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Cientistas descobrem técnica que permite dar uma nova vida ao plástico gasto, transformando-o em sabão

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 14/08/2023 às 13:48
Cientistas descobrem técnica que permite dar uma nova vida ao plástico gasto, transformando-o em sabão
Foto: Divulgação

Cientistas estão trabalhando duro rumo à sustentabilidade e, dessa vez, descobriram uma maneira inédita de de reciclar o plástico, transformando-o em sabão.

Um grupo de cientistas da América do Norte descobriu uma forma que possibilita dar uma nova vida ao plástico desgastado, transformando-o em sabão. O professor de química da Virginia Tech, nos EUA, Guoliang Liu, e autor do estudo, afirmou que observou e pesquisou a semelhança entre o plástico e os ácidos graxos e que poderia, desta forma, realizar a transformação do polietileno em sabão.

Dificuldades encontradas no processo de transformação do plástico em sabão

O problema para os Cientistas, a princípio, era o tamanho a nível molecular, visto que os plásticos são grandes, tendo cerca de 3 mil átomos de carbono, enquanto que os ácidos graxos são bem menores, de acordo com o professor.

Liu apontou que os plásticos são quimicamente semelhantes aos ácidos graxos, fazendo parte da constituição das gorduras, um dos principais ingredientes do sabão.

Para isso, o cientista fez uma analogia com a lenha, que quando queima, libera uma fumaça, que é composta por partículas bem menores e, desta forma, se questionou se o mesmo não sucederia com a queima de plástico.

A ciência busca novas formas de lidar como problema do descarte do plástico, tão pouco reciclado (Imagem: Halfpoint/Envato)

Segundo o professor, a lenha é majoritariamente feita de polímeros como a celulose. A combustão da lenha decompõe estes polímeros em cadeias curtas e, em seguida, em pequenas moléculas gasosas, antes da oxidação total em dióxido de carbono.

Se as moléculas de polietileno sintético fossem decompostas de forma parecida, mas o processo fosse parado antes de estas se decomporem por completo em pequenas moléculas gasosas, então deve-se obter moléculas de cadeia curta, parecidas com o polietileno.

Entenda como o plástico foi transformado em sabão

O método pioneiro funciona com polietileno e polipropileno, os dois tipos de plásticos mais comuns. Mais de 80% dos resíduos de plástico são depositados em aterros sanitários, onde menos de 10% são reciclados.

Desta forma, a grande vantagem desta descoberta é que atua e opera em plásticos já gastos e que não podem ser reciclados por meio das formas convencionais. Liu destaca que a poluição plástica é um desafio global, sendo um dos principais problemas que a nossa sociedade enfrenta e esta é uma peça de um puzzle maior.

É necessário um esforço conjunto entre a ciência e as comunidades industriais. E a melhor forma de evitar a poluição por plásticos é reduzir seu uso.

Para conseguir queimar o plástico com uma certa segurança, a equipe de cientistas desenvolveu um reator parecido com um forno, com a temperatura na parte inferior quente o suficiente para quebrar as cadeias de polímeros e a parte superior arrefecida o suficiente para impedir que se quebrassem muito.

Os cientistas testaram o forno e quando recolheram os resíduos, descobriu que o produto gerado era polietileno de cadeia curta, uma espécie de cera, que em seguida foi transformada em sabão. Liu ressalta que é o primeiro sabão feito de plástico no mundo. Possui uma cor diferente da convencional, mas funciona.

Outra forma sustentável de reciclar plástico

Em janeiro, cientistas desenvolveram uma forma capaz de reciclar plástico em energia solar. Em um estudo divulgado na revista científica Nature Synthesis, pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, relataram o desenvolvimento de um reator solar que transforma estes materiais em diversos produtos químicos úteis.

Pesquisadores já desenvolveram máquinas que geram materiais em combustíveis, óleos e outros produtos químicos. Entretanto, a nova pesquisa conseguiu avançar com o primeiro reator que pode realizar a transformação do CO2 e dos resíduos plásticos simultaneamente.

Os pesquisadores utilizam os materiais em compartimentos diversos que, por meio de um catalisador de cobre-paládio, transformam estes materiais em algo mais útil.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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