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Cientistas descobrem algo alarmante vazando do fundo do mar na Antártida — substância pode prejudicar o planeta

Publicado em 10/10/2025 às 15:08
Metano, fundo do mar, vazamento de metano, Gás metano
Imagem: ilustração artística feita por IA
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Uma expedição científica revelou dezenas de novos vazamentos de metano escapando do fundo do mar na Antártida. O achado surpreende a comunidade científica e sugere que o descongelamento polar pode estar liberando volumes crescentes desse potente gás de efeito estufa

O gás metano, um dos principais responsáveis pelo aquecimento global no planeta, está escapando em grandes quantidades de rachaduras no leito marinho da Antártida. À medida que a região esquenta, novas infiltrações estão sendo descobertas a uma velocidade “surpreendente”, segundo cientistas.

O fenômeno aumenta os temores de que as previsões atuais sobre o avanço das mudanças climáticas possam estar subestimadas.

Reservatórios milenares em risco

Enormes volumes de metano se acumulam há milênios em reservatórios sob o fundo do mar em diversas partes do planeta.

Esse gás invisível e altamente poluente pode escapar por fissuras e emergir na forma de bolhas que sobem até a superfície do oceano.

Pouco se sabe, porém, sobre o funcionamento dessas infiltrações, sua quantidade e quanto do metano realmente chega à atmosfera.

Parte dele é consumida por micróbios que vivem no fundo do mar e se alimentam do próprio gás.

Compreender esse processo é fundamental porque o metano retém cerca de 80 vezes mais calor do que o dióxido de carbono durante seus primeiros 20 anos na atmosfera, tornando-se um dos gases de efeito estufa mais potentes conhecidos.

Pesquisas revelam novos vazamentos

As infiltrações na Antártida estão entre as menos compreendidas do planeta. Por isso, uma equipe internacional de cientistas iniciou uma expedição de estudo no Mar de Ross, uma baía do Oceano Antártico.

Eles utilizaram levantamentos acústicos, veículos operados remotamente e mergulhadores para coletar amostras em locais com profundidades que variavam entre 5 e 240 metros.

O resultado surpreendeu os pesquisadores: mais de 40 novos vazamentos de metano foram identificados nas águas rasas do Mar de Ross, conforme estudo publicado na revista Nature Communications.

Muitos desses vazamentos apareceram em pontos que já haviam sido estudados anteriormente, o que sugere que são recentes.

Segundo o relatório, isso pode representar uma “mudança fundamental” no comportamento do metano liberado na região.

Um fenômeno que pode estar se espalhando

De acordo com Sarah Seabrook, cientista marinha da Earth Sciences New Zealand e autora do estudo, vazamentos de metano são relativamente comuns em outras partes do mundo.

Contudo, na Antártida, antes só havia registro confirmado de um vazamento ativo.

Algo que se pensava ser raro agora está aparentemente se espalhando”, afirmou Seabrook em entrevista à CNN.

Ela contou que cada descoberta provocava uma “excitação imediata”, rapidamente substituída por “ansiedade e preocupação”. A razão é o medo de que essas novas infiltrações possam acelerar o aquecimento global.

Metano: Impactos possíveis e dúvidas

Os cientistas temem que o metano escape rapidamente para a atmosfera, tornando-se uma fonte de poluição não incluída nas previsões atuais de mudanças climáticas.

Além disso, ele pode gerar impactos em cadeia sobre a vida marinha, alterando ecossistemas ainda pouco estudados.

Ainda não está claro por que esses vazamentos estão ocorrendo. Uma das hipóteses é que possam estar ligados diretamente às mudanças climáticas.

No Ártico, fenômenos semelhantes já foram observados. Segundo Seabrook, o aumento da liberação subterrânea de metano naquela região está associado ao aumento das temperaturas, à variação do nível do mar e à elevação gradual das terras após o derretimento das geleiras da última Era Glacial.

Esses fatores, afirma a cientista, podem criar um perigoso ciclo de retroalimentação: o aquecimento acelera os vazamentos de metano, que, por sua vez, intensificam ainda mais o aquecimento.

Próximos passos

Uma nova missão científica está marcada para a próxima semana. Os pesquisadores retornarão à Antártida por dois meses para estudar mais detalhadamente as infiltrações descobertas.

O metano é uma verdadeira incógnita — ele está subindo na atmosfera e não sabemos por quê”, declarou Andrew Thurber, professor de biologia marinha da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e coautor do estudo.

Thurber ressaltou que a situação é especialmente preocupante na Antártida, onde existem vastos reservatórios subterrâneos de metano.

Se continuarmos a aquecer o planeta, essas infiltrações podem passar de um laboratório natural a um epicentro de perigo”, alertou.

Para o cientista, estudar o fenômeno é essencial, mas exige cautela. “Eles são como um animal perigoso. É incrível observá-los e compreendê-los, mas é preciso saber o que podem fazer se forem provocados ou subestimados”, completou.

Com informações de CNN.

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Romário Pereira de Carvalho

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