A Horse Brasil formalizou um aporte de R$ 546,4 milhões para ampliar a fábrica de São José dos Pinhais dentro do programa Paraná Competitivo. O plano eleva o ciclo de investimentos no estado para R$ 865,7 milhões até 2028.
A fabricante de motores Horse Brasil assinou no Palácio Iguaçu o protocolo de um novo investimento de R$ 546,4 milhões para expandir as linhas de produção e acelerar a nacionalização de componentes em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. O anúncio foi feito ao lado do governador Ratinho Junior e integra o programa Paraná Competitivo, que concede incentivos fiscais para atrair projetos industriais e emprego.
Segundo o governo do Paraná, esse novo aporte se soma aos R$ 100 milhões aplicados em 2023 e aos R$ 200 milhões de 2024 destinados à estrutura de cabeçotes de alumínio, elevando o ciclo total de 2023 a 2028 para R$ 865,7 milhões. O foco é modernização, novas linhas e nacionalização de itens que antes eram importados da Europa.
A unidade paranaense, instalada no Complexo Industrial Ayrton Senna, já responde por motores HR10 e HR13 Turbo Flex e emprega cerca de 700 trabalhadores diretos. A expansão reforça a posição do Paraná como polo de motores flex com etanol e tecnologias de baixa emissão.
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Além da ampliação imediata, a próxima etapa prevista pela companhia é uma nova linha de fundição de cabeçotes, com investimento superior a R$ 400 milhões, para reduzir dependência de importados e dar mais autonomia à operação local.
O que foi anunciado pela Horse Brasil para o Paraná, valores, datas e programa de incentivos
O protocolo oficializado em 11 de agosto de 2025 assegura R$ 546,4 milhões para operar novas linhas de produção de motores e acelerar a nacionalização de componentes. O anúncio ocorreu no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, e contou com representantes da multinacional.
O investimento entra no guarda-chuva do Paraná Competitivo, programa coordenado pela Secretaria da Fazenda e pela Invest Paraná. A iniciativa permite enquadramento em incentivos fiscais previstos em lei, sem renúncia fiscal, com o objetivo de atrair capital, tecnologia e empregos para o estado.
A imprensa local e setorial também repercutiu o aporte, destacando a destinação dos recursos para novas linhas, modernização da planta e nacionalização de peças, além da perspectiva de aumentar a competitividade da unidade paranaense no fornecimento interno e nas exportações.
O que muda na fábrica, nacionalização, fundição e capacidade
A meta central é ampliar a autossuficiência da planta ao produzir no Brasil componentes antes importados, como cabeçotes de alumínio dos motores HR10 e HR13 Turbo Flex. Com isso, a Horse reduz custo logístico, mitiga riscos de cadeias globais e encurta prazos de fornecimento para montadoras.
O plano inclui a implantação de uma nova linha de fundição no site de São José dos Pinhais. A empresa informa que o investimento nessa etapa excede R$ 400 milhões, preparando a fábrica para fundir e usinar cabeçotes localmente e, assim, deixar de importar da Europa. É um passo considerado estratégico para a autonomia produtiva.
Em 2024, a companhia já havia confirmado R$ 200 milhões para nacionalizar cabeçotes, com capacidade nominal divulgada pela imprensa especializada em torno de até 210 mil unidades por ano quando em plena operação, reforçando a escala industrial do projeto.
Empregos, motores e impacto regional
A unidade paranaense mantém cerca de 700 empregos diretos e integra o ecossistema automotivo do Complexo Industrial Ayrton Senna, que também abriga operações do Grupo Renault. O avanço da nacionalização tende a estabilizar a demanda por mão de obra qualificada em metalurgia e usinagem, com potencial para novas vagas conforme a curva de produção.
O portfólio local inclui os motores HR10 e HR13 Turbo Flex. Em fevereiro de 2025, a Horse anunciou o início de produção do HR13 no Paraná, consolidando um pipeline de motores flex-fuel com calibração para etanol, prioridade tecnológica da empresa no Brasil.
Para o governo estadual, projetos com alto conteúdo local, treinamento técnico e P&D ancorados no estado contribuem para encadear fornecedores, fomentar exportações e diversificar a base industrial. O Paraná Competitivo é apontado como ferramenta-chave para destravar esses investimentos.
Quem é a Horse: presença global e capacidade produtiva
A Horse é sediada em Madri, com 9 mil colaboradores, oito plantas de powertrain e três centros de P&D em sete países, e capacidade instalada anual de 3,2 milhões de unidades, de acordo com o site institucional e comunicados oficiais.
Desde 2024, a marca integra a holding Horse Powertrain, joint venture de Renault e Geely com participação da Aramco, que reúne 17 plantas e 5 centros de P&D globalmente. A operação brasileira segue como pilar para motores flex e soluções de baixa emissão para a região.
No Brasil, a planta de São José dos Pinhais foi inaugurada em 2001, já produziu mais de 5 milhões de motores e mantém um centro de P&D dedicado a flex-fuel, com ensaios de emissões, durabilidade e consumo.
Cronograma e próximos passos até 2028
O ciclo de investimentos no Paraná soma R$ 865,7 milhões entre 2023 e 2028. A trajetória recente incluiu R$ 100 milhões em 2023 para motores de alta eficiência, R$ 200 milhões em 2024 para a produção de cabeçotes, o início do HR13 em 2025 e, agora, a expansão com R$ 546,4 milhões. O foco é escala, conteúdo local e estabilidade de fornecimento à cadeia automotiva.
A linha de fundição projetada deve fechar o ciclo de nacionalização dos cabeçotes e reduzir importações. A empresa e o governo destacam autonomia, competitividade e ganhos logísticos como resultados esperados no médio prazo.
Para o Paraná, a combinação de incentivos e ambiente de negócios é citada como fator para atrair novos investimentos industriais, mantendo o estado em rota de crescimento no setor automotivo e de motores flex.
Investir pesado em motores flex com etanol e mais nacionalização é a melhor estratégia para o Brasil neste momento ou o foco deveria migrar mais rápido para elétricos puros? Comente sua opinião. O debate qualifica a discussão pública e ajuda a orientar políticas industriais e decisões de investimento no país.