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Cientista propõe missão de 100 anos para estudar buraco negro a 25 anos-luz da Terra

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 11/08/2025 às 21:24
Astrofísico quer enviar nanonave para explorar buraco negro próximo e testar leis da física
Astrofísico quer enviar nanonave para explorar buraco negro próximo e testar leis da física
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Astrofísico da Universidade Fudan sugere envio de nanonave movida a laser para estudar buraco negro possivelmente a 25 anos-luz da Terra.

Um novo estudo publicado no periódico iScience traz uma proposta ambiciosa: enviar uma nanonave até um buraco negro situado a 20 ou 25 anos-luz da Terra. O autor é o professor Cosimo Bambi, astrofísico da Universidade Fudan e especialista em buracos negros.

Ele acredita que, apesar da limitação tecnológica atual, o cenário pode mudar nas próximas décadas. “Não temos a tecnologia agora. Mas em 20 ou 30 anos, talvez tenhamos”, afirmou.

O mais importante é que a missão enfrenta dois grandes desafios: encontrar um buraco negro suficientemente próximo e desenvolver sondas capazes de realizar a jornada.

Onde encontrar o alvo

Atualmente, o buraco negro mais próximo conhecido é o Gaia BH1, descoberto em setembro de 2022, a 1.560 anos-luz. Porém, Bambi aponta que essa distância não significa que não haja outros, mais próximos, ainda ocultos.

Com base em estimativas, ele sugere que pode haver um buraco negro a apenas 20 ou 25 anos-luz. Essa previsão, no entanto, tem grandes incertezas. “Encontrá-lo não será fácil, porque buracos negros não emitem nem refletem luz. São praticamente invisíveis”, explicou.

A detecção, portanto, depende de observar como eles afetam estrelas vizinhas ou distorcem a luz. “Novas técnicas têm surgido. Acho razoável esperar que possamos achar um próximo na próxima década”, acrescentou.

Tecnologia para chegar lá

Mesmo que um alvo seja identificado, outro problema surge: a viagem. Naves movidas a combustível químico seriam lentas demais para a missão.

O professor defende o uso de nanonaves, sondas do tamanho de gramas, compostas por um microchip e uma vela de luz. A propulsão viria de lasers baseados na Terra, que disparariam fótons contra a vela, acelerando a nave a um terço da velocidade da luz.

Nesse ritmo, a viagem até um buraco negro a 20 ou 25 anos-luz levaria cerca de 70 anos. Os dados obtidos demorariam mais duas décadas para retornar, resultando em uma missão com duração total de 80 a 100 anos.

O que a ciência quer descobrir

Quando a nave chegasse ao destino, os cientistas poderiam investigar questões fundamentais da física. Entre elas, se um buraco negro realmente possui um horizonte de eventos — o ponto sem volta onde nem a luz escapa.

Outra pergunta é se as leis da física se alteram em campos gravitacionais extremos. E, ainda, se a teoria da relatividade geral de Einstein permanece válida nas condições mais severas do universo.

Custos e futuro da missão

Atualmente, apenas o sistema de lasers custaria cerca de um trilhão de euros. A tecnologia para fabricar a nanonave também ainda não existe. Mas Bambi acredita que, em três décadas, os custos cairão e a ciência poderá alcançar essas ideias.

“Pode parecer ficção científica. Mas já disseram que nunca detectaríamos ondas gravitacionais ou veríamos a sombra de um buraco negro. E conseguimos as duas coisas”, concluiu.

Estudo publicado na revista science

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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