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Cientistas correm para descobrir os segredos de um antigo mundo subaquático

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 27/01/2025 às 11:44
Cientistas correm para descobrir os segredos de um antigo mundo subaquático
As terras submersas, como Doggerland, eram habitadas por caçadores-coletores na Era Mesolítica, há cerca de 8.000 anos. Essas civilizações viviam da pesca, caça e coleta, formando comunidades que prosperavam nas vastas planícies hoje cobertas pelos mares do Norte e Báltico.

Cientistas exploram Doggerland e outras regiões submersas no Mar do Norte e Báltico, utilizando tecnologia avançada para desvendar vestígios de civilizações que prosperaram há mais de 8.000 anos, antes que parques eólicos ocupem essas áreas.

Cerca de 8.000 anos atrás, regiões que hoje estão submersas pelos mares do Norte e Báltico abrigavam antigas civilizações. Porém, com o fim da última Era Glacial, o aumento do nível do mar transformou radicalmente essas paisagens, apagando quase todos os vestígios desses povos. Agora, cientistas estão observando os segredos desses lugares.

Agora, cientistas de várias instituições do norte da Europa estão em uma corrida contra o tempo para desvendar os mistérios dessas civilizações perdidas. A pressa não é exagero: áreas que eles desejam explorar estão sendo rapidamente ocupadas por instalações de energia renovável, como parques eólicos offshore.

O mundo perdido sob os mares do Norte e Báltico

No fundo desses mares, há restos de antigas paisagens, como rios, florestas e até possíveis vestígios de aldeias pré-históricas. Além disso, os cientistas acreditam que podem encontrar ferramentas, ossos e artefatos que revelam como essas civilizações viviam.
No fundo desses mares, há restos de antigas paisagens, como rios, florestas e até possíveis vestígios de aldeias pré-históricas. Além disso, os cientistas acreditam que podem encontrar ferramentas, ossos e artefatos que revelam como essas civilizações viviam.

Milhares de anos atrás, essas áreas submersas não eram mares, mas sim terras férteis que proporcionavam um lar para diversas comunidades. Doggerland, por exemplo, é uma dessas regiões misteriosas, frequentemente apelidada de “Atlântida do Mar do Norte”.

Essa vasta planície conectava a Europa continental à Grã-Bretanha e era habitada por comunidades que pescavam, caçavam e cultivavam. Porém, o aumento das temperaturas globais e o consequente degelo levaram ao alagamento dessas terras. A história desses povos se perdeu, mas os cientistas acreditam que, enterrados sob sedimentos marinhos, existem segredos valiosos que podem mudar o que sabemos sobre nossos antepassados.

As tecnologias dos cientistas que estão redefinindo a arqueologia subaquática

Desvendar um mundo submerso exige mais do que coragem e curiosidade; exige tecnologia de ponta. Equipamentos como magnetômetros, sondas acústicas e inteligência artificial estão sendo usados para mapear o fundo do mar e identificar áreas de interesse arqueológico.

Essas ferramentas permitem simular digitalmente como eram os assentamentos perdidos, oferecendo uma janela única para o passado. Além disso, pesquisas sísmicas e coleta de amostras de sedimentos ajudam a localizar canais de rios antigos e identificar áreas de formação de turfa, onde vestígios humanos podem ter sido preservados.

SUBNORDICA

O projeto SUBNORDICA é uma colaboração internacional de cientistas e pesquisadores que busca explorar esses mundos submersos antes que o impacto humano torne essas áreas inacessíveis. Instituições como a University of Bradford e o Flanders Marine Institute lideram a pesquisa, utilizando as tecnologias mais avançadas disponíveis.

O grande desafio do projeto é equilibrar o avanço da ciência com o desenvolvimento sustentável. Afinal, as mesmas áreas ricas em história são as mais adequadas para a construção de parques eólicos offshore, fundamentais na luta contra as mudanças climáticas.

Desafios do desenvolvimento de parques eólicos offshore

O aumento da demanda por energia renovável ameaça restringir o acesso científico a essas regiões. As plataformas costeiras que estão sendo desenvolvidas podem interferir na investigação arqueológica, deixando muitas perguntas sem resposta.

Mas os cientistas estão determinados a agir antes que seja tarde demais. Como Peter Moe Astrup, do Museu Moesgaard, destaca, entender como os recursos marinhos eram explorados por essas civilizações pode revelar informações cruciais sobre o relacionamento humano com o meio ambiente há milhares de anos.

O que podemos aprender com nossos antepassados submersos?

Essas descobertas dos cientistas não são apenas sobre o passado; elas trazem lições valiosas para o presente. Assim como nossos antepassados enfrentaram mudanças climáticas drásticas, estamos lidando com desafios semelhantes hoje. Compreender como eles sobreviveram — ou por que falharam — pode nos ajudar a lidar com o futuro.

Além disso, os vestígios encontrados podem revelar como esses povos utilizavam recursos naturais de maneira sustentável, algo que se alinha diretamente com os objetivos de desenvolvimento ecológico nos dias de hoje.

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Rafaela Fabris

Fala sobre inovação, energia renováveis, petróleo e gás. Com mais de 1.200 artigos publicados no CPG, atualiza diariamente sobre oportunidades no mercado de trabalho brasileiro.

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