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Cientistas descobrem que baterias à base de água podem armazenar até 1.000 % a mais de energia e não causariam incêndios

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 03/04/2023 às 11:11
Bateria, água, energia
Foto: Reprodução adaptada google imagens / Revista Galileu

As baterias à base de água podem ser a solução para a escassez de alguns metais

Devido à baixa disponibilidade dos metais utilizados na produção de baterias e à alta complexidade para extraí-los, os cientistas da Universidade A&M do Texas têm trabalhado num projeto incrível, com eletrodos de bateria sem metal e à base de água.

 As simulações feitas pelos investigadores mostram que a diferença na capacidade de armazenamento de energia, se comparada a baterias convencionais, é de até 1,000%. Além disso, com as baterias aquosas, o potencial de incêndio das baterias seria eliminado.

No futuro, se a escassez de materiais for uma realidade, o custo das baterias de iões de lítio subirá muito. Se tivermos esta bateria como uma alternativa, podemos recorrer a esta química, onde o fornecimento é muito mais estável porque podemos fabricá-las nos Estados Unidos e os materiais para as fabricar estão aqui” afirma a pesquisadora Dra. Jodie Lutkenhaus.

Como funciona a bateria à base de água?

Conforme o artigo assinado pelos cientistas da Universidade A&M, publicado no jornal Nature Materials, as baterias à base de água, ou aquosas, consistem num cátodo (o eletrodo com carga negativa); um ânodo (o eletrodo com carga positiva); e um eletrólito, como as baterias tradicionais. Entretanto, na bateria à base de água, os cátodos e ânodos são polímeros que podem armazenar energia, e o eletrólito é água misturada com sais orgânicos.

O eletrólito transfere os iões – partículas portadoras de carga – para trás e para a frente entre o cátodo e o ânodo, e o eletrólito é também chave para o armazenamento de energia através das suas interações com o eletrodo. Os eletrodos, cujos “polímeros radicais não conjugados redox-ativos”, são ótimos candidatos para baterias à base de água devido à elevada tensão de descarga dos polímeros e à rápida cinética redox.

A ideia das baterias à base de água parece ótima, mas não é tão fácil de sair do papel

“[L]ittle é conhecido em relação ao mecanismo de armazenamento de energia destes polímeros num ambiente aquoso. A reação em si é complexa e difícil de resolver devido à transferência simultânea de eletrões, iões, e moléculas de água”, afirmam os cientistas da Universidade A&M do Texas.

Os pesquisadores fizeram também simulações e análises computacionais, e vão realizar mais experimentos para uma melhor compreensão das baterias à base de água. Dessa forma, espera-se que o projeto ainda leve um longo tempo para ser concluído.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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