientes extremos. No entanto, para quem sofre de aracnofobia, o local poderia facilmente servir de cenário para um filme de terror.
O complexo subterrâneo é formado por câmaras gigantes e túneis sinuosos, criando um ambiente tão impressionante quanto assustador, onde cada fio da teia reflete a engenhosidade, e o instinto coletivo, de milhares de aranhas.


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