Experiência com lasers estimulou células da retina de 5 participantes; entenda a tecnologia e as controvérsias.
Uma equipe da Universidade da Califórnia criou a cor olo, um azul-esverdeado nunca antes percebido pelo olho humano. Usando lasers, cinco voluntários testemunharam a tonalidade em laboratório. Saiba como a técnica funciona e por que o “olo” divide opiniões.
Como o “olo” foi produzido em laboratório
O olo foi gerado por um dispositivo com lasers e espelhos que estimularam células específicas da retina. Os cientistas dispararam pulsos de luz diretamente nos cones M (verdes) dos olhos dos participantes, sem afetar os cones L (vermelhos) ou S (azuis).
Essa estimulação isolada, impossível na visão natural, enviou ao cérebro um sinal inédito, registrado como uma cor “mais saturada que qualquer outra no mundo real”, segundo os pesquisadores.
-
Cientistas chineses criam cimento que reduz consumo de energia e promete prédios mais frescos sem ar-condicionado
-
China exibe força: Fujian, porta-aviões de 80.000 toneladas mais avançado do país, pronto para estrear
-
Novo cimento mantém prédios mais frios que o ar ambiente e ameaça indústria bilionária de ar-condicionado nas grandes cidades globais
-
Como dinossauros estão ajudando a China a superar os EUA na ciência, enquanto Brasil perde protagonismo com fósseis contrabandeados
O funcionamento da retina no experimento
Na retina, os cones M (verdes) normalmente são ativados junto com outros fotorreceptores. No estudo, os lasers controlando a luz célula a célula permitiram isolar a resposta dos cones M.
Isso criou um padrão de ativação nunca experimentado naturalmente, resultando na percepção do olo. Os participantes confirmaram a cor em um mostrador projetado para o teste.
Críticas à “nova cor” olo
Cientistas como John Barbur, da City St George’s, contestam o olo como uma cor verdadeiramente nova. Para ele, trata-se de um verde mais intenso, gerado apenas pela estimulação artificial dos cones M em pessoas com visão normal.
Barbur argumenta que, se os cones L (vermelhos) fossem isolados, o cérebro perceberia um “vermelho profundo”, seguindo a mesma lógica. Ou seja, o olo seria uma variação extrema, não uma cor inédita.
Aplicações práticas da tecnologia
Apesar das controvérsias, os criadores do olo defendem que a técnica pode ajudar pessoas daltônicas. Ao controlar a estimulação de cones específicos, seria possível compensar deficiências na percepção de cores.
Ren Ng, líder do estudo, admite que replicar o olo fora do laboratório é difícil, mas a pesquisa abre caminho para avanços em óptica e tratamento de daltonismo.
O olo desafia nossa compreensão sobre como vemos cores. Enquanto alguns veem uma revolução, outros enxergam apenas um verde superestimulado. E você: acredita que é possível criar cores nunca vistas?