Uma cidade italiana no norte do país estuda taxar cães com cobrança anual e multas que podem chegar a quase R$ 4 mil, em proposta que reacende o debate sobre gestão urbana e direitos dos tutores
O município de Bolzano, no norte da Itália, analisa a criação de um imposto anual de cerca de R$ 625 por cão, tanto para moradores quanto para turistas. A medida, na cidade italiana, busca reduzir os resíduos deixados nas ruas e financiar melhorias urbanas, segundo autoridades locais.
Se aprovada, a cobrança começará em 2026 e incluirá tarifas diárias de aproximadamente R$ 9 para visitantes que levarem seus animais à região alpina. Multas por descumprimento das regras podem variar de R$ 1.250 a quase R$ 4 mil, o que já gera controvérsia entre moradores, defensores dos animais e lideranças políticas.
O que prevê a proposta em Bolzano
O plano prevê uma taxa anual de € 100 para residentes com cães e uma cobrança diária de € 1,50 para turistas.
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O dinheiro arrecadado seria direcionado à limpeza urbana e à criação de parques caninos, considerados escassos na cidade.
A ideia é inspirada em políticas semelhantes a pedágios urbanos aplicados em cidades como Londres e Nova York.
Além da taxa, quem não recolher os dejetos dos animais poderá enfrentar multas elevadas, que devem variar entre € 200 e € 600.
O objetivo é atacar de forma direta um problema ambiental e de higiene que se tornou motivo de reclamações constantes.
Histórico de tentativas e experiências anteriores
A proposta de Bolzano não é inédita. Em 2008, a cidade já havia tentado implementar um sistema de identificação canina com testes de DNA, para responsabilizar tutores em casos de sujeira nas ruas ou comportamento agressivo dos animais.
O projeto, porém, fracassou.
Apenas 12 mil dos 30 mil tutores cadastraram seus cães, devido ao custo elevado do exame.
Dessa vez, autoridades locais prometem ajustes.
Quem realizar o teste de DNA ficará isento da taxa por dois anos.
Segundo o conselheiro provincial Thomas Widmann, essa é uma forma de “bom senso” para incentivar a adesão sem onerar todos os tutores imediatamente.
Multas, benefícios e críticas à proposta
A aplicação de multas pesadas é o ponto mais polêmico da medida.
Críticos argumentam que a penalização pode pesar no bolso de famílias de baixa renda e até afastar turistas que viajam com seus animais.
Organizações de defesa animal alertam que a iniciativa transmite a ideia equivocada de transformar cães em fonte de receita fiscal.
Carla Rocchi, representante do Ente Nazionale Protezione Animali (Enpa), afirmou que a cobrança “não é o caminho certo” e que a cidade deveria priorizar alternativas como campanhas educativas e maior oferta de sacos coletivos.
Já o prefeito Claudio Corrarati ironizou a medida, dizendo que “seríamos cães se impuséssemos um imposto sobre cães”.
Perspectivas e impactos no futuro
Se implementada, a iniciativa pode abrir precedentes para outras cidades da Itália, ampliando o debate sobre como equilibrar gestão urbana e bem-estar animal.
Ao mesmo tempo, pressiona administradores a conciliar a necessidade de manter a cidade limpa com a preservação dos direitos de tutores e visitantes.
A votação do projeto está prevista para os próximos meses e deve mobilizar não apenas autoridades, mas também a opinião pública e entidades ligadas à causa animal.
A proposta da cidade italiana de Bolzano mostra como a convivência entre vida urbana e animais de estimação pode gerar conflitos sobre custos, direitos e responsabilidades.
A decisão final pode influenciar não apenas a cidade, mas também servir de modelo para outros municípios europeus.
Você acha justo cobrar impostos e aplicar multas tão altas para quem tem cães? Ou acredita que existem soluções mais equilibradas para lidar com os resíduos nas ruas? Deixe sua opinião nos comentários — sua experiência pode enriquecer esse debate.