Pesquisadores da Universidade de Stuttgart, na Alemanha, desenvolveram um concreto sustentável utilizando urina humana como matéria-prima, por meio de um processo chamado biomineralização, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental da construção civil. A descoberta foi publicada no início de julho de 2025 e representa uma alternativa ao cimento tradicional, que emite grandes quantidades de CO₂.
A nova técnica se baseia na transformação da ureia presente na urina em carbonato de cálcio, um dos principais componentes do concreto. Esse processo, chamado de biomineralização, converte matéria orgânica em estruturas minerais sólidas, sem a necessidade de fornos de alta temperatura, como ocorre na produção de cimento convencional.
Para isso, um pó com bactérias específicas é misturado à areia e colocado em moldes. Ao longo de três dias, a urina enriquecida com cálcio é aplicada, permitindo que os cristais cresçam e fortaleçam o material. O resultado é um tipo de bioconcreto que continua a se mineralizar com o tempo, tornando-se mais resistente.
Segundo os cientistas, a urina foi escolhida não apenas por ser abundante e de fácil coleta, mas por conter altas concentrações de ureia, fundamental para o processo de cristalização. O método também evita a emissão de gases poluentes associados à fabricação tradicional de cimento, que é responsável por cerca de 8% das emissões globais de CO₂.
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Concreto ecológico pode superar o tradicional em resistência
Uma das vantagens do bioconcreto é que ele não se degrada com o tempo como o cimento tradicional. Isso porque as bactérias utilizadas continuam produzindo cristais de forma contínua, aumentando a durabilidade do material.
Além disso, o novo concreto não requer queima de calcário, etapa que demanda alto consumo de energia na indústria cimenteira. Com isso, a solução proposta pelos alemães promete reduzir custos e emissões, ao mesmo tempo em que oferece um destino útil a um resíduo humano amplamente disponível.
A proposta ainda está em fase experimental, mas os pesquisadores acreditam que poderá ser aplicada em larga escala nos próximos anos, principalmente em estruturas modulares, como blocos e tijolos.
Projeto foi publicado em revista científica internacional
A pesquisa foi conduzida pelo Instituto de Estruturas Leves e Design Conceitual (ILEK), ligado à Universidade de Stuttgart, e ganhou destaque na revista científica Nature. A universidade divulgou em seu portal oficial detalhes do processo, incluindo vídeos e imagens dos blocos produzidos.
Veja como a urina é convertida em concreto por meio do processo científico em vídeo: Clique aqui
Segundo o artigo publicado, a equipe busca parcerias com empresas da área de engenharia civil para realizar testes em ambientes externos e avaliar o desempenho do bioconcreto em situações reais.
A expectativa é que, com o avanço da tecnologia, o concreto de urina possa se tornar uma alternativa viável e segura, especialmente em obras temporárias, zonas de conflito ou locais com escassez de recursos industriais.
As informações foram divulgadas pelo portal Xataka, com base em publicações da Universität Stuttgart e em artigo da revista Nature publicado em julho de 2025.